Vamos Para A Espanha

Estamos em época de Copa (das Confederações, mas copa, nevertheless), e como acho que a única “manifestação popular” na qual papai baseou histórias é o Carnaval, então o negócio é resenhar uma história do Zé, relacionada com a Copa do Mundo da Espanha, em 1982.

A trama é toda baseada em mal-entendidos.

Tudo começa quando o amigo Afonsinho, que é meio abilolado e pelo jeito não conhece todo mundo, chega avisando o Zé que “uns desconhecidos” estão procurando por ele. Daí o primeiro mal-entendido: o Zé se assusta, pensando que são os cobradores, só para descobrir que são, na verdade, Donald e Panchito, vistos pela primeira vez juntos em “Saludos Amigos”, de 1942. O que eles estarão fazendo ali?

Enfim. Nosso herói está, como sempre, “desprevenido”, e acaba constrangido com a expectativa dos amigos (mal-entendido número dois) de serem recebidos com festa, comidas e bebidas.

Ao sair para ver se consegue alguma coisa, Zé vê alguma coisa fora da cena, e resolve vendê-la para fazer a festa para os amigos.

Quando ele volta com a comida (e uma “garrafa da boa”, que aparentemente passou despercebida pelos aplicadores do código de ética Disney, que não permitia bebidas alcoólicas nas histórias, ou que talvez foi deixada passar, por ser uma referência sutil), descobre o mal-entendido número três: aquilo era “só” o tapete voador (!) do Panchito. E agora?

40073302_1775796772505023_1891480971270684672_n

Ao tentar recuperar o tapete, o Zé percebe que a situação só se complicou desse jeito porque ele não “abriu o jogo” com os amigos logo de uma vez, e resolve mudar de tática, indo logo ao ponto com todos, sem tentar enrolar.

(Na página 5 da história, a placa da “Riviera Móveis e Decorações” é uma alusão a uma loja do mesmo ramo que ficava bem em frente à nossa casa em Campinas, do outro lado da Avenida Prestes Maia, e cujo dono era amigo de papai e comprou-a de nós alguns anos depois.)

Voltando à história, a sorte do Zé é que o tapete foi parar nas mãos da Rosinha. E o azar dele é que ela o deu ao pai, Rocha Vaz. Mas a explicação honesta e sincera do Zé foi demais para o “pai que é uma fera”: ele não acredita nem um pouco, mas acha tão engraçado o desespero do rapaz, que acaba devolvendo o tapete.

Isso, é claro, possibilita o início da viagem dos amigos à Espanha para acompanhar os jogos da seleção brasileira, numa série de histórias.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.