O Ladrão De Bag-Dag

História dos Irmãos Metralha através do tempo, de 1976.

Vocês já conhecem o esquema: o Vovô conta uma história a respeito de supostos antepassados da quadrilha na qual o 1313 é o personagem principal, e a coisa vai se desenrolando entre um comentário e outro dos membros mais jovens da família, com o Azarado sempre esperançoso de que, pelo menos desta vez, o antepassado dele se dê bem.

O nome “Bag-Dag”, onde esta história se inicia, é uma brincadeira com Bagdá, cidade no Iraque que em inglês é conhecida como Bagdad. No imaginário ocidental dos anos 1970, Bagdá era algo assim como “as arábias”, uma terra exótica cheia de árabes vestidos com roupas estranhas ao estilo “Mil e Uma Noites“. É, além disso, uma referência a um filme, chamado justamente “O Ladrão de Bagdá”, que papai certamente assistiu em algum momento de sua vida.

Já “Ranj-Phur”, cidade do Marajá a quem o antepassado do Azarado assalta, e até a qual ele vai em busca do palácio de cristal e jade prometido por um adivinho, é uma referência a Rangpur City, que fica em Bangladesh, país vizinho à Índia.

A distância entre Iraque e Bangladesh não é pequena, diga-se de passagem. De tapete voador (quer dizer, avião) são 10 horas de voo (quem quiser pode verificar no Google Maps), e a pé, então, nem se sabe. (Talvez seja por isso que papai abreviou a distância para 450 milhas, ou 725 km, que ainda assim é uma distância considerável.) E para piorar, na entrada da cidade está a inevitável plaquinha no estilo “Bruxópolis”, que já vimos “emprestada” para várias outras histórias e situações semelhantes.

O interessante é que as previsões do adivinho se realizam, pelo menos em parte. O tal palácio descrito existe mesmo, e o Azarado até consegue entrar e se tornar Marajá, mas por pouco tempo. A queda do “Marajá Azarado” será tão meteórica quanto sua ascensão, e mil e uma vezes mais engraçada.

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