Uma Reportagem De Verdade

História do Peninha, de 1975.

O elemento central desta história é uma máquina fotográfica muito especial inventada pelo Professor Pardal. Mas para que a coisa toda tenha graça, é preciso que ela caia nas mãos do Peninha sem que ele saiba para quê ela realmente serve. Assim, a trama é distintamente dividida em duas fases bem diferentes: a primeira descreve o processo pelo qual o Peninha vai ficar de posse da máquina, e a segunda mostra o que ele vai acabar fazendo com ela.

E para aumentar a confusão, todas as situações são extremas. A balbúrdia começa com uma conveniente liquidação de inventos, tratada como as folclóricas e tumultuadas liquidações dos EUA, no estilo do que hoje é conhecido como “Black Friday”. Esse tipo de “frenesi de compras” não era conhecido no Brasil em 1975, e era visto por nós brasileiros somente nas páginas das histórias em quadrinhos. Mal sabíamos nós que essas “liquidações de histórias em quadrinhos” existiam de verdade.

A segunda situação extrema é a correria do Peninha para “encaixar” a reportagem que ele fez com o auxílio de sua máquina fotográfica nova na edição de hoje do jornal. Correria essa, aliás, bastante comum em qualquer redação de qualquer jornal naquela época.

Peninha reportagem

E é aí que está o pulo do gato pois, afinal, tendo sido inventada pelo Pardal, fica claro que esta não é uma máquina fotográfica comum. Ela é uma máquina de fotografar pensamentos. E isso pode ser um grande problema, especialmente quando as pessoas, por motivos diplomáticos ou de negócios, não dizem o que estão pensando.

Peninha reportagem1  Peninha reportagem2

Além disso, esta é uma dica de como a imprensa em geral manipula a imagem das pessoas, fazendo-as parecer o que convém aos “donos” da informação. Cuidado, crianças: nem tudo o que aparece nos jornais realmente é o que parece ser.

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