A Feijoada Do Zé

História clássica do Zé Carioca, publicada pela primeira vez em 1977.

O nosso herói está morrendo de vontade de comer uma feijoada, mas como sempre está sem dinheiro nenhum. Então ele inventa uma maneira criativa de pedir uma refeição aos amigos, fingindo que está tendo um caso de ideia fixa pelo alimento. E de certa forma está. O problema é que se ele simplesmente pedisse, talvez os amigos não concordassem. Então um “teatrinho” se faz necessário.

ZC toucinho

E “teatro” é bem o termo: o modo como ele enuncia os vários ingredientes de uma feijoada deriva diretamente da letra de uma canção infantil da peça de teatro “A História de Dona Baratinha” com letra de Braguinha (João de Barro).

“Abana o fogo, macacada, abana o fogo
Abana bem bota a panela no fogão
Está na hora de aprontar a feijoada
Para o banquete do Dr. João Ratão

Feijão, carne seca, linguiça mineira
Orelha de porco pra dar e vender
Toucinho fresquinho, toucinho gostoso
Toucinho cheiroso pra gente comer”

Peça de teatro essa, aliás, para a qual na mesma época papai fez uma adaptação, que foi encenada pela “Cia Santa” de Campinas com muito sucesso. A versão dele tem um final feliz, no qual a Baratinha acaba conhecendo um “Baratinho”, e finalmente se casando com ele.

Enfim, diante do aparente ataque de insanidade temporária, os amigos do Zé resolvem organizar uma vaquinha, e fazer uma “feijoada solidária”. Alguns desses amigos, aliás, como o Agenor, o Bororó e o Juvenal aparecem apenas nesta história.

ZC teatrinho

Mas é claro que o Zé não poderia comer uma feijoada conseguida às custas de enganar os amigos, mesmo se eles comessem junto. Pela linha ética da Disney, isso não seria justo. Quando a casa fica vazia, e o Zé adormecido, o Pedrão passa por lá e come a feijoada toda sozinho.

E não esqueçam de dar uma olhadinha no livro do meu pai, que eu compilei.

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