História da Turma do Lambe Lambe, de Daniel Azulay, escrita em janeiro de 1983 e publicada pela Editora Abril na revista da turma em maio do mesmo ano.
Esta é uma criação conjunta, a quatro mãos, de meu pai e de minha mãe. Eu me lembro bem de que ela ditou a ele a maior parte da história, enquanto ele rascunhava e dava os seus toques pessoais na trama. São definitivamente dele as cenas da abdução da galinha Xicória, dignas do filme Contatos Imediatos. Já a parte da culinária é 100% coisa de minha mãe.
Na vida de qualquer família, decidir o que cozinhar para as refeições muitas vezes envolve alguma negociação, para que o cardápio saia ao gosto de todos os envolvidos. Em casa não era diferente, especialmente no que tocava algumas verduras e legumes.
Por exemplo: mamãe adora quiabos. Eu não os como. Ela gosta de jiló, já eu não posso nem ver em um prato. A mesma coisa acontece com berinjelas: para ela, um patê de berinjela bem temperado é uma iguaria. Eu não vejo graça nenhuma na coisa.
Meu pai não comia frango de jeito nenhum. Eu nunca tive problemas com pratos à base do ingrediente. Já para minha mãe uma galinhada com jiló é um prato perfeitamente aceitável que eu não comeria por causa do jiló e meu pai recusaria por causa do frango. E por aí vai.
A ideia para esta história surgiu de uma conversa entre minha mãe e eu, em uma das vezes em que ela gentilmente tentou me convencer a experimentar algum prato feito à base de quiabo ou jiló. Foi daí que surgiu a ideia de um “ensopado de jiló com quiabo” como algo possivelmente repugnante.
Vai daí, ela e papai passaram a tentar imaginar quem, de bom grado, comeria uma coisa dessas. E deu em uma das mais divertidas histórias que eu já vi da Turma do Lambe Lambe.
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