O Feriado Das Surpresas

História do Peninha, de 1977.

Toda vez que o Peninha sai para pescar, sozinho ou com outras pessoas, o Ronrom acaba dando um jeito de ir junto, sempre como clandestino.

Volta e meia papai revisitava o tema, sempre mantendo alguns elementos fixos (como o gato escondido entre as coisas dos patos) e variando um pouco em outros. Por exemplo: hoje o Ronrom vai conseguir aprontar todas e bagunçar à vontade do começo ao fim sem ser visto por ninguém, apesar dos acessos de espirros do Tio Patinhas, que tem alergia a gatos.

O interessante é que cada personagem tem uma ideia diferente sobre o que fazer durante o passeio de feriado: o Patinhas, que convidou a si mesmo e sequer pagou a gasolina, quer que os sobrinhos trabalhem, escrevendo uma matéria para o jornal A Patada sobre a excursão. O Donald quer jogar bola (e depois pescar), o Peninha quer subir nos coqueiros para catar seus frutos, e o Ronrom só pensa em pesca e em peixes.

Isso é uma coisa comum em passeios de família, é claro. São raras as vezes em que não é preciso negociar o que fazer uma vez que se chega ao destino, e frequentemente a teimosia de alguns acaba por causar bastante estresse em uma situação que deveria ser prazerosa e relaxante.

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Em Briga De Cão E Gato… Não Entra Pato!

História do Pato Donald, de 1981.

Esse encantamento de certos brasileiros com raças de cães grandes e ferozes não é recente. Isso se dá por vários motivos, desde uma real necessidade por segurança, e até pelo Ego inflado de gente que projeta no cão toda a sua frustração e covardia diante da vida, e usa o animal para ameaçar e agredir os vizinhos.

A história (da carochinha, na maioria das vezes) que donos e criadores contam sobre essas feras também é sempre a mesma: eles seriam na verdade até dóceis, muito adaptáveis e amigos de criancinhas. O que os tornaria violentos seria alguma falha no treinamento das pragas. O problema é que eu nunca vi um dono de cachorro bravo que seja capaz de reconhecer que não faz ideia de como se treina um cão. Já que contratar um profissional é coisa cara, pessoas comuns se valem de manuais e dicas da internet, e se expõem a riscos.

Muitas dessas raças, como o “queridinho” Pit Bull ou o Rottweiler (originalmente criadas para caçar ursos e outros animais selvagens) são banidas em vários lugares do mundo por serem cães perigosos demais para ter em casa. Nessa lista, aliás, está incluído o próprio Cão de Fila, do qual trata esta história.

É uma raça criada no Brasil desde os tempos coloniais pelo cruzamento de outras raças grandes e perigosas, como Mastiffs e Buldogues, e usado para caçar onças e escravos fugidos. Sim, houve um tempo em que gente era caçada como se fosse bicho, por aqui, e isso não pode ser esquecido (para que não aconteça de novo, de preferência).

Outra parte do folclore do Cão Fila no Brasil foi uma série de enigmáticas pichações que começaram a aparecer nos anos 1970 em tudo quanto era lugar no Estado de São Paulo: “Cão Fila Km 26“. Só isso, sem mais nenhuma informação.

Por ser a época da ditadura militar muita gente pensou que poderia haver muita coisa por trás das mensagens, e a notícia (e também as pichações, feitas por todo tipo de gaiato) começou a se espalhar pelo país todo, virando uma verdadeira “febre”. Dizem os pichadores atuais que isso foi o começo do “pixo” no Brasil, e eu diria que foi também precursor dos memes, muitos anos antes da Internet.

Mas hoje a provocação é com o Ronrom que, diga-se de passagem, estava quieto no canto dele quando o Silva chegou com o monstro canino em um caminhão. Papai deixa claro que a intenção do vizinho chato é essa mesma: ao colocar a vida do Ronrom em risco, ele está também intimidando ao Donald e a seus sobrinhos.

Gente, isso não se faz. Mas enfim, pessoas que precisam usar um cão feroz para se afirmar e causar medo (que elas confundem com respeito) nos outros não são realmente gente.

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Sob O Signo Da Trapalhada

História do Peninha, de 1980.

De sete histórias inéditas brasileiras (todas ótimas, por sinal) publicadas originalmente na Edição Extra Peninha número 110, de 1980, esta é a quarta e última de papai. Decididamente, aqueles eram bons tempos, uma verdadeira era de ouro.

Alimentar um saudável ceticismo sobre todas as coisas, evitando a credulidade excessiva, é sempre algo bom. Em todo caso, ser incrédulo demais pode não fazer de você um cientista, ou um intelectual, mas sim um chato de galochas. A capacidade de se maravilhar com os mistérios do universo, tanto físicos como espirituais, é sinal de uma mente saudável.

Isso tendo sido dito, se existisse realmente um “signo da trapalhada”, o Peninha seria nascido sob ele, com toda certeza. É essa, sem sombra de dúvida, a especialidade do pato. Já o Donald hoje fará o papel do total incrédulo, mas é claro que isso não vai evitar a confusão, já que os crédulos estão em maioria.

Mesmo ele tendo feito um daqueles cursos rápidos que são a marca registrada do Peninha e de todo charlatão auto-iludido que se preze, não há dúvida nenhuma na mente do leitor de que nada que o pato possa prever valha algo. Especialmente porque o leitor atento já terá notado um detalhe, desde o primeiro quadrinho, que não deixará dúvida alguma sobre a eficácia (ou não) do método astrológico do adivinhão.

Em todo caso, desde 1925 se tem notícia de uma 13ª constelação que poderia (ou não) ser usada para constituir um décimo terceiro signo do Zodíaco e cujo uso certamente causaria uma tremenda confusão, se fosse realmente adotado. Com sua vasta cultura geral, papai certamente devia saber algo sobre esta polêmica.

Ele não era totalmente cético nem crédulo, mas gostava de entreter a ideia de que (parafraseando a Shakespeare) há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Afinal, ele costumava me dizer, se não tivesse nenhuma utilidade para as pessoas a Astrologia já teria caído em desuso há muito tempo, a exemplo de outras práticas divinatórias e mágicas que ninguém usa mais.

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Polícia Desmontada

História do Peninha, de 1974.

Com o Peninha, é tudo “des”: ele é da polícia “desmontada”, é o espírito que “desanda”, ele é desmiolado, desajustado, desastrado, desengonçado… Mas certamente nunca desonesto.

Já o Ronrom tem um problema de “ideia fixa”: depois de escutar a palavra “peixe”, ele não consegue pensar em mais nada e fará qualquer coisa para por as garras em um peixinho. (E hoje ele até conseguirá, ainda que brevemente). Mas ele não será exatamente o vilão da história, apesar de fazer suas traquinagens e causar uma enorme confusão. Há vilões piores em ação.

Que a polícia montada de Patópolis se parece muito com a do Canadá eu já falei. Papai voltaria ao tema no ano seguinte com “Patrulheiros e Escoteiros”, já comentada aqui. As duas histórias têm em comum o tema da proteção das florestas e a recomendação de que não se deve julgar mal aos outros sem antes nos certificarmos muito bem do que está realmente acontecendo.

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Mas enfim, o Ronrom é apenas um gato e, apesar da boa vontade, não é um bom detetive. Quem conhece os personagens, e especialmente a risada do Peninha, logo vai entender onde é que o Ronrom errou em suas deduções. Em todo caso, o castigo por suas traquinagens virá “a cavalo” (pelo menos figuradamente) na piada recorrente desta história, na qual ele terá a cauda queimada repetidas vezes.

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Mas nem tudo será dor para o gato, pelo menos nesta história. Bem ou mal, ele estava tentando ajudar, e será recompensado pelo esforço.

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Gato E Sapato

História do Ronrom, de 1974.

“Fazer de gato e sapato” é uma antiga gíria que significa “maltratar e abusar” de alguém. Papai aqui usa a expressão como um trocadilho para brincar com o Ronrom e fazer a conexão do animal de estimação do Donald com o resto da história.

A situação apresentada no início da trama, com o Donald oferecendo um almoço em sua casa para os colegas de A Patada (que são também sua namorada, primo e sobrinhos), é algo que papai fez algumas vezes com os seus colegas da Editora Abril, especialmente por ocasião das Festas Juninas. Uma fogueira era acesa no quintal, e eram servidos churrasco e as demais comidas e bebidas típicas.

É possível que a inserção da “piada interna”, já que o leitor não teria como adivinhar o que se passava na residência do autor (mas qualquer um na redação saberia imediatamente do que se tratava), tenha sido uma maneira encontrada por papai para agradecer aos colegas pela presença e “imortalizar” a festa.

Mas o que não acontecia, é claro, era essa intromissão do chefe de redação (que aliás também costumava participar das festas lá em casa) com antipáticas ordens para interromper tudo e ir trabalhar. Essa é certamente uma vantagem do quadrinista sobre o jornalista: enquanto o primeiro é geralmente um freelancer que pode fazer os próprios horários, o segundo raramente tem um horário fixo, trabalhando ao sabor das notícias que se apresentam.

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Mandados ir cobrir a “FIP”, Feira Industrial de Patópolis, a Família Pato resolve não abandonar o espírito do feriado patopolense e pelo menos tentar se divertir um pouco enquanto trabalha. Um sinal daqueles tempos é o “trabalho infantil” dos sobrinhos do Donald, coisa comum na época, mas impensável de se mostrar com tanta naturalidade hoje em dia.

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E o elemento surpresa que entra para fazer bagunça e adicionar graça à coisa toda é o gato Ronrom, é claro. Sempre ávido por comer peixes, coisa que ele adora mas não ganha de seu dono, o felino resolve bancar o “repórter” também, com resultados hilários e um final feliz onde todos saem ganhando, apesar de tudo.

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Bruxedos E Trapalhadas

História da Madame Min, de 1974.

Uma coisa interessante na qual nem todo mundo repara é que o Ronrom, o gato do Donald que tem por passatempo seguir o Peninha sempre que ele vai pescar, e o Mefistófeles, o feroz familiar da Madame Min, são quase idênticos.

Peninha bruxedos

E é basicamente neste fato que papai se baseou para criar esta história. Mas o caso de identidade trocada, aqui, não será exatamente entre os gatos (seria óbvio demais). A bruxa conhece muito bem o seu bichano, e não iria se confundir assim tão facilmente.

Mais do que o Ronrom, a “vítima” da história é o Peninha, que passa a trama toda se dando mal de várias maneiras diferentes. E já que tanto o Mefistófeles quanto o Ronrom gostam de peixe, essa será a “linha” que vai costurar a coisa toda, da primeira página ao último quadrinho.

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A diferença entre os gatos, aliás, é que o animal da bruxa pelo menos ganha o seu peixinho de vez em quando. Já o Donald só dá leite ao seu, o que faz com que ele esteja sempre disposto a se encrencar para ver se consegue algo mais substancioso para comer.

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Bruxópolis

História do Peninha, de 1974.

Em Bruxópolis, a cidade das bruxas, é aquela época do ano de novo: está acontecendo um Congresso de Bruxas e Bruxedos, e bruxas do mundo todo estão reunidas para o evento. E há bruxas de todos os tipos. Algumas são jovens e belas, outras são velhas senhoras, e muitas nem parecem humanas.

Enquanto isso, o Peninha está viajando em sua motocicleta e tentando encontrar o Rio da Pesca, por motivos óbvios. E como sempre acontece quando ele vai pescar, o Ronrom o está seguindo.

O Peninha não é um personagem que se veja às voltas com bruxas frequentemente, a não ser quando a Maga e a Min atacam a Caixa Forte de seu Tio Patinhas. Esta, então, é mais uma daquelas misturas insólitas e engraçadas de personagens de “universos” diferentes que era uma das marcas registradas de papai.

Peninha Bruxopolis

A confusão causada pelo encontro é das maiores e, apesar de não gostar nadinha do Peninha, o Ronrom é um gato que honra seus bigodes e não deixará o pato abilolado em apuros… sozinho.

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E depois de tudo, quando o leitor já se divertiu a valer com as peripécias e desventuras dos dois “trouxas” no meio dos bruxos e já se esqueceu até do motivo que levou nossos amigos até ali, papai joga o proverbial “balde de água fria” e nos lembra a todos que tudo aquilo não passa de uma história de pescador.

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Hotel Bom Pra Cachorro

História do Peninha, de 1980.

O pato abilolado ataca novamente com mais um empreendimento maluco, um hotel para cachorros, desta vez. O raciocínio por trás da coisa toda é até bem lógico, afinal, com a vida das pessoas cada vez mais corrida, muita gente precisa ter onde deixar o animal de estimação de vez em quando.

Mas o real problema, como sempre, é a execução da ideia. E a execução, também como sempre, se dá de modo totalmente amador e improvisado na casa do Pato Donald, que é a vítima predileta do Peninha para esse tipo de maluquice.

Peninha hotel

O objetivo do argumentista, hoje, é criar a maior confusão possível. Esse é o tipo de história que, quanto mais caótica, mais engraçada fica. E para potencializar a confusão e o tamanho da encrenca que vai acabar sobrando para o Donald que, afinal, é o dono da casa, papai faz questão até mesmo de “dar” uma cachorrinha para a Margarida, uma mini poodle de nome Fifi e que aparece somente nesta história.

A única coisa que nenhum dos personagens levou em conta (e que papai coloca como pivô da discórdia e da bagunça) é o fato que a casa do Donald é território do Ronrom! E, em território de gato, cachorro nenhum pode se dar bem por muito tempo. Tentando resolver – a seu modo, é claro – o impasse para seu dono enquanto ele não está, o Ronrom terá um papel crucial em ajudar a armar a confusão, e também, muito contra a vontade, na solução da coisa toda.

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A expressão “bom pra cachorro” significa algo que é muito bom, bom demais, talvez com a palavra “cachorro” usada em substituição a outra palavra menos publicável e mais usada em ambientes menos distintos. O problema é que, com o passar do tempo, tudo quanto é nome de filme, pet shop, e até mesmo pet hotéis para o “público canino” acabaram usando este clichê “engraçadinho” mas nada original.

De qualquer maneira, como todo clichê, virou uma “expressão consagrada”. Além disso, aqui nesta história, há também a sugestão de que nem tudo o que é bom “para cachorro”, é bom para outras espécies de animais, ou mesmo para seres humanos.

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Ataque De Surpresa

História do Peninha, de 1973.

Fiscal de preços, pesquisador de mercado… o Peninha arranja um bico diferente a cada dia. E a cada novo sub-emprego a confusão aumenta, especialmente quando o tal “mercado” a ser fiscalizado é o mercado de peixes de Patópolis, é claro, pois é aí que o Ronrom aparece literalmente do nada na esperança de conseguir pegar alguma coisa.

Peninha Surpresa

O problema começa, é claro, quando é essa “alguma coisa” que pega o Ronrom.

Peninha Surpresa1

A palavra “surpresa” é usada nesta história como um acrônimo para o nome do órgão controlador de preços de Patópolis, a Superintendência Regional de Preços dos Serviços Autônomos. A ideia é sugerir que os ficais sempre agem “de surpresa” surpreendendo os peixeiros desonestos, mas neste nosso caso, vão sobrar surpresas para todos os envolvidos, e para o leitor também.

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O Aquário Dos Patos

História do Peninha, de 1974.

A confusão hoje tem a ver com um aquário, e com o Ronrom, como não poderia deixar de ser sempre que tem peixe na parada.

É uma comédia de erros na qual ninguém se entende direito. Com isso, o aquário e seu ocupante vão passando pelas mais diversas situações, uma mais hilária que a outra, com vários “plot twists” no caminho. Caminho, aliás, é o que não falta nesta história, já que o pesado objeto passa a maior parte do tempo nas costas do Peninha, ou do Donald.

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O interessante é que até o peixe tem o que dizer, ou melhor, pensar, sobre tudo o que está acontecendo. Papai inclusive teve o cuidado de dar “voz” e personalidade ao peixe, que desse modo não fica reduzido à posição de mero objeto dentro de uma caixa de vidro cheia de água, como a maioria das pessoas os vê, mas é alçado à condição de personagem. Isso, inclusive, pode fazer o leitor pensar um pouco sobre a estadia de seu peixinho de estimação no aquário, se o ambiente criado para ele é apropriado, etc.

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Aristeu (ou Aristides) era um nome comum para peixes de estimação na época. Papai gostava de aquários, e sempre tivemos pelo menos um na casa em Campinas. O primeiro ficava na sala de estar, embutido na parede, mas depois teve de ser retirado. Daí ele passou por outros cantos da casa, até ser alojado definitivamente no quarto de meu irmão, que assumiu os cuidados com os peixes.

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