Viagem ao Século XXV

História do Capitão Valente, publicada pela Editora Abril na revista Pic-Pic número 1, de 1981. Os desenhos são de Claudino, e a arte final de Átila.

São dois modelos de avião em cartão: um  é o Biplano C-17, modelo clássico, e o outro é um “avião de treinamento” genérico. Além disso, a revista traz também uma breve História do Avião, com texto de José Marcos Pereira de Araújo.

É um começo caprichado para a série de revistas, e a história de papai, composta especialmente para a ocasião, não poderia ficar atrás. Em uma aventura que combina a aviação com os mistérios paranormais que dariam o tom da série toda, a primeira aparição do Capitão se dá em pleno ar, na cabine de seu avião, e já de saída em apuros.

O que se segue é uma trama perfeitamente fantástica, com referências ao clássico Buck Rogers, cujas histórias eram criadas e roteirizadas por Philip Francis Nowlan e ilustradas por Dick Calkins. De especial interesse é o último quadrinho da segunda página, que nos dá uma deslumbrante visão da civilização humana daqui 500 anos, com direito a cidades que flutuam no ar e discos voadores como meio de locomoção. Serão os “alienígenas” que supostamente nos visitam apenas humanos do futuro, com a capacidade de viajar de volta no tempo?

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O Disfarce Mais Rápido Do Oeste

História do Pena Kid desenhado pelo Peninha na redação de A Patada, de 1976.

Vamos, primeiro, aos trocadilhos e demais referências recorrentes nas histórias de papai para este personagem: ele tentava sempre citar mais ou menos os mesmos lugares como sendo a região onde as histórias acontecem. Assim, o “Desfiladeiro do Grande Canhão” é mencionado mais uma vez, como local de esconderijo do vilão.

Além disso, se o leitor olhar bem, poderá ver as estacas que escoram algumas das construções menos importantes da cidade, que na verdade são apenas fachadas, como em um set de cinema. (Seria interessante, aliás, se alguém tentasse fazer um mapa de Pacífica City e seus arredores, semelhante aos que existem para Patópolis).

Já o nome do vilão mestre em disfarces, “Kid Sfarce” é, obviamente, um jogo de palavras com “que disfarce”. Nos cartazes nas paredes da delegacia, mais piadas do mesmo tipo. Temos um “Kid Bananeira”, cujo cartaz faz o leitor até querer virar a revista de ponta cabeça, e um certo “Juan, El Horrible”, cujo nome pode ser traduzido do “portunhol” para “Ivan, o Terrível”. Além de ser o nome e alcunha de um antigo imperador russo, é também uma maneira velada que papai encontrou para “assinar” esta história que é, decididamente, uma obra prima.

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É nela que aparece a famosa cena do “tire esse lago daí”, que cito em meu livro, por exemplo.

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Enquanto isso o Peninha, em sua função de desenhista de quadrinhos, está especialmente “atacado” hoje, alfinetando a todos na redação. Primeiro faz o banqueiro Patatinhas perder todo o seu rico dinheirinho, para desgosto do tio e patrão Patinhas, e depois começa a pegar no pé do primo Donald. Só que, aqui, a história tem uma reviravolta inesperada, e o comportamento do “grande quadrinista” Peninha muda de acordo.

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O interessante é que a suposta trama principal, uma bastante óbvia perseguição a um bandido também bastante óbvio, é o que menos importa no meio de toda essa sátira sobre o processo de criação de uma história em quadrinhos. Mas isso não quer dizer que o desfecho não será tão hilário quanto surpreendente.

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O Roubo Do Grande Gorgonzola

História dos irmãos Metralha, de 1979.

Hoje papai volta ao tema do “grande diamante famoso que dá um azar danado em exposição à mercê de ser roubado”, mas como sempre arranjando os elementos clichês clássicos de maneiras novas.

A história é cheia dos pequenos detalhes, alguns mais óbvios, outros menos, alguns mais hilários e outros até bastante educacionais, como a explicação que o Vovô dá para o nome do diamante em questão. O “diamante que dá azar” é, como sabemos (ou pelo menos acreditamos), o Hope, que em algum momento na História pertenceu a um senhor chamado Henry Hope. De resto, os diamantes famosos geralmente recebem o nome do local onde foram encontrados, como o Cullinan, por exemplo.

Para unir os dois conceitos papai inventa um “Barão de Gorgonzola”, que teria sido o proprietário do diamante. Na verdade, Gorgonzola é o nome da localidade na Itália onde esse tipo de queijo foi inventado. Mas isso não quer dizer que não existam alimentos com o nome de pessoas, é claro. Um exemplo disso é o famoso (e delicioso) chá “Earl Grey“, uma homenagem ao Conde Charles Grey, que foi Primeiro Ministro da Inglaterra nos anos 1830.

Mas há outros detalhes interessantes: a cena onde o Azarado diz “desculpe a ignorância do Metralha” é uma referência a um programa de TV popular naquela época chamado “Planeta dos Homens”, onde um personagem com cara de macaco repetia o bordão “desculpe a ignorância do macaco”, de vez em quando.

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A música que os Metralhas cantam ao sair do esconderijo não precisa de explicações, e “Casa do Chapéu”, que dá nome à chapelaria da história, é uma expressão geralmente usada quando se quer mandar alguém “àquele lugar”. É papai burlando as regras da Disney de novo e colocando “palavrões velados” em suas histórias.

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Serenata Ao Luar

História do Zé Carioca, de 1976.

Os homens brasileiros, decididamente, já foram mais românticos. Nos anos 1970 a tradição de se fazer serenatas ao luar sob a janela da namorada já estava se perdendo à sombra dos arranha-céus, mas ainda persistia em algumas cidades menores e na imaginação de papai, que era grande fã desse gênero musical.

A canção que ele aparentemente cita no primeiro quadrinho deve ser tão antiga que não chegou à era da internet. Eu acredito que deve ser uma letra real, porque ele conhecia várias dessas canções, e poderia citar qualquer uma delas. Não precisaria inventar. Mas outras sobreviveram e chegaram até nós, também antigas, como esta, de Vicente Celestino.

O Zé, que até trabalhou hoje para poder comprar flores para a sua namorada, não sabe cantar nem tocar violão, mas está disposto a tudo para agradá-la. O Nestor, como sempre um bom amigo, também não sabe tocar, mas está disposto a ajudar. O resultado é tão romântico quanto hilário.

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(A partir daqui temos um SPOILER sério, mas não dá para comentar esta história sem ele. Esteja avisado.)

 

 

 

No fim o namoro do Zé nunca esteve em risco, e o rapaz sob a janela da Rosinha era um colega de um curso de teatro. Eles estavam apenas ensaiando. O interessante é que a cena da suposta peça de teatro, que tem por nome justamente o título desta história, é uma adaptação de Shakespeare. Mais precisamente, da cena do balcão de Romeu e Julieta, transposta para a tradição brasileira da serenata.

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A Terrível Armadilha

Esta é a primeira história escrita por papai – no início de 1987 – para o Estúdio Ely Barbosa. Foi anotada na lista de trabalho com o nome de “A Grande Armadilha” e publicada pela Editora Abril na revista Turma da Fofura número 1.

Bem no estilo das histórias de mistério de papai, esta já se inicia com o splash panel mostrando o ponto alto do suspense da trama, somente para em seguida voltar no tempo e mostrar como tudo começou. Isso serve para despertar o interesse do leitor rapidamente, antes de submetê-lo a um início de história necessariamente um pouco “parado”, que de outro modo talvez não conseguisse prender sua atenção por muito tempo.

Nene armadilha

O resto é um clássico  mistério policial ou de detetive. Nada é o que parece ser, e à medida que a turminha investiga o caso, novas pistas, que finalmente levam à solução, vão surgindo no lugar das pistas falsas do início.

As placas, com uma aparente troca de posição que faz com que a placa onde está escrito “aqui também não” seja lida antes do que aquela onde está escrito “não entrem aqui” é uma piada interna que alude a uma visita de nossa família alguns anos antes ao Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera.

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Lá, entre belas peças de arte e mobiliário, havia algumas placas que buscavam orientar o visitante. Uma delas dizia justamente “aqui também não”, enquanto outra, logo em seguida mandava: “não pise aqui”. Aparentemente, a ordem delas havia sido trocada, ou fomos nós que fizemos um trajeto dentro da sala que os organizadores da exposição não previram.

Outra placa, esta ao lado do tanque de carpas coloridas, divertiu a nós crianças com seus dizeres bastante diretos em português um pouco desajeitado: “deixa peixe em paz” (sic). Seja como for, funcionava. Não vimos ninguém mexendo com os peixes.

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Um Bolo Na Festa

História das bruxas, de 1979.

Em gíria, a expressão “deu bolo” significa que algo deu errado, falhou de alguma maneira, ou se transformou em uma grande confusão. No caso desta história, estaremos lidando com todas essas definições ao mesmo tempo.

É época de festa novamente em Bruxópolis, e bruxos do mundo inteiro estão se reunindo para participar de corridas de vassouras voadoras, concursos de bruxedos, e demais atividades afins. Algumas bruxas gostam da brincadeira, mas outras (como a Maga e a Min) ficam perfeitamente entediadas com isso tudo.

Pensando nisso, o Bruxomestre, que é o organizador da coisa toda, resolve inovar com um concurso de bolos à moda mortal, ou seja, feitos sem usar magia. Para quem está acostumada a ter todo o serviço de casa feito com a ajuda de bruxaria, isso será realmente um desafio, o que só vai aumentar a confusão, é claro.

Bruxas bolo

Na verdade existe na bruxaria da vida real, e especialmente na religião Wicca, uma modalidade de “magia na cozinha“, que tem toda uma abordagem bastante peculiar aos quatro elementos clássicos e às propriedades sobrenaturais de ervas, temperos e demais ingredientes.

Bruxas bolo1

Voltando à história, ela acaba sendo uma mistura de comédia pastelão, com bruxas caindo de cara nos bolos o tempo todo, com um festival de tombos e encontrões, especialmente com a Maga e a Min sendo atropeladas pelo Bruxinho Peralta e sua vassoura a jato pelo menos uma vez em quase todas as páginas. Há também um elemento das antigas brincadeiras de casinha das crianças de outrora, mas se eu disser o que é, vou estar dando spoiler…

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O Morcego Espião

História do Morcego Vermelho, de 1974.

Publicada uma única vez, esta é uma verdadeira raridade. Ela conta inclusive com um bando de novos vilões criados por papai especialmente para a ocasião, e que nunca mais foram usados por ninguém.

O Bando dos 15 Espiões, chefiados por um obscuro Dr. Bentevi, todos vestidos de preto dos pés à cabeça, está espionando a tudo e a todos em Patópolis. Eles passam os dias escondidos pelos cantos tentando ver e ouvir o que interessa a eles, e seus métodos podem ser até mesmo bastante ousados.

MOV Bentevi

“Bem-te-vi” (ou Bentevi, como grafado nesta história) é o nome popular de um pássaro muito comum no Brasil e em quase todo o Continente Americano. No folclore do Brasil há várias lendas sobre ele, desde uma que se parece bastante com a lenda do Quero-Quero e a Sagrada Família até outras bastante macabras.

Seu canto soa aos ouvidos humanos como uma onomatopeia, que nos países onde ele ocorre recebe diferentes interpretações. Desde o “aviso” de ter visto uma pessoa, o que no passado causava arrepios às crianças mais crédulas e paranoicas um pouco, que julgavam estar sendo insistentemente vigiadas pelo pássaro onde quer que fossem, até “qu’est-ce qu’il dit” que, na Guiana Francesa, é a pergunta “o que foi que ele disse?”.

“Bentevi”, portanto, parece ser um bom nome para um arqui-espião, já que o pássaro está em todos os lugares ao mesmo tempo e vê tudo o que se passa, inclusive anunciando isso para qualquer pessoa que quiser ouvir.

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O Século Das Luzes

Este é o quarto (depois sexto) episódio da História de Patópolis, de 1982.

O “Século das Luzes“, a rigor, é como ficou conhecido o Século XVIII (de 1701 a 1800), que foi caracterizado pela consolidação e desenvolvimento das ideias progressistas do Renascimento. Também a rigor, ele terminou em 1789, com a Revolução Francesa, mas a verdade é que a influência das ideias cultivadas nesse período se estendeu fortemente por todo o século XIX, no finalzinho do qual esta história se passa.

Já a comoção toda a respeito da passagem de um cometa, supostamente logo antes da virada do Século, de XIX para XX (e papai faz aqui a conta certa: a virada de um século para outro se dá do ano “0”, para o ano “1”, ou seja, o século XIX terminou em 31 de dezembro de 1900 e o século XX se iniciou em 1 de janeiro de 1901), se parece bastante com todo o pânico que se desenvolveu por ocasião da passagem do Cometa Halley, mas isso aconteceu somente em 1910.

Em compensação é verdade que, em 1900, algo como 17 cometas foram observados próximos à Terra. Assim, “ajustes históricos” à parte, qualquer um desses cometas poderia ter causado uma confusão em Patópolis, quase uma década antes do que aconteceu no mundo real.

A trama em si continua contando a História de Patópolis e sua emblemática Pedra do Jogo da Velha, aqui usada por um inescrupuloso antepassado do Professor Gavião para semear o pânico na cidade, como se fosse, aliás, a pedra do Calendário Maia que supostamente previa o fim do mundo em 2012. Seria este mais um lampejo da “imaginação profética” de papai?

Patopolis Luzes

Outras piadas históricas mais sutis têm a ver com o antepassado do Professor Pardal e seus inventos. Em um canto do laboratório dele pode ser visto um protótipo do projetor sonoro para cinema (que na época em que a história se passa já existia mas era perfeitamente mudo), insinuando que ele já teria inventado o cinema sonoro uns 30 anos antes de sua popularização no mundo real.

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Além disso, vemos também um protótipo de aparelho televisor, e uma pequena alfinetada em uma das maiores emissoras do país. Papai não era muito fã dessa coisa toda de TV, e a chamava de “máquina de fazer loucos”.

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Os Clandestinos

História do Sacarrolha, de Primaggio Mantovi, publicada pela Editora Abril na Revista Sacarrolha número 30, de janeiro de 1976.

O tema do Circo, além de ser universal e não estar preso a um único país ou região, dá ensejo a uma infinidade de histórias, sempre com muito movimento e confusão. Foi exatamente por isso que Primaggio o adotou, aliás.

Uma característica dos circos é que eles estão sempre em movimento, viajando de uma cidade a outra, de um país a outro. Na verdade, Primaggio nos conta, com a ajuda de vários outros argumentistas, e papai entre eles, a história de dois circos: o Gran Circo Kabum, de Sacarrolha e sua turma, e o Circo Trapassa, de uma turma de trapaceiros que vivem para seguir o pessoal do bem para todo lugar, sempre na tentativa de atrapalhar ou levar alguma vantagem.

Mas quem segue os outros, especialmente se motivado pela inveja, tem o inconveniente de estar sempre um passo atrás, o que certamente nunca leva a nada de bom.

Hoje, no afã de seguir o Circo Kabum até mesmo em uma viagem de navio, os integrantes do Circo Trapassa elaboram um trabalhoso plano para se aproveitar da confusão dos preparativos para a partida e entrar clandestinamente na embarcação, como se fizessem parte da trupe da qual são rivais.

Sacarrolha Clandestinos

Como é comum nas histórias de papai, o plano é bom e se inicia bem. Mas, como não existe plano perfeito, logo a coisa degringola, para o deleite do leitor e desespero dos personagens maus. O fato é que o Sacarrolha e seus amigos são bons, mas não são bobos. Já os maus podem ter seus lampejos de esperteza, mas sempre serão irremediavelmente burros.

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Hotel Bom Pra Cachorro

História do Peninha, de 1980.

O pato abilolado ataca novamente com mais um empreendimento maluco, um hotel para cachorros, desta vez. O raciocínio por trás da coisa toda é até bem lógico, afinal, com a vida das pessoas cada vez mais corrida, muita gente precisa ter onde deixar o animal de estimação de vez em quando.

Mas o real problema, como sempre, é a execução da ideia. E a execução, também como sempre, se dá de modo totalmente amador e improvisado na casa do Pato Donald, que é a vítima predileta do Peninha para esse tipo de maluquice.

Peninha hotel

O objetivo do argumentista, hoje, é criar a maior confusão possível. Esse é o tipo de história que, quanto mais caótica, mais engraçada fica. E para potencializar a confusão e o tamanho da encrenca que vai acabar sobrando para o Donald que, afinal, é o dono da casa, papai faz questão até mesmo de “dar” uma cachorrinha para a Margarida, uma mini poodle de nome Fifi e que aparece somente nesta história.

A única coisa que nenhum dos personagens levou em conta (e que papai coloca como pivô da discórdia e da bagunça) é o fato que a casa do Donald é território do Ronrom! E, em território de gato, cachorro nenhum pode se dar bem por muito tempo. Tentando resolver – a seu modo, é claro – o impasse para seu dono enquanto ele não está, o Ronrom terá um papel crucial em ajudar a armar a confusão, e também, muito contra a vontade, na solução da coisa toda.

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A expressão “bom pra cachorro” significa algo que é muito bom, bom demais, talvez com a palavra “cachorro” usada em substituição a outra palavra menos publicável e mais usada em ambientes menos distintos. O problema é que, com o passar do tempo, tudo quanto é nome de filme, pet shop, e até mesmo pet hotéis para o “público canino” acabaram usando este clichê “engraçadinho” mas nada original.

De qualquer maneira, como todo clichê, virou uma “expressão consagrada”. Além disso, aqui nesta história, há também a sugestão de que nem tudo o que é bom “para cachorro”, é bom para outras espécies de animais, ou mesmo para seres humanos.

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