O Mistério Do Vale Verdejante

História de Donald e Sobrinhos, publicada pela primeira vez em 1981.

(Sim, achei mais uma revista “perdidona” entre as outras. É também a última, e desta vez tenho certeza.)

Então. O interessante é que esta história foi escrita em 1972 (está entre as 100 primeiras que ele escreveu para a editora), comprada em 1974 (provavelmente após alguma reformulação pedida pelo editor) e publicada… em 1981!

Não era comum, mas realmente aconteceu de algumas histórias ficarem “engavetadas” por longos períodos, especialmente por motivos relacionados à política da época ou outra polêmica. Já outras, provavelmente, foram simplesmente esquecidas, mesmo.

Foi certamente por achar que a história não seria publicada que, em 1974, papai escreveu outra semelhante para a turma do Zé Carioca, chamada “O Monstro do Lago Neca”. Esta segunda foi, sabe-se lá por quê, comprada no mesmo ano e publicada no ano seguinte. Em todo caso o monstro, e o racional por trás dele, seguem a mesma lógica.

A história poderia muito bem se chamar “A Besta do Vale Besta”, ou simplesmente “A Besta do Vale”, e seria até mais engraçado, mas papai resolveu caprichar um pouco mais.

O que acontece é que muitos lugares têm um nome “oficial”, que está nas placas e nos mapas, e outro popular, pelo qual ele é bem mais conhecido. Em Campinas, por exemplo, quem chegar perguntando ao povo nas ruas como se chega ao “Parque Portugal” pode ter problemas para chegar lá. Muito mais fácil e rápido é perguntar pela “Lagoa do Taquaral”, que todo mundo conhece. Obviamente, trata-se do exato mesmo lugar.

A manutenção do “nome popular” de certos lugares se deve à tradição, ao costume, à rejeição do povo por um nome oficial imposto que não é “simpático” (como o nome de um político malquisto), ou às características percebidas do lugar ou de seus habitantes. É este último o caso, hoje.

O local é um ótimo pesqueiro e se chama “Vale Verdejante”, mas o nome popular é “Vale Besta”, porque lá todo mundo é meio “metido a besta” por causa da abundância de peixes.

Os sobrinhos até que tentam entrar na brincadeira, mas o Donald tem pouca paciência para gracinhas, de quem quer que seja. Em todo caso, ele mesmo logo se verá às voltas com o monstro. É nesse momento que os meninos resolvem investigar, resolvendo o mistério.

A Máquina Do Tempo Perdido

História do Lampadinha, de 1983.

(Sim, eu achei mais uma revista “perdida” no meio da coleção). E sim, você leu certo: esta história é muito mais do Lampadinha do que de qualquer dos outros personagens, o Professor Pardal incluso.

O que papai faz, aqui, é inverter a “ordem natural das coisas” estabelecida por Carl Barks: na maioria das histórias deste tipo, a ação é do inventor maluco e de seus coadjuvantes, e o robozinho é a diminuta estrela de uma trama paralela que corre literalmente em segundo plano e ao pé dos quadrinhos.

Hoje veremos algo diferente: a trama principal, a da máquina do tempo para curtas viagens ao passado, mais exatamente ao dia anterior, cede um espaço considerável à trama “secundária”, que acaba ganhando a mesma importância dentro da história.

A luta do Lampadinha contra as formigas chega a dominar de tal maneira a coisa toda, que o Donald, o Peninha e o Tio Patinhas nem aparecem. Eles, a princípio, são meramente citados pelo Pardal em uma conversa por telefone e na continuação tudo o que se vê deles são os diálogos nos balões.

Esta é mais uma daquelas “sacadas” geniais de papai, que, ao que tudo indica, com o tempo passou a ter um sentimento especial pelo pequeno e humilde ajudante robótico.

Se estivesse vivo, ele estaria completando hoje 78 anos de idade. Eu peço a você, leitor destas linhas, que dedique a ele um momento de oração.

Obrigada.

Moda, Modismos e Modelos – História inédita

Nunca publicada, esta história foi escrita por papai em Israel em 12 de abril de 1993 e tem seis páginas.

Na época, a Editora Abril estava trabalhando com histórias nacionais e revistas próprias para três personagens, a saber: o Urtigão, a Margarida e o Zé Carioca. Pelo menos, foi isso o que encomendaram. Aqui temos o rafe original, a lápis sobre papel gentilmente cedido pelos colegas do Instituto de Seguridade Social de Rehovot. O nome que ele usou é a transliteração do nome dele como ficou na grafia hebraica, em seus documentos israelenses.

Esta história trata de como se faz para “lançar moda”. Uma pessoa um pouco “criativa demais” na maneira de se vestir pode até passar por ridícula, mas a roupa esdrúxula de uns pode se transformar na próxima moda de outros em um piscar de olhos. E a ideia nem é tão inusitada assim. Na China em 2014 uma senhorinha foi fotografada usando uma roupa parecida com a de seu cachorrinho, e há até, aqui mesmo no “lado brasileiro” da internet, pet shops que vendem roupinhas e acessórios coordenados para dona e bichinho de estimação.

Já pensou se a moda pega? Interessante é a menção à “TV Patinhas”, um desenvolvimento bastante lógico dos empreendimentos jornalísticos do velho pato, depois de tantos anos.

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Tenho o prazer de anunciar um novo livro, que não é sobre quadrinhos, mas sim uma breve história do Rock and Roll. Chama-se “A História do Mundo Segundo o Rock and Roll”, e está à venda nos sites do Clube de Autores agBook

Inventos Fraudulentos

História do Professor Pardal, de 1983.

O tema, aqui, é definitivamente “fraude”. Não apenas os inventos que estão sendo vendidos na rua são fraudulentos, porque são inventos defeituosos vendidos baratinho como se fossem bons, mas também a própria pessoa que os está vendendo, apesar de se parecer perfeitamente com o Pardal, é um tipo de fraude.

Mas isso é algo que, em um primeiro momento, o leitor não vai saber. Nem o leitor, e nem os personagens, que serão todos levados no bico, e não por acaso. A coisa começa a se esclarecer quando vão, todos os cidadãos lesados de Patópolis, ao mesmo tempo até a porta da casa do inventor para reclamar. É aí que o leitor atento verá uma silhueta que pode muito bem passar despercebida por olhos menos alertas, e que é a chave para tudo.

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Já a pista do que possa ser o “invento secreto”, roubado do laboratório assim que a porta se abre, está nos nomes do cliente que o encomendou e da cidade onde ele mora. “Nitrus” e “Glicerius” vão lembrar, para quem conhece um pouco de química, tem bons conhecimentos gerais, ou era fã de quadrinhos e dos desenhos animados que passavam na TV naqueles tempos, a palavra “Nitroglicerina“, e também não por acaso.

Outro detalhe interessante nesta história, que já é alicerçada em tantos deles, é uma rara trégua entre Donald e Silva. Eles chegam a concordar, enquanto colaboram com o inventor e o resto da turma para tentar entender o que havia acabado de acontecer.

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E como também acontece frequentemente, há toda uma ação secundária protagonizada pelo Lampadinha, enquanto a trama principal se desenrola. Isso tudo junto, com toda certeza, fará o leitor voltar atrás e folhear a história várias vezes, em busca de todos os detalhes que deixou escapar, alguns deles bastante discretos, mas não menos engraçados.

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O Trevinho Da Sorte

História dos sobrinhos do Donald, de 1978.

Que o Gastão e o Donald estão sempre brigando pela atenção da Margarida, isso todo mundo sabe. Mas o que pouca gente sabe é que, neste triângulo amoroso, não são só a Margarida e o Donald que têm sobrinhos. O Gastão também tem o seu, um obscuro personagem criado no exterior em 1955 de nome Trevinho, que tem a mesma sorte enervante do tio.

O Trevinho aparece em apenas três histórias, e a única história brasileira onde ele é usado é esta aqui, de papai. Portanto, neste momento declaro que esse fato o torna, oficialmente, o “santo padroeiro dos personagens Disney obscuros e esquecidos”. 😉

Como em muitas tramas do Zé Carioca, esta se baseia na falastronice dos personagens principais. É o famoso “eu e minha grande boca”, mesmo que isso não seja dito pelos personagens em momento algum. Mas o leitor sabe, e já começa a rir desde o terceiro quadrinho.

Trevinho

Outra característica do Trevinho em comum com seu tio é a desonestidade, a mesma que levou o Gastão a oferecer tomates às tartarugas do Donald em “A grande corrida de tartarugas”, já comentada aqui. Mas é claro que eles não se consideram desonestos. No entender deles, estão apenas “dando uma mãozinha à sorte”.

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É claro que a trapaça não ficará impune, e por isso o patinho sortudinho não vencerá a competição com os meninos pela atenção das meninas. O problema é que, assim como frequentemente acontece com o Gastão, até mesmo quando ele tem azar ele acaba tendo sorte, para o desespero dos patos menos afortunados.

Outro personagem que participa desta história, e somente desta história (e portanto foi criado por papai), é o Professor Mikowsky, um estudioso de micos raros, daí o “miko” no nome.

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A Grande Corrida De Tartarugas

História de Donald e Sobrinhos, de 1977.

O pato chega em casa e encontra os meninos brincando com um filhote de jabuti, que eles estão tentando treinar para uma corrida de tartarugas que haverá em Patópolis. A ideia é mais ou menos a mesma que a do torneio de aeromodelos, de 1973, que eu já comentei aqui.

O interessante é que o Zizo, o bichinho dos meninos, existiu de verdade e era um dos nossos animais de estimação. Ficava escondido entre as folhagens de um dos jardins da casa em Campinas, e só saía de seu esconderijo uma vez por semana, mais ou menos, em busca de alimento. Eu conto a história do pequeno quelônio com mais detalhes na minha biografia de papai, aliás.

E para uma tartaruga, até que ele era bem rápido, mesmo. Ao brincar com ele um dia meu irmão e eu chegamos a nos admirar do quanto ele conseguia correr, e esse foi, muito provavelmente, o ponto de partida para esta história.

Voltando à trama, os prêmios da tal corrida são bons, e o Donald resolve comprar uma tartaruga “de verdade” (já que ele não considera a dos meninos grande e forte o suficiente para ganhar a corrida) para competir e aumentar as chances da família de ganhar, já que ele está precisando do dinheiro do prêmio. Só que o Donald não apenas compra um animal de corrida: ele dá a ela o nome de Gertrudes, e dá-se a entender que ela certamente se juntará ao Zizo como animal de estimação da casa após o evento.

Enquanto isso o Gastão, que (coisa rara) está em maré de azar, também resolve participar. Ele compra outro jabuti grande e rápido mas, ávido pelo prêmio, nem ao menos se preocupa em dar um nome ao bicho. Isso, para quem gosta de animais, é perfeitamente imperdoável. Além disso, ele está disposto até a trapacear para ganhar (para ele, sinal de que sua sorte teria voltado), e isso também não é algo que passe impune numa história Disney.

Quem conhece tartarugas sabe que elas só se dispõem a correr se estiverem realmente com fome. Mas como conseguem passar longos períodos sem comer, não é exatamente uma maldade atrasar um pouco o dia da alimentação delas.

É sabido também que tartarugas mais velhas são maiores e mais fortes, certamente, mas também são mais pesadas. Por outro lado, os filhotes são mais leves, mas podem não ser tão fortes. Parte da motivação da história é a indagação de papai sobre mais ou menos como isso tudo influenciaria na velocidade da corrida dos bichos, mas a intenção principal é na verdade “fazer festinha” para o Zizo, e para os próprios filhos, por tabela.

A cena da trapaça do Gastão, em seis quadrinhos, é a chave para toda a trama (note-se a falta de fome misteriosa do Zizo e o arbusto com frutinhas silvestres próximo à tartaruga do trapaceiro), e ponto central do “plano” de meu pai para fazer o humilde e pequeno Zizo ganhar a corrida e ser aclamado como herói, no final.

PD Zizo

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Furos E Mais Furos

História de Donald e Peninha na redação de A Patada, escrita e publicada uma única vez em 1972.

Quer dizer, não exatamente os dois na redação de A Patada. O Peninha acaba de ser demitido, enquanto o Donald continua no emprego. Mas depois de um pouquinho de drama, eis que o Peninha encontra trabalho num novo jornal que apareceu na cidade, chamado “A Patolice”. Com a ajuda do Peninha, “tolice” é o que não vai faltar para publicar, certamente.

O interessante é que ele já tem uma certa fama no jornalismo da cidade, e o novo editor, que pode estar começando, mas conhece o mercado e tem tino para negócios, fica entusiasmadíssimo com ele. E não importa se a matéria que levou à demissão do jornalista abilolado não era verídica. O fato é que vendeu jornais, e para o novo chefe, é isso que importa.

Furos

Ao se esforçar para encontrar uma pauta sobre a qual escrever, o repórter acaba encontrando com o Donald que, inadvertidamente, dá a ele o “furo” no qual estava trabalhando. O fato é que o Donald está tão acostumado em ter o primo por perto, trabalhando com ele, que nem desconfia que está dando a dica para a concorrência. Nem mesmo quando A Patolice começa a dar furos e mais furos antes de A Patada, ele se toca. Donald e Patinhas só vão se dar conta do que está acontecendo depois de muito prejuízo para o jornal, o que força o velho muquirana a contratar o Peninha novamente.

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Esta é uma história que trata de coisas como ética e concorrência no jornalismo, e é também a primeira que papai escreveu sobre o tema. Ela ainda carrega uma marcada influência das histórias estrangeiras escritas sobre o Peninha Jornalista até aquele momento, e serve para estabelecer a identidade inicial do Peninha na profissão (e no imaginário de papai), inclusive justificando sua presença na redação de A Patada: além de ser criativo (mesmo que escreva tolices de vez em quando), o que ele escreve vende exemplares nas ruas e (na opinião de seu sempre supersticioso Tio Patinhas), “dá sorte” a ele e ao seu jornal.

E por falar em um milhão de exemplares vendidos, eu alegremente aceito a sua ajuda para tentar chegar lá. 😉 Meu livro pode ser encontrado no site da Editora Marsupial (http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava) ou na Comix (http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=23238)

A Vingança do Dr. Apolo Issão

História do Morcego Vermelho, publicada originalmente em 1983.

Na verdade ela foi escrita em 1978, logo após a primeira história publicada para este inimigo do Morcego, mas os editores acharam por bem mantê-la na gaveta por algum tempo, talvez porque o próprio texto nos informa que esta história se passa “alguns anos depois” da primeira.

Este deveria ser o dia da soltura do bandido, e o alvará do livramento condicional já está até lavrado e datilografado, mas a simples menção ao nome do herói faz o bandido surtar e fugir pela janela. Ele além disso passa a história toda sem conseguir pronunciar, e nem mesmo escrever, o nome do herói que ele tanto odeia.

MOV Vinganca

Ele então volta ao antigo esconderijo, num ferro-velho abandonado, reativa sua máquina de fazer monstros, e começa a criar máquinas malucas. A primeira delas ainda se parece bastante com as da história anterior, mas com o passar dos quadrinhos, elas vão se sofisticando. Até “fom-fom” elas fazem agora, tão hilárias quanto (quase) amedrontadoras. Já o monstro mecânico criado especialmente para atacar o Morcego, além de também fazer fom-fom, é particularmente sofisticado, e lembra um gladiador romano.

MOV Vinganca1

Papai vai brincando com as palavras, além do já conhecido trocadilho com o nome do vilão e o conceito de poluição. Agora também temos a repetição, em vários momentos, dos adjetivos “horrível, sinistro e pavoroso”, assim, sempre juntos e nesta ordem, às vezes no singular e às vezes no plural, para adicionar graça de um modo geral. Com pequenas variações, essas palavras aparecem em várias outras histórias de sua autoria para descrever os vilões e suas criações do mal, como por exemplo o “terrível, horrível e pavoroso” em A Volta do Monstrengo, já comentada aqui, de 1977.

Ele também aproveita para “fazer uma média” e se retratar com o Lampadinha, que na história anterior contra este vilão teve apenas uma pequena participação e logo foi “estapeado” para fora do quadrinho (e da trama). Desta vez ele terá um papel mais central e importante, surpreendente mesmo, mas só vai saber exatamente o que ele vai fazer quem correr já à banca de revistas mais próxima e sair de lá com o seu exemplar do Zé Carioca 2405.

E há o meu livro, também. Ele está esperando por vocês na Comix, ou no link: http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava

Faça Você Mesmo

História do Donald e do Peninha, de 1977.

Sempre que o Peninha vai visitar o Donald, alguma confusão acontece. Desta vez o Donald, que nunca foi lá muito sortudo, está especialmente sem sorte. Foi passar uma roupa nova, o ferro queimou a roupa e depois fundiu, e por causa disso um fusível da caixa de luz queimou também, o que deixou o pato de roupa de marinheiro sem luz.

É aí que, para desespero do Ronrom, chega o Peninha com um livro chamado “Faça Você Mesmo”, que ensina a fazer reparos domésticos, inclusive elétricos.

P&D reparos

O problema é que o tal livro dá uns conselhos muito estranhos sobre como trocar resistências e fusíveis. Mas como está no livro, ou seja, (supostamente) passou por um editor e um revisor, o Donald resolve confiar e seguir as instruções, com resultados previsivelmente desastrosos.

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É a versão em quadrinhos do velho conselho: “crianças, não façam isso em casa”. Para os adultos, é uma lembrança para não irem confiando logo em qualquer dica de gambiarra, mas sempre contratar um profissional para fazer o serviço.

O mais curioso é que o Peninha parece conhecer muito bem o livro. Mais curiosamente ainda, a ordem dos verbetes sobre cada tipo de conserto doméstico segue uma “lógica” típica do “jeito Peninha de pensar”. Será que… (nah, não poderia ser, não é mesmo?) Ou será que esse livro não foi escrito por um especialista, mas sim por um certo pato abilolado que todos nós conhecemos?

No final, fica a mensagem: mais importante do que não fazer gambiarras no conserto da eletricidade em casa, é verificar sempre muito bem se a fonte das informações que vocês recebem é confiável. Não vá acreditando logo de cara em qualquer livro ou site da internet. Pesquise sempre de fontes confiáveis.

Isso, aliás, nos leva ao meu livro que, modéstia às favas, foi muito bem pesquisado, redigido e revisado, e está esperando por vocês na Comix, ou no link: http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava

A Moda Turbilhão

História do Donald e da Margarida, escrita em 1976 e publicada pela primeira vez em 1978.

A coisa toda gira em torno de uma enorme peruca ruiva que a Margarida comprou como sendo o “último grito da moda”, e do desconforto do Donald (e dos homens em geral, já que o pato representa o “homem comum”) ao ter de lidar com a sensibilidade e os modismos femininos.

O penteado alto em formato de espiral também não ajuda, e agora mais do que atrair olhares por onde vá, a Margarida está também dando sustos por onde passa, com efeito hilário. E de susto em susto, a peruca também acaba sendo útil, mas não exatamente do jeito que a Margarida poderia ter esperado.

moda turbilhao

Fica então a pergunta, para reflexão: o que é moda? Quem dita a moda, quem diz o que é ou não uma roupa ou um acessório popular, ou chique, um símbolo de refinamento social e cultural que todos(as) vão querer usar?

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E já temos a data de lançamento do meu livro, juntamente com os outros dois da Série Recordatório: dia 31 de janeiro, a partir das 13:00, no Memorial da América Latina como parte dos eventos que acompanham a cerimônia do Prêmio Ângelo Agostini. Vejo vocês lá!

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