História do Mickey e do Esquálidus, publicada uma vez só no Brasil, em 1976.
A abertura desta história é uma referência a uma das primeiras aparições do Esquálidus nos quadrinhos, de 1947. Mickey e seu amigo estão na entrada da caverna onde se encontraram pela primeira vez, quando um acontecimento similar ao da primeira história faz o rato cair num buraco e ir parar na cidade do outro, que parece ficar na Terra Oca, ou algo semelhante.
E já que eles estão lá, o Esquálidus convida o Mickey para um passeio. A primeira surpresa da história é o material de construção da cidade, que é toda feita de diamante. Depois, vem o fato de que é só pensar em algo de que se está precisando, e essa coisa se materializa do ar.
Feitas as apresentações à cidade e seus habitantes, incluindo os membros das famílias do Pflip e do Próprio Esquálidus, alguns até então inéditos e criados por papai especialmente para esta história, como o Juiz Armandinho e o Vovô Esquálidus, é hora de inserir alguma tensão na trama.
Uma pergunta que não quer calar é: como tudo o que se deseja aparece do nada? Num mundo tecnológico como esse, que está 500 anos à frente do nosso, o fato não pode simplesmente ser explicado por magia. É na verdade uma máquina que capta os pensamentos dos habitantes e materializa tudo. (Daí que deduzo que esse deve ser, também, o segredo do calção do Esquálidus, de onde ele tira uma coisa após outra, não importa o tamanho. É possível que ele tenha uma miniatura dessa máquina, ou talvez até uma super conexão Wi-Fi com ela, que leva dentro de sua única peça de roupa para todo lugar.)
Mas o caso é que o Mickey, desacostumado com essa coisa de usar seus poderes mentais, acaba causando um mau funcionamento na máquina. O problema é que lá isso é crime, e ele será julgado e condenado, já que o tal juiz não sabe o que é um julgamento justo. O rato, que não conhece a severidade de seu crime, nem a da punição que deverá receber, fica bastante ansioso. Só que esta é uma história da Disney, não se esqueçam disso.
Por fim, é preciso encontrar uma maneira de tirar o Mickey de lá. O Esquálidus pode subir flutuando de volta pelo buraco, mas para o rato isso está fora de cogitação. A verdade é que as maravilhas da cidade e as peripécias dos personagem são tantas, que o leitor até se esquece desse “detalhe”.
É nessa hora que papai aproveita para “amarrar” o resto das pontas soltas da trama, como o estranho aparelho com aparência de cadeira elétrica e os cacos de diamante que se desprendem dos prédios da cidade (e que lá são considerados lixo) que o Mickey insistiu em guardar no bolso.
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