História do Zé Carioca, publicada em 1983.
Passada durante um baile de Carnaval, é talvez a melhor história de papai sobre o tema. Ele começa nos ensinando que o antigo Carnaval de rua se chamava Entrudo, e nos ambienta numa recriação dos antigos Carnavais do Rio de Janeiro, organizada pela Rosinha para um baile beneficente.
A história toda é meio cantada, e meio falada, quase como em uma “opereta em quadrinhos”. Já de início papai nos presenteia com a letra original de uma marchinha que, com o desuso do Entrudo, mudou de letra ao longo das décadas. Aquilo que nós poderíamos cantar, hoje em dia, como “viva eu, viva tudo, viva o Chico Barrigudo” era originalmente cantado “viva eu, viva o Entrudo” etc.
Mas nem tudo é alegria nesta festa, e logo a turma descobre que os Anacozecos também estão no salão, de olho no cachê que o Zé ganhou para tocar bumbo e fazer o papel de Zé Pereira no baile a fantasia. Hoje também aprendemos que seus nomes são Arnaldo, Arlindo, Tadeu e Asdrúbal. Além disso, temos um novo personagem, o J. J. Peli Cano, um enorme pelicano que é o novo tesoureiro da Anacozeca.
Assim começa uma grande correria pelo salão no meio da festa, entre tropeços, encontrões, trocas de fantasias e cantigas de Carnaval, muitas cantigas de Carnaval. São tantas, na verdade, que nem dá para citar todas aqui.
As cantadas pela turma do Zé são clássicas marchinhas, ora escolhidas a dedo pelo conteúdo de suas letras, ora com as letras modificadas para fazer troça dos cobradores, enquanto que as dos Anacozecos têm as suas letras invariavelmente trocadas, para que tenham todas, como tema, “cobrar o Zé”.
Apesar da confusão, há pouco lugar para o Zé fugir, mesmo dentro de um salão tão grande, e ele acaba sendo pego. Será que o Zé vai ser finalmente cobrado? Em pleno Carnaval?