Biquinho Na Terra Do Nunca

História do Biquinho, publicada pela primeira vez em 1985.

Achando que poderia ser uma boa ideia, Peter Pan manda Sininho levar o Biquinho para a Terra do Nunca, sem imaginar o tamanho da encrenca que está “comprando”.

Como diz a própria Sininho, o Biquinho não passa de um patinho ainda amarelo. E mesmo assim, a coisinha arma o maior rebuliço no navio dos piratas: para começar, solta a caríssima Ave do Paraíso do Barrica e prende a si mesmo na gaiola em seu lugar.

Mas nem mesmo a gaiola é uma limitação para o Biquinho, sua criatividade indisciplinada e suas “artes”: ele morde dedos, pula pelo convés, voa com o pó de pirlimpimpim dentro da gaiola mesmo, e nenhum dos piratas consegue pegá-lo. O próprio Peter, quando finalmente chega para socorrer o patinho, tem dificuldade em chegar a um acordo com o pestinha, que só faz o que quer.

Biquinho piratas

A Sininho é chamada por ele de todas as variações possíveis de seu nome: sineta, campainha, badalinho, e por fim sinusite e sinuca. Nem o crocodilo “tic tac” escapa: após engolir o patinho com gaiola e tudo, é obrigado a cuspi-lo, porque a praguinha faz cócegas em sua barriga… por dentro! E quando o Biquinho sai, ainda leva consigo o despertador que o monstro engoliu, todos esses anos atrás.

Com o pestinha por perto, nada é sagrado. É a completa “subversão” da Terra do Nunca e de todas as características tradicionais da história clássica do Peter Pan. Com o Biquinho por lá, a Terra do Nunca corre o risco de “nunca” mais ser a mesma.

Biquinho piratas nunca

O uso indiscriminado do jargão naval aprendido nos livros de aventura aparece nesta história também, como era costume de papai em todas as histórias que escrevia sobre o tema. “Dobrões de oito”, “Arriar a mezena”, “Todos a bombordo”, são algumas das palavras de ordem que o Biquinho grita, de brincadeira.

Além de tudo isso, a história tem também uma referência “cultural” aos tempos em que foi escrita. Naquela época havia um irritante comercial das canetas “BIC“, que se tornou uma espécie de mania nacional. Depois dessa campanha publicitária, qualquer pergunta, a qualquer pessoa, sobre a grafia de uma palavra, passou a receber essa resposta “engraçadinha”. A partir daí, perguntar “como se escreve” passou a ser um mico e caiu em desuso. Pena.

Biquinho piratas caneta

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