A Laranjada Mecânica

História do Professor Pardal, de 1974.

Esta história é um exemplo de como se faz comédia com elementos de livros e filmes de terror. O título da história é uma referência a “A Laranja Mecânica”, filme de 1971 de Stanley Kubrick, adaptado do romance de Anthony Burgess de 1962. Já a máquina em si tem qualquer coisa do Frankenstein de Mary Shelley, de 1818, da lenda do Golem de Praga, ou até mesmo da fábula do Aprendiz de Feiticeiro, no sentido que a engenhoca criada para ser útil e produzir laranjada (sem, aliás, espremer uma única laranja que se possa ver) acaba se voltando contra o seu criador e inundando a cidade.

Como, exatamente, uma máquina relativamente pequena consegue produzir todo esse mar de suco permanece um mistério.

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Mas mais do que tudo, a máquina se volta mais contra o ladrão que a roubou, do que realmente contra o seu criador, que sabe como desligá-la. Neste caso, o Professor Gavião estaria então “fazendo o papel” de Aprendiz de Feiticeiro, mesmo, com a inundação e tudo.

Detalhes interessantes são a “sala das pequenas preocupações”, onde o Lampadinha se preocupa andando em círculos até fazer um buraco no chão, no estilo Tio Patinhas, e as camas flutuantes. A do Pardal se mantém no ar por meio do que parece ser jatos de ar comprimido, enquanto que a do Lampadinha é sustentada por bexigas de hélio, do tipo usado em festas de aniversário de criança.

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