Marinheiro Só

História do Zé Carioca, de 1973.

Há um antigo ditado que diz que não se deve subir num navio sem antes saber para onde ele está indo, e esta parece ser a base da trama. O nome desta história vem de uma canção tradicional de Capoeira, que pode ser ouvida aqui.

As coisas acontecem mais ou menos como consequência umas das outras, uma situação vai levando a outra, até que, por um belo acaso, tudo no final se ajeita.

O Zé está fugindo de um cobrador, que o persegue até o cais do porto. Lá, o papagaio entra num navio e é tomado por marujo, numa situação que nos lembra as clássicas aventuras de piratas que papai costumava ler quando criança, como por exemplo “A Ilha do Tesouro”.

ZC Cap Arara

Ele até pensa em pular e voltar nadando, mas até aí o navio já está longe do cais e o tal cobrador está lá à espera. O jeito é ficar, e dar um duro danado como marujo, se bem que meio contra a vontade. É só aí que o Zé lembra que está mesmo sem dinheiro, que não faria diferença se o cobrador o alcançasse, e começa a imaginar se precisava mesmo estar ali. O problema é que o Zé descobre um pouco tarde demais que o navio está levando uma perigosa carga de nitroglicerina que pode explodir a qualquer momento.

ZC Nitroglicerina

Marinheiro de primeira viagem, primeiro se amotina contra o trabalho e é mandado descascar batatas, só para ter uma crise de enjoo e ser preso no porão juntamente com a carga explosiva. É só quando a tripulação abandona o navio por causa de uma tempestade que pode mandar tudo pelos ares que o Zé consegue se soltar e chegar ao convés.

É neste momento que os acontecimentos convergem para algo tão aleatório que se assemelha a alguma forma de providência divina: O Zé fica preso no timão, e seu corpo serve de contrapeso para a oscilação causada pela tempestade, controlando o navio e impedindo a explosão.

O Capitão Arara pode até ser “uma arara” (no sentido de ser muito bravo), mas também sabe ser grato, e leva o Zé de volta ao porto no Rio. Surpresa maior vai ter o cobrador, que ficou lá esperando, Mas é surpresa…