História do Biquinho, de 1986.
O título se refere a uma velha expressão popular: “história”, ou melhor, “conversa (mole) para boi dormir” é o mesmo que inventar mentiras em sequência para tentar enganar alguém.
Hoje papai associa o conceito com as histórias noturnas contadas às crianças pequenas pelos pais ou tios com a característica do Biquinho de ser difícil de colocar para dormir e com um antigo conto de fadas chamado “Os Três Cabelos de Ouro do Diabo”, dos Irmãos Grimm.
Há toda uma arte e uma ciência por trás dessa coisa toda de se contar histórias para dormir, na verdade. Mais do que o teor da história em si, especialmente para crianças bem pequenas, o que realmente vale é manter um tom de voz calmo e pausado, para que a pessoinha ali na cama se acalme e durma. Daí a associação com a conversa para boi dormir.
Para crianças mais velhas um pouco, a repetição de uma mesma história, noite após noite (ou várias vezes em seguida em uma mesma noite) também tem um efeito calmante por causa justamente da previsibilidade. Saber a história de memória, poder prever o que vai acontecer e até declamar os diálogos, dá à criança uma sensação de segurança. (Mas, até que a história se torne realmente familiar, alguns “acidentes de percurso” podem acontecer.)
Mas é claro que para toda regra existe uma exceção, e hoje ela se chama Biquinho. E papai “empresta” ao patinho toda a criatividade que ele mesmo tinha quando criança, nos tempos em que inventava finais alternativos (e frequentemente muito mais engraçados) para as histórias que ouvia.
Só que, para o Biquinho (e para a diversão do leitor), isso nem sempre é uma coisa boa.
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