O Fabuloso Dr. Von Xato

História do Pena Kid, publicada pela primeira vez em 1984.

Aparentemente, o “preço” que papai precisou pagar pela volta do personagem, que ficou algum tempo na geladeira por vender menos que os outros, foi a transformação do seu querido Alazão de Pau em cavalo de verdade, como o que vemos nesta história.

O cavalinho de madeira era uma parte essencial da concepção de papai para o personagem, e ele recebeu a decisão do pessoal do estúdio de modificar o alazão como se fosse um tapa na cara. Não gostou nem um pouco, mas foi obrigado a fazer as mudanças exigidas, mesmo que a contragosto.

É uma nova fase do personagem, na qual os meta quadrinhos produzidos na redação d’A Patada já não existem mais e o Pena Kid não é mais o Xerife de Pacífica City, transformando-se em vaqueiro errante (outras mudanças impostas a papai pela redação, que ele também detestou).

Chateações à parte, o tema desta história é algo que também vem do universo dos filmes antigos de caubói: a figura do vendedor itinerante de unguentos e tônicos de todos os tipos, que prometiam muita coisa, mas na maioria das vezes não passavam de charlatães. Dizem, aliás, que a própria Coca Cola era no início um desses tônicos, até que alguém teve a ideia de adicionar água gasosa ao xarope e vender como refresco.

O nosso herói encontra a carroça abandonada de um desses vendedores na entrada de uma cidadezinha e resolve, ingenuamente, devolver. A comédia de erros começa quando ele é confundido com o charlatão, e continua com ele sendo preso e levado ao tribunal para ser conde… ah, quer dizer, julgado pelo crime de levar uma cidade inteira no bico.

Uma curiosidade está no nome da cidade, Catafalco City. Eis que “catafalco” é nada mais e nada menos do que um estrado, ou estrutura semelhante, frequentemente feita de madeira, sobre a qual se coloca o caixão de um defunto durante o velório.

Pena Kid Catafalco

As cidades de velho oeste que papai inventava sempre tinham nomes desse tipo, que remetiam ao ambiente violento dos filmes de de bangue bangue. O catafalco é o que espera o Pena Kid, se o povo da cidade conseguir levar a cabo a sua vingança contra o charlatão, mesmo que equivocadamente.

Mas é claro que um herói não pode terminar assim, e o verdadeiro “Dr. Von Xato” (preciso mesmo explicar o trocadilho?) aparece para desfazer o mal entendido, libertar o Pena Kid… e criar mais uma grande confusão.

Pena Kid Xato

E o pobre Alazão, agora não mais de pau, se vê reduzido à nada nobre condição de explorado puxador de carroções alheios, um mero coadjuvante, onde em tempos de glória havia sido um ser mágico, personagem que dividia o papel principal com seu cavaleiro.

Pena Kid Alazao

Penado, O Espírito Que Desanda

História do Pena das Selvas, publicada em 1984.

Este é um alter-Ego “duplo”, quer dizer, é um alter-Ego do Pena das Selvas, que é um alter-Ego do Peninha. A ideia é que, assim como o Peninha se transforma no Morcego Vermelho, o Pena das Selvas se transforme em Penado, o Espírito que Desanda. Só que, bem no estilo do Morcego Verde, alter-Ego do Zé Carioca, todo mundo sabe quem ele é.

Trata-se, é claro, de uma paródia de um clássico dos quadrinhos dos anos 1930: Fantasma (The Phantom), o Espírito que Anda. O trocadilho aqui é com a palavra “alma penada”, que também é sinônimo de fantasma. Até o uniforme do nosso “genérico” é parecido com o original, além de vários outros elementos “emprestados”, como o lobo que acompanha o herói, e nomes como Guran, o chefe dos pigmeus e amigo do Fantasma.

O caldo aqui começa a engrossar quando o bruxo-doutor da aldeia reconhece o Pena das Selvas fantasiado como uma figura mítica que é esperada há séculos, e passa a tratá-lo de acordo, ao ponto dos nativos amigos do pato também passarem a acreditar que o Pena realmente se transformou.

Penado

Como não poderia deixar de ser, uma história de um personagem nesse estilo não seria completa sem a presença de piratas (aqui com a participação especial do Capitão Gancho e sua tripulação), e da indefectível mocinha em apuros, uma certa Diana Palmeira, inspirada na Diana Palmer, namorada do Fantasma original.

O resto são as hilárias trapalhadas de praxe. Tantas, aliás, que o Pena logo desiste da ideia de “encarnar” o Penado algum dia novamente.

Penado piratas

O Chapéu Que Foi Pro Beleléu

História do Prof. Pardal, publicada em 1972.

Até mesmo um inventor esforçado como o Pardal precisa dormir. Mas nosso amigo, como todo bom “workaholic”, acaba adormecendo sentado à mesa de trabalho. Pior, com o Chapéu Pensador na cabeça. Pior ainda, próximo à janela aberta.

Outro “incansável” é o Professor Gavião, que vive rondando a casa do Pardal à espera da chance de roubar algum invento. E esta é a chance ideal: tudo o que ele tem a fazer é esticar as mãos pela janela e levar consigo para seu esconderijo o Chapéu Pensador, um dos mais queridos e úteis instrumentos de trabalho do inventor do bem.

A princípio o Pardal fica preocupadíssimo, sem saber – ao contrário do leitor – o que está acontecendo, e com poucas pistas. Algumas delas, inclusive, deliberadamente falsas e plantadas pelo ladrão para despistar. Já o Gavião parece estar em posição de vantagem.

Gaviao ultravisor

Interessante é a menção à transmissão em cores do parelho “ultravisor” (um super televisor movido a ondas mentais) que o Gavião inventa com a ajuda do Chapéu para espionar o Pardal. A TV em cores era uma coisa moderníssima para a época. Quase ficção científica. O fato é que a primeira transmissão oficial da televisão em cores no Brasil ocorreu em 31 de março de 1972, poucos dias depois que papai escreveu esta história (que foi publicada em novembro). Uma outra, experimental, aconteceu em fevereiro daquele mesmo ano. “TV em cores” era, naquele momento, o único assunto no país. Mas até que todos os brasileiros tivessem condições de ter aparelhos coloridos em casa, se passariam mais alguns anos.

Deslumbramentos televisivos à parte, a “guerra mental” entre o mocinho e o vilão segue quente, até que o Chapéu Pensador pifa, e vai “pro beleléu”, nas palavras do próprio ladrão. É aí que ele tem a “brilhante ideia” de levar o objeto de volta para ser consertado, e acaba preso.

Como ocorre com as “leis da magia”, uma mais esdrúxula que a outra, que papai costumava inventar para adicionar obstáculos e empecilhos às bruxas, aqui também o Chapéu é cheio de regras próprias, o que faz com que por definição ele seja eficiente apenas nas mãos do Prof. Pardal.

“A História dos Quadrinhos no Brasil” está esperando por você bem aqui.

Minha Sombra Me Assombra

História do Mickey e do Pateta, de 1973.

A história começa com o Pateta lendo “uma história de arrepiar”, e tremendo tanto de medo e nervoso que faz a casa toda tremer com ele. Quando o Mickey e a Minnie chegam para uma visita é revelado que o tal livro “de terror” é nada menos que a história da Chapeuzinho Vermelho. O Pateta morre de medo do Lobo Mau.

Pateta livro

Até aí, este é um começo bastante inocente para uma história com o Mickey, que geralmente pede um mistério para ser investigado. Mas tudo bem, porque com esse pequeno susto e piada inicial a atenção do leitor já foi fisgada. Então, quase imperceptivelmente, o caldo começa a engrossar: como quem não quer nada, e levando o leitor a acreditar que este é apenas mais um sintoma da patetice nervosa do Pateta, papai adiciona mais um elemento à “história de terror”. O grandalhão está com medo da própria sombra que, segundo ele, assume posições diferentes das dele próprio. Como isso é claramente impossível, nem o Mickey e nem o leitor dão muita atenção. Isso explica o título da história, com o trocadilho baseado no medo (assombro) que algumas pessoas têm de sombras, ou vultos, e que são muitas vezes elementos de histórias de fantasmas, por exemplo.

Pateta sombra

É só no dia seguinte, quando o Rato vai visitar novamente e é maltratado pelo grandalhão, que muito atipicamente lhe bate a porta na cara, que ele começa a desconfiar que algo está errado e decide investigar. Nesse momento, o caldo engrossa mais uma vez: a “sombra” do Pateta dá uma bordoada na cabeça do Mickey e o prende dentro da casa, juntamente com o Pateta e o… Gilberto.

Mas se o Pateta estava fora da casa e atacou o Mickey, o que ele está fazendo todo amarrado lá dentro? O Gilberto, então, parece ter caído de paraquedas dentro da trama. É quando o leitor está no auge da confusão que o mistério começa a ser solucionado: há um “sósia do mal” do Pateta na casa, e ele está atrás de algo que o Gilberto levou para lá.

Pateta mau

Com isso, o sobrinho se torna a causa de toda a confusão, e também sua solução. A Minnie volta à trama só para cair desmaiada de susto e distrair o bandido enquanto os amigos se soltam e dão a volta por cima. Apesar da semelhança física entre os dois Patetas, há um pequeno detalhe que faz toda a diferença, e que o leitor atento já percebeu. O Mickey, que não é bobo nem nada, também.

É preciso lembrar que esta é uma história de início de carreira, e que papai ainda não havia criado aquele jeito elegante de atar direitinho todos os fios da trama para depois puxar. Mas apesar de um ou outro ponto meio mal amarrado, como a história da bomba, que aparentemente serve apenas para justificar qual seria, afinal, o motivo que levou o bandido até a casa do Pateta, e qual é o objeto que ele procura tanto, ao que parece a história teve uma grande aceitação entre o público europeu, tendo sido republicada em Alemão, Inglês, Italiano, e até Finlandês e Sueco. Nada mau.

Nada má, também, é a “História dos Quadrinhos no Brasil”, e-book que eu compilei com os escritos de papai sobre o assunto, e que pode ser encontrado bem aqui.

Mágica Trágica

História da Maga Patalójika, de 1973.

A bruxa está tentando atingir o objetivo de sempre – tomar a moedinha Número Um do Tio Patinhas – com os métodos de sempre.

A palavra chave deste argumento é “recorrente”. Ela tenta por duas vezes obrigar o pato a dar a ela sua moedinha predileta da mesma maneira: antes de mais nada, ela faz uma poção poderosa que “avisa que está pronta” com uma baita explosão, e depois se disfarça para tentar chegar perto o suficiente de sua pretensa vítima. O plano é ameaçar o Patinhas com a maldição contida na poção, se ele não entregar a ela a moedinha.

Maga pocao

Engraçadas são as cenas nas quais a Maga tenta passar pelo Donald e pela secretária do muquirana, que têm ordens para não deixar ninguém entrar. Hipnotizado por um olhar maléfico, o Donald passa a se comportar como uma galinha. Já a Dona Maricota é menos sugestionável e precisa ser neutralizada por métodos menos sutis.

TP Donald Maricota

Mas é claro que o Tio Patinhas não é bobo, e além disso tem as suas defesas e truques. No final, como sempre, o feitiço acaba virando contra a feiticeira.

Estranhamente bonita é a cena da Bruxa sobrevoando o mar, à noite, adicionada à trama por papai para adicionar um quê de dramático e misterioso, e tratada pelo desenhista Sérgio Lima num estilo que me lembra xilogravuras japonesas.

Maga mar

A Volta De 00-ZÉro

História do Pato Donald, publicada em 1975.

Trata-se, muito provavelmente, da primeira história de 00-ZÉro e Pata Hari escrita no Brasil. Os personagens já eram conhecidos do público brasileiro há pelo menos 10 anos, das histórias estrangeiras traduzidas, mas certamente ganharam uma nova graça ao serem “adotados” por papai.

As muitas variantes do nome da personagem feminina, nos diferentes países em que ela é conhecida, são uma referência a Mata Hari, uma figura bastante controversa da história da Primeira Guerra Mundial. A variante brasileira é, além de tudo, um trocadilho muito engraçado. Pena que as chances são poucas de que papai tenha participado dessa escolha. Esse trocadilho é a cara dele.

O Donald vai ao cais do porto na função de repórter fotográfico de A Patada para fotografar um milionário estrangeiro que teoricamente estaria chegando a Patópolis, e acaba descobrindo que o suposto milionário e sua esposa são, na verdade, os agentes secretos disfarçados. Até o Lobo, que é um cão de pequeno porte, está disfarçado de gato.

00zero hari

A primeira das trapalhadas dos agentes na história acaba entregando o Donald nas mãos da Bronka, o que faz com que os heróis tenham de voltar para resgatá-lo. E isso, é claro, dá ensejo a mais trapalhadas, cenas de perseguição, tiros, quedas de aeronaves mutantes e demais confusões com engenhocas de todos os tipos, claramente inspiradas nas invenções usadas pelo Agente Secreto James Bond, o 007. Uma das mais engraçadas é certamente esta aqui:

00zero bolas

O interessante é que todos os agentes da Bronka têm o mesmo rosto de cachorro do nariz comprido, incluindo o chefe deles.

00zero qg bronka

E “A História dos Quadrinhos no Brasil” está esperando a visita de vocês, lá no site da Marsupial.

A Classe Dos Profissionais Sem Classe

História do Superpateta de 1975.

Desta vez, papai inventa toda uma turma de vilões, organizados em uma espécie de sindicato ou organização com o objetivo de se contrapor ao Superpateta. Ele inclusive deixou anotado a lápis, no quadrinho de apresentação da turma, os respectivos nomes e especialidades dos bandidos. Fiz até um scan com uma resolução um pouco melhor, que é para ver se dá para ler:

Prof sem classe

São eles: Dr. Estigma (presidente), Dr. Enigma (expulso do grupo), Dr. Temporal (especialista em refrigeração), Dr. Espectro (iluminação), Dr. Estelionato (falsificação), Dr. Zung (química), Dr. Mefisto (plásticos), Dr. Arrasarrasa (física), Dr. Biguebem (barulho), Dr. Morsa (armas), Dr. Calunga (mágica), e Dr. Versejão (também conhecido como Dr. Vivaldo).

Alguns deles foram pegos “emprestados” das histórias de outros heróis, como o Dr. Zung, originalmente um adversário do Morcego Vermelho inspirado em Dr. Jekyll e Mr. Hyde. O Morsa é inspirado em “A Morsa e o Carpinteiro” de Alice no País das Maravilhas. O nome “Temporal” tem algo a ver com tempo, ou clima. “Espectro” é uma referência ao “espectro solar”, resultado da “quebra” da luz branca nas sete cores do arco íris com a ajuda de um prisma. Diz-se que Isaac Newton, que fez a proeza pela primeira vez, achou que estava vendo um fantasma, e daí chamou a coisa toda de “espectro”. “Mefisto” é uma referência ao Diabo da tradição Cristã. De que modo isso estaria ligado a plásticos é um mistério para mim. “Biguebem” é uma referência ao Big Ben, que é o nome do sino do relógio (não do relógio, mas sim do sino, esse é o detalhe) que fica na torre do Palácio de Westminster, e que é um dos símbolos da Inglaterra. “Calunga” é um nome que vem da cultura afrobrasileira, e por isso está relacionado à mágica. E finalmente “Versejão” é um poeta sem inspiração. Versejar é fazer maus versos.

Os malvados colocam em prática um elaborado plano para atrair o herói até o esconderijo deles, onde planejam acabar com ele.

Mas a coisa não é assim tão fácil. Primeiro, o simples Pateta é um pouco, digamos “simples” demais, e demora a “se tocar” de que a poluição sonora que se abateu sobre Patópolis – na forma do toque de um sino super amplificado – precisa receber a atenção do Superpateta.

Prof sem classe pateta

A intenção de papai, certamente, era fazer com que o leitor ficasse angustiado com a burrice do Pateta, e torcendo pelo momento no qual ele iria finalmente se transformar e começar a investigar a coisa toda.(Aliás, note-se a sacola de compras na mão do Pateta, que saiu para comprar comida. Ele é um consumidor consciente, muito antes disso existir).

E quando o Super finalmente chega ao esconderijo dos vilões, a “poderosa” arma que eles prepararam não faz o efeito desejado, mas é o suficiente para ele finalmente perceber que alguém está tentando acabar com ele. Daí para a espetacular prisão dos bandidos é um pulo.

São tantos, e tão maus, especialistas nas mais diferentes ciências e artes malignas, mas na “hora do vamos ver” não dão nem para a saída. O bem venceu novamente, e com um pé nas costas.

Já passou pelo site da Marsupial Editora? O livro “de papai” sobre a História dos Quadrinhos no Brasil está lá esperando.

O “Rei” Da Califórnia

História do Zorro, publicada em 1975.

O Águia, pretenso “Rei da Califórnia” e grande inimigo do Zorro, é um personagem que papai trouxe para os quadrinhos da série de televisão original (de 1957) do justiceiro mascarado.

Como na série de TV, esta história se passa em uma época na qual o Capitão Monastério esteve afastado do comando militar de Los Angeles sob acusação de crimes mil, todos devidamente revelados e em maior ou menor grau evitados ou punidos pelo Zorro.

Quem está no comando então é o Sargento Garcia, um tolo de marca maior, adversário do Zorro apenas por força do uniforme, mas de modo geral simpático e bonachão.

É nesta conjuntura de coisas que o Águia, também conhecido como Senhor Varga, um homem misterioso e ambicioso, resolve se valer de um carregamento ilegal de armas contrabandeadas por ele para tentar tomar o poder e se auto coroar “Rei” da Califórnia, que no tempo da narrativa ainda não era parte dos EUA, mas estava sob domínio da Espanha, que é uma monarquia até os dias de hoje.

O plano do vilão e o roteiro da história são bastante diretos, não há grandes reviravoltas ou surpresas. A partir do momento em que Dom Diego, avisado por seu ajudante Bernardo, suspeita que há algo estranho acontecendo na cidade, a história segue em linha reta até a inevitável frustração dos planos do bandido.

Digna de nota é a sutileza de Dom Diego em influenciar o Sargento Garcia a investigar os forasteiros que estão conspirando na Taberna, e com isso começar a frustrar os planos do Águia, mesmo sem saber exatamente quais são.

Diego Garcia

Com seus capangas neutralizados, o vilão começa a ter de improvisar, e é aí que ele fica vulnerável ao ataque do Zorro. Um erro de um outro cúmplice leva à derrocada final, e à espetacular explosão da carga de armas contrabandeadas.

Zorro explosao

Só então o herói entende a extensão da conspiração original, mas isto agora não importa, já que com isso o vilão fica devidamente neutralizado, e a paz volta a reinar na Califórnia.

E “A História dos Quadrinhos no Brasil” está esperando por você no site da Marsupial Editora. Vai lá!

A Volta Do Biriba

História do Morcego Vermelho, de 1977.

Como vimos anteriormente, a mensagem “o Biriba esteve aqui”, é algo que papai adaptou de outro clássico dos quadrinhos, o Pafúncio. Nas histórias de meu pai, o Biriba se transformou num personagem  independente, um bandido sorrateiro e inimigo do Morcego Vermelho que se diverte deixando bilhetes sem ser visto.

Nesta história temos um mistério no estilo policial: o Biriba está preso, mas mesmo assim os bilhetes e mensagens começam a aparecer por todos os lados, em papéis presos à Lata de Lixo Morcego, e até em rabiscos nas paredes próximas.

MOV Biriba de novo

E pior, quando o herói tenta chamar o seu amigo Coronel Cintra para ver, as mensagens desaparecem! Até mesmo os bilhetes se transformam em mero papel em branco. A princípio o Coronel diz ao Morcego que ele precisa de umas férias. Diante de tudo o que está acontecendo, o herói chega até a concordar.

Quando a situação fica insuportável e o Morcego Vermelho começa a se convencer de que está realmente vendo coisas, ele, que é bobo mas não é burro, vê algo no bolso do homem que acaba de passar e desconfia de algo.

MOV Biriba cumplice

Preso o homem, não sem algumas trapalhadas, é claro, o mistério se resolve. Era um plano de vingança do Biriba para atormentar o Morcego, posto em prática por um cúmplice, e completo com uma caneta de “tinta mágica” que desaparece depois de algum tempo. Na época em que esta história foi escrita e publicada, aliás, qualquer criança sabia fazer essa tinta em casa.

Mas o Morcego não deixa barato, e também se vinga dos dois comparsas já presos, do jeito dele.

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