História da Fofura, de Ely Barbosa, publicada na revista Turma da Fofura número 15 em agosto de 1988.
A trama é uma síntese de todo o folclore sobre lobos na literatura, com “toques” de Mogli, Pedro e o Lobo e até mesmo Lobinho e Lobão, da Disney.
A “turba” de coelhos enraivecidos que persegue o menino lobo lembra algo saído de uma história de terror de caça a vampiros ou bruxas, mas é também um elemento do profundo medo desses terríveis animais que está enraizado na cultura européia, principalmente em áreas rurais, de onde vem também a história de Pedro e o Lobo. A saída do menino de casa, não para caçar, porque não caberia na proposta da Turma da Patrícia, mas para desarmar armadilhas de caça também lembra a mesma história.
Já a questão de ele ter se perdido na floresta e ido viver com os lobos é claramente uma referência à história de Mogli, o Menino Lobo, de Rudyard Kipling.
A coisa toda vai sendo trabalhada sempre com uma “pegada” ambiental, de condenação à caça e conservação da floresta e de seus animais, e é aí que entra também a referência a Lobão e Lobinho, já que o caçador malvado é na verdade pai do Menino Lobo (e não avô da criança, como em Pedro e o Lobo). Afinal, sabotar a caça aos Três Porquinhos é um dos “esportes” prediletos do Lobinho.
Por fim, temos a “conversão” do caçador malvado em protetor e veterinário dos bichos da floresta. Isso me lembra bastante uma história de Waldyr Igayara publicada (juntamente com A Tristeza da Cuca, já comentada aqui) na Revista Recreio 154 de 1972 chamada “Nina, a Enfermeira da Floresta”.
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