Livros para desenhar e pintar não são novidade, e a Editora Abril certamente publicou muitos deles, sempre voltados às crianças. Foi só recentemente que os adultos receberam “permissão” para voltar a pintar, e isso certamente está mexendo com a cabeça de todo mundo.
(Eu, por mim, sou totalmente a favor, já que adultos que desenham se sentem mais criativos, pessoas criativas são mais felizes, e pessoas felizes não torram a paciência de ninguém. 😉 )
Uma das séries de livrinhos para colorir lançadas nos anos 1970/80 foi a “Pintura Mágica com Água”, uma publicação com histórias variadas com ilustrações impressas com uma tinta solúvel em água muito parecida com a dos atuais lápis aquareláveis. Tudo o que a criança (ou não tão criança assim) precisava fazer era molhar um pincel macio em um copo com água, e diluir a tinta diretamente no papel. Assim a pintura “aparecia”, como mágica.
A Abril, aliás, caprichava. Os desenhos eram impressos em bom papel, e em apenas um dos lados, para que, se a tinta atravessasse para o outro lado da página, não mancharia o próximo desenho. Além disso, havia também uma linha picotada próxima aos grampos, para que o pintor pudesse destacar e expor suas criações.
Uma dessas revistas, a de número 6 da série, de 1980, tem uma história de papai impressa nas contracapas dianteira e traseira, e os desenhos para colorir de Ricardo Soares Corrêa da Silva são feitos como ilustrações para essa história.

Basicamente, o Tio Patinhas manda um bilhete ao Peninha, mandando que ele vá fotografar “as focas do Polo Norte”. O Peninha, animado com a oportunidade de viajar, pega o aviãozinho que está sempre à disposição de A Patada e sai voando em direção ao Polo Norte, guiado apenas por uma bússola. Logo ele descobre que a bússola está quebrada, e que ele pousou no lugar errado.

A seguir vem toda uma odisseia na qual ele vai trocando de meios de locomoção e visitando vários países, em um esforço para voltar a Patópolis. A história, é claro, é inspirada em clássicos da literatura infanto juvenil como “Cinco Semanas em um Balão“, e “Volta ao mundo em 80 dias”, ambas de Júlio Verne.
Mas, apesar de todo esse esforço, o Tio Patinhas não vai ficar nada contente… É que ele não explicou que as focas que o Peninha deveria fotografar não estavam no Polo Norte, mas sim no Zoológico de Patópolis.
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E como todos os dias, minha biografia de papai está à espera de vocês nas melhores livrarias:
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