Charge, 1980

Esta charge foi publicada em um jornal de Campinas, em 4 de março de 1980.

Há que se lembrar que o Brasil estava ainda sob o domínio dos militares que (podem até discordar e pedir a “volta” desse regime, mas o que vou dizer é a verdade) governavam o país ilegalmente e com mão de ferro desde 1964.

Qualquer mensagem “libertária” era muito mal vista pelos poderosos, numa época em que bancas de revistas eram atacadas a bomba por venderem os jornais que as publicavam, e jornalistas eram rotineiramente perseguidos e ameaçados por meramente dizerem a verdade.

Hoje em dia, o texto abaixo é visto como “auto ajuda”, espiritualidade, etc. No tempo da ditadura militar, era “subversão”.

04031980

Jacob Wizard, O Feiticeiro

Esta é uma longa história de suspense e aventura publicada em revista de mesmo nome (afinal, ela contém uma história só, de nada menos que 60 páginas) pela Editora Roval em 1970. Argumento de Ivan Saidenberg, e desenhos de Moacir Rodrigues, incluindo a capa.

Jacob Wizard

A Narrativa se inicia no ano de 1300, quando Jacob Wizard já era um homem adulto e andava pelo burgo fictício de Barunzel vestido com uma longa capa preta e chapéu de abas largas, aos gritos de “vade retro, bruxo” do populacho ignóbil. Os burgos eram as primeiras cidades medievais europeias, e seus habitantes, predominantemente comerciantes e artesãos (em contraste com os agricultores moradores dos feudos), eram chamados “burgueses”.

Jacob Wizard1

Acompanhado de seu gato preto, de nome Gazam, ele estuda com coração puro e muita sinceridade alquimia e ocultismo em busca da fórmula do famoso elixir da longa vida. Numa tenebrosa noite ele recebe uma misteriosa visita, e o aviso de que querem matá-lo. Em seguida, este mesmo estranho visitante o salva da fogueira da inquisição, diz ter mais de mil anos de idade, e revela a ele todos os seus segredos, incluindo a fórmula do elixir.

Jacob Wizard11

 

Este é o início de uma aventura cheia de reviravoltas que logo dá um salto de mais de 500 anos, para os anos 1960/70. Na atualidade o feiticeiro ainda está vivo, graças ao elixir mágico, juntamente com Gazam, seu inseparável gato de estimação. Mas não é só ele que está vivo. Adolf Hitler, o arqui-inimigo da humanidade também está, visivelmente mais velho, e com a ajuda de mais alguns nazistas remanescentes e de um cientista sequestrado, tenta conquistar o mundo novamente.

Jacob Wizard20

A presença dos nazistas nesta história se baseia em teorias da conspiração dos anos do pós guerra que diziam que Hitler na verdade sobreviveu ao bunker em Berlim e se refugiou na América do Sul, e também na suposta existência de uma “arma total”, que os nazistas teriam pretendido usar para destruir o mundo, caso perdessem a guerra.

Jacob Wizard51

A batalha final entre o ocultista do bem e o mal supremo é terrível, mas no final o bem vence, como deveria. E mais interessante ainda, o poder do feiticeiro é tamanho que ele consegue fazer tudo por projeção mental, sem sair um só segundo de seu laboratório secreto. Mas mais do que tudo, a prova da pureza do coração de Jacob Wizard é que ele ama tanto seu gato de estimação que deu a ele, também, o elixir para beber.

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A Paixão Do Pedrão

História do Zé Carioca, publicada uma única vez em 1984.

O tema, aqui, é “dia dos namorados”. Todo mundo na vila está namorando. O Zé com a Rosinha, o Nestor com a Gilda, e até o Afonsinho, com uma moça de aparência bastante desengonçada, como ele próprio. Todos, quer dizer, menos o Pedrão. Esse é o “do contra”. Não tem namorada, e acha que não precisa, que é “perda de tempo”, e que é melhor ir cuidar de sua granja em vez de ficar de namoricos.

A “granja” é a área em volta da casa do Pedrão, que é um pouco mais afastada das demais casas da Vila Xurupita. Lá ele plantou um pomar, completo com jaqueira e bananeira, além de goiabas e outras frutas comuns em plantações desse tipo nas casas do interior (e até das cidades) dos tempos de infância de papai, frutas essas que o Zé adora “pegar emprestado” de vez em quando. Esse pomar já foi mostrado com mais detalhes em histórias como “O Caso das Frutas Furtadas”, já comentado aqui. Para a área merecer a denominação de granja, o Pedrão provavelmente está criando galinhas no quintal, também.

O caso é que é dia dos namorados e o Zé precisa retribuir o presente da Rosinha, mas como sempre – está sem dinheiro. Por isso ele tem a ideia de fazer uma aposta com o Pedrão, que se acha “imune” às coisas do amor, e até arma um truque para fazer o amigo se apaixonar ainda naquele mesmo dia e pagar o presente que ele quer dar à namorada. Mas a verdade é que nem vai ser preciso planejar tanto, e nem mesmo passar a perna no proprietário da granja de quintal. Ninguém é realmente imune à magia do amor, especialmente no dia dos namorados.

A chegada de uma parente do Nestor criada por papai em 1982, a bela Prima Vera (um jogo de palavras com a estação do ano “Primavera”) vem a calhar para o plano. O duplo “V” no nome da viação no ônibus no qual ela chegou (e como mulher sofre! Lembrem-se, rapazes, respeito não é favor, é obrigação) é uma abreviação de “Viação Vai e Volta”.

ZC Paixao

O tanque na área de serviço da casa do Pedrão também é algo que era comum em casas do país inteiro, e que tínhamos, nós também, na nossa casa em Campinas. A diferença é que, em casa, essa área era coberta e fechada. Esses elementos visuais não são coincidência, nem inserção do desenhista. Papai tinha o maior cuidado em dar um ar genuinamente brasileiro, e o mais autêntico possível, às histórias do Zé Carioca. A intenção era mostrar o Brasil como ele realmente é, e não de acordo com a “visão americanizada” das primeiras histórias do personagem, quando de sua criação.

ZC Paixao1

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Mistério No Sítio

História da Vovó Donalda, de 1975.

Para defender seu sítio a Vovó tem o mesmo temperamento do Tio Patinhas, incluindo o velho arcabuz. A arma é arcaica, de mira incerta e baixa potência, mas faz bastante barulho e fumaça e serve para afugentar intrusos.

Este é mais um daqueles mistérios nos quais o leitor é “convidado” a bancar o detetive da história, e papai usa todos os truques de distração dos livros de contos policiais clássicos, incluindo colocar um personagem parecido com o Fuinha (comparsa do João Bafo de Onça) no papel de xerife para confundir e desviar a atenção do verdadeiro culpado.

Donalda misterio

O problema é que o galo do sítio sumiu, e a vovó quer saber quem foi que roubou. E mais, temendo que o ladrão volte, e se sentindo insegura, ela se arma e fica alerta ao menor ruído, até mesmo quando está dormindo (de camisola e touca cor-de-rosa, lembrando um pouco a Vovó da Chapeuzinho Vermelho).

Donalda misterio1

No final a solução é simples, e o culpado pelo sumiço do galo na verdade é o personagem menos suspeito da história, como acontece também nas histórias policiais mais clássicas. Na verdade, a solução do caso do roubo do galo nem é a coisa mais importante na trama, mas sim fazer o leitor pensar um pouco, investigar, e se divertir com a trapalhadas do Gansolino.

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O Pogresso Chega Na Roça

História do Urtigão, de 1984.

Em meados dos anos 1980 teve início a “revolução tecnológica” no Brasil, com a chegada ao mercado de todo tipo de aparelho eletrônico, entre computadores domésticos, aparelhos de videogame conectáveis à TV, aparelhos de videocassete e jogos eletrônicos portáteis do tipo “tetris“. As perguntas que aqui se faz são: “o que é progresso?”, “tecnologia e progresso são a mesma coisa?” e “será que todo progresso é bom?”. Por isso a palavra grafada incorretamente de propósito no título da história.

“Rede Bobo de Televisão”, e “máquina de fazer loucos” eram os apelidos (quase) carinhosos que papai dava a certa rede de televisão brasileira e aos aparelhos receptores que permitem assistir às transmissões televisivas. Daí também o trocadilho com o nome de certo programa de TV dessa mesma “Rede Bobo”, voltado ao público das áreas rurais.

Urtigao pogresso

Até aí, a TV e os aparelhos eletrônicos em geral não são o fim do mundo, a não ser pelo fato de que exigem atenção total de seus expectadores ou usuários, e estão atrapalhando as atividades produtivas da roça, como a colheita do milho. Aliás, até a colheita vira um jogo do tipo tetris, nesta história. Pode até ser divertido, mas nenhum milho real é colhido. Sem uma boa colheita de verdade, que progresso pode haver na roça?

Urtigao pogresso1

(Gabiroba, aliás, usada aqui como interjeição, é o nome de uma fruta que dá, literalmente, no mato, e tem propriedades medicinais.)

Uma solução temporária para o problema da colheita cai literalmente do céu, mas é só uma questão de tempo até que a eletricidade volte e, com ela, o “pogresso” que hipnotiza pessoas e as faz esquecer de suas tarefas cotidianas e até mesmo dos jogos e brincadeiras tradicionais.

Mas engraçado, mesmo, de verdade, é lançar o nosso olhar contemporâneo sobre os gráficos eletrônicos de “ultima geração” de mais de trinta anos atrás. Mais curioso ainda é tentar imaginar o que dirão nossos netos da tecnologia que temos hoje.

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Enquanto isso, a minha moderníssima biografia de papai custa quase nada se comparada ao preço de uma noite na balada, está à espera de vocês nas melhores livrarias, e ainda por cima é útil para aumentar os conhecimentos gerais e preservar a memória da cultura brasileira, tão maltratada por certas redes de TV e suas máquinas de fazer loucos:

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E Agora, Mickey?

História do Pateta, de uma página só, criada em 1975 e publicada em 1982.

Trata-se de uma piada com tema “posto de gasolina” que explora o lado simplório do Pateta e sua tendência de levar as coisas muito ao pé da letra.

As “marcas registradas” de papai nesta historinha são representadas pelos trocadilhos e jogos de palavras que ele usava sempre. O nome do posto “H. Zoza” parece com um nome de pessoa, mas é também uma referência a “gasosa”, uma gíria que se refere à palavra “gasolina”.

Pateta Gasolina

Já a marca sobre a bomba de gasolina, “Osso”, é uma referência à marca Esso, que tinha muitos postos no Brasil naquela época.

A ação de se jogar o dinheiro diretamente dentro do tanque de gasolina é também uma crítica velada sob um manto de absurdo aos (porque não dizer – absurdos) preços da gasolina naqueles tempos (e desde sempre, na verdade). Hoje em dia, inclusive, se diria que “o preço da gasolina é osso“.

Alguns anos depois de escrever esta piada, e enquanto ela esperava pacientemente em alguma gaveta da Editora Abril sua vez de ser publicada, papai escreveu num jornal de Campinas uma paródia do Soneto da Separação, de Vinícius de Moraes, que começava assim: “De repente, meu carro foi prum canto, silencioso e branco como a bruma, pois gasolina não tinha nenhuma, já que o preço da dita é um espanto”.

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Esse Primo É Um Estouro

História dos Irmão Metralha, de 1976.

O Primo Bombinha é mais um daqueles personagens criados no exterior e adotados por papai. Além disso, quase todas as histórias brasileiras do personagem também são dele (exatas três, de um total de cinco). Uma particularidade deste membro da família Metralha (e de alguns outros poucos) é que ele não usa um número na camisa, mas sim a palavra “BUM”, como identificação.

Especialista em bombas  e explosivos, e surdo como uma porta por causa do barulho das explosões, ele vai a Patópolis para participar de um plano de assalto à Caixa Forte do Tio Patinhas com o uso de falsos cinturões bomba, perturbadoramente semelhantes aos dos homens-bomba muçulmanos da atualidade.

Incrível, também, como uma imagem dessas podia passar tão facilmente pelo crivo do código de ética. Bons tempos aqueles, nos quais era tão fácil imaginar um homem-bomba como algo “de histórias em quadrinhos”, ou seja, completamente irreal. A simples noção de um terrorista suicida era totalmente fora de qualquer realidade que se conhecia até então, meros três anos antes da revolução que derrubou o Xá da Pérsia e mudou o nome do país para Irã, com a instituição do governo islâmico.

Metralha bombinha

(Voltando à história em quadrinhos.) Como sempre, o plano é até bom, e tudo vai dando certo… até a metade do caminho. Também como sempre, eles acabam cometendo um erro bobo e o Patinhas, que é muito observador, acaba descobrindo qual é o truque. Além disso, a presença do Metralha Azarado 1313 não ajuda nem um pouco.

Metralha bombinha1

Nem é preciso dizer como a história termina, não é? Com todo mundo preso, e na mesma cela, ainda por cima. Mas até eles finalmente irem para a cadeia, provarão ao leitor, mais uma vez, que o crime não compensa.

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No Mundo Embananado

História do Esquálidus, de 1983.

Num enredo levemente inspirado em “Viagem ao Centro da Terra” de Julio Verne e nas teorias da “Terra oca”, papai nos leva em uma aventura subterrânea cheia de mistérios, intriga e reviravoltas.

Assim como o Mickey, o leitor passa metade da história sem entender direito o que está acontecendo, mas seguindo as pistas que levarão à solução da trama, que envolve o roubo de grandes quantidades de bananeiras inteiras da superfície. Além disso, o leitor também dará muita risada com as abundantes patetadas do Pateta ao longo dos quadrinhos, até que tudo seja finalmente revelado.

Mickey embananado

Apesar da aparência de macacos dos seres do Mundo Embananado (que nossos amigos tentarão imitar para não chamarem muito a atenção lá em baixo), de seu idioma de grunhidos, apetite por bananas e armas simples, como espadas e lanças, eles parecem ser uma civilização bastante desenvolvida, contando até mesmo com um magnífico palácio de ouro e poderosas máquinas de cavar túneis.

Mickey embananado1

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Volta ao Mundo em 8 Trapalhadas

Livros para desenhar e pintar não são novidade, e a Editora Abril certamente publicou muitos deles, sempre voltados às crianças. Foi só recentemente que os adultos receberam “permissão” para voltar a pintar, e isso certamente está mexendo com a cabeça de todo mundo.

(Eu, por mim, sou totalmente a favor, já que adultos que desenham se sentem mais criativos, pessoas criativas são mais felizes, e pessoas felizes não torram a paciência de ninguém. 😉 )

Uma das séries de livrinhos para colorir lançadas nos anos 1970/80 foi a “Pintura Mágica com Água”, uma publicação com histórias variadas com ilustrações impressas com uma tinta solúvel em água muito parecida com a dos atuais lápis aquareláveis. Tudo o que a criança (ou não tão criança assim) precisava fazer era molhar um pincel macio em um copo com água, e diluir a tinta diretamente no papel. Assim a pintura “aparecia”, como mágica.

A Abril, aliás, caprichava. Os desenhos eram impressos em bom papel, e em apenas um dos lados, para que, se a tinta atravessasse para o outro lado da página, não mancharia o próximo desenho. Além disso, havia também uma linha picotada próxima aos grampos, para que o pintor pudesse destacar e expor suas criações.

Uma dessas revistas, a de número 6 da série, de 1980, tem uma história de papai impressa nas contracapas dianteira e traseira, e os desenhos para colorir de Ricardo Soares Corrêa da Silva são feitos como ilustrações para essa história.

Peninha Pintura

Basicamente, o Tio Patinhas manda um bilhete ao Peninha, mandando que ele vá fotografar “as focas do Polo Norte”. O Peninha, animado com a oportunidade de viajar, pega o aviãozinho que está sempre à disposição de A Patada e sai voando em direção ao Polo Norte, guiado apenas por uma bússola. Logo ele descobre que a bússola está quebrada, e que ele pousou no lugar errado.

Peninha Pintura1

A seguir vem toda uma odisseia na qual ele vai trocando de meios de locomoção e visitando vários países, em um esforço para voltar a Patópolis. A história, é claro, é inspirada em clássicos da literatura infanto juvenil como “Cinco Semanas em um Balão“, e “Volta ao mundo em 80 dias”, ambas de Júlio Verne.

Mas, apesar de todo esse esforço, o Tio Patinhas não vai ficar nada contente… É que ele não explicou que as focas que o Peninha deveria fotografar não estavam no Polo Norte, mas sim no Zoológico de Patópolis.

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O Mágico De Ahs

História do Superpateta, de 1973.

A inspiração vem, da história do “Mágico de Oz” e da mais popular canção do filme de 1939, que era absolutamente adorado por papai, e que se inicia com a frase “em algum lugar além do arco-íris“.

Numa adaptação livre ele vai usando os diversos elementos do filme, mais especificamente o Mágico, que como na história original não tem poderes sobrenaturais mas é um mestre em tecnologia, e as figuras do leão, homem de lata e espantalho, aqui transformados em robôs que obedecem ao Mágico.

SP Ahs

Tudo começa com uma onda de misteriosos roubos em Patópolis: um misterioso arco-íris com uma nuvem em sua parte mais alta paira sobre instituições financeiras variadas, da Caixa Forte ao Banco de Patópolis, e some com quantias irrisórias de dinheiro. Na verdade, a intenção não é realmente roubar, mas atrair o nosso herói para que sirva de “bobo da corte” no ambiente criado dentro da nuvem.

Ela própria é de algodão doce, o arco-íris é misteriosamente sólido, mas também pode desaparecer num piscar de olhos, e os maravilhosos jardins são feitos de pirulitos, balas e doces, mais ou menos como na história de João e Maria.

SP Ahs1

É claro que o Super não pode ficar bancando o bobo dentro da nuvem para sempre e, ao perceber que o Mágico não é realmente mau, mas apenas um maluco solitário, resolve ajudar como pode. A solução encontrada satisfaz o Mágico, e todos terminam a história felizes e contentes.

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