O Arraial do Gordo

História do Gordo, de Ely Barbosa, criada em janeiro de 1988 e publicada pela Editora Abril na revista do personagem número 22 em junho do mesmo ano.

Esta é uma variação sobre um tema que papai já havia usado para o Zé Carioca muitas vezes no passado, em mais um resgate de antigas brincadeiras e tradições brasileiras, desta vez transposto para as crianças do Ely. Leve e divertida, tudo o que acontece nesta história poderia muito bem acontecer em uma dessas festas na casa de qualquer família, a começar pela turma do Jarbas entrando sem pagar.

Todo o conflito da história, aliás, vai girar em volta da rivalidade entre as duas turmas de crianças, com o Gordo fazendo tudo o que pode para tentar não deixar os penetras se divertirem demais às custas dele. Mas, é claro, “santo de casa não faz milagre”, e fica a lição de que ninguém deve fazer uma festa só para a própria diversão, mas sempre tentar proporcionar diversão aos outros, acima de tudo e em primeiro lugar.

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O Terrível… TRRR!

História da Patrícia, de Ely Barbosa, escrita em março de 1988 e publicada na revista da personagem número 21 em julho de 1988.

Hoje temos um “Cavaleiro Mascarado” e sua identidade secreta, o Furacão, primo do Terremoto, em mais um personagem que parece ter sido criado por papai para a turminha do Ely Barbosa.

A princípio tudo leva a crer que é o Terremoto, o terror do bairro, aprontando as suas traquinagens vestido com uma fantasia que lembra o Zorro, o Zorrinho (mas “do mal”), ou até mesmo o Mancha Negra das histórias Disney.

Será somente aos poucos, e depois de algumas reviravoltas, que a verdadeira identidade do pestinha da vez se revelará.

É uma espécie de inversão: desta vez serão as meninas que vão resolver o mistério, desmascarar e até mesmo punir o “bandidinho”. Só assim elas poderão finalmente participar em paz de seu concurso de beleza para bonecas.

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O Rei da Bateria

História do Gordo, de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista número 11 do personagem, em 1987.

A lista de trabalho nos mostra que o que vemos na revista é a quarta versão da história, que foi devolvida para reformulação algumas vezes. Mas papai não era de desistir facilmente de uma boa ideia, e continuou tentando até fazer algo ao agrado do editor. O leitor, é claro, agradece.

Toda banda de rock já começou fazendo só barulho, e música é o tipo de coisa que só se aprende a fazer fazendo. Mas até o candidato a músico conseguir fazer uma arte que se apresente, o som que ele vai produzir pode não ser nada agradável.

Em compensação, a definição de “arte” pode ser bastante flexível, especialmente se o aprendiz for uma criança:

Boa parte da trama estará relacionada essa busca do Gordo e sua turma pelo local ideal para ensaiar sem desagradar aos vizinhos, com aventuras e desventuras pelo caminho, até o simpático desfecho, que justifica o nome da história quando o personagem principal encontra finalmente um velho galpão abandonado e sem vizinhos para ensaiar.

Afinal de contas, a definição de “bateria” também pode variar bastante.

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Gostosuras e Travessuras

História do Nenê, de Ely Barbosa, escrita no início de 1987 e publicada pela Editora Abril na revista Turma da Fofura número 2 mais tarde no mesmo ano.

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Todo bebê passa pela fase de brincar com a comida, ou de jogar no chão tudo o que consegue pegar nas mãos (incluindo alimentos) só para ver onde e como cai. Como tudo o mais que pode acontecer durante o desenvolvimento de uma criança, isso também vai passar, mas algumas mães (e pais também) têm dificuldade de lidar, o que pode levar a situações francamente cômicas (ainda que, na hora, pareçam trágicas).

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A história tem influências mais óbvias, como a participação especial da turma das frutas e verduras do próprio Ely Barbosa, combinada com referências ao trabalho anterior de papai, como a história “Uma Tarde em Quidocelá”, ao conto de fadas João e Maria, ao Dia das Bruxas, e ao folclore brasileiro, com a presença do Bicho Papão em horripilante pessoa na forma de um dragão.

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Outra influência talvez menos óbvia vem do gato Garfield, de Jim Davis, na frase “não brinque com sua comida, a não ser que você possa comer os seus brinquedos”. Acho que foi mais ou menos nessa época (ou alguns anos antes) que meu irmão e eu lemos isso nas tirinhas do gato gorducho e rimos muito.

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Bolando as Trocas

História da Patrícia, de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista Patrícia número 7 em 1987.

Escrita por papai a partir de uma ideia de mamãe, ela apresenta uma maneira criativa de lidar com um dos maiores problemas da personagem principal, que é a falta de memória dela e a tendência de “trocar as bolas” por distração, o que faz com que ela não consiga transmitir recados verbalmente com coerência.

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Obviamente, essa é uma característica fundamental da personagem que não pode ser alterada definitivamente, já que é parte do que a torna engraçada. Mas é claro que sempre se pode “trabalhar” o tema e tentar encontrar soluções parciais ou temporárias

A mensagem passada é que sempre é possível estabelecer uma comunicação eficiente com outra pessoa, desde que se saiba como ela pensa e como compensar por suas limitações. Já que é inevitável que ela passe a mensagem errada, há essa necessidade de “bolar”, ou seja, planejar, as trocas de palavras, passando uma mensagem que ela será capaz de transmitir corretamente, mesmo com a confusão que costumeiramente faz.

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Histórias do Arco da Velha

História da Turma da Fofura, de Ely Barbosa, composta em setembro de 1987 e publicada pela Editora Abril na Revista da Fofura número 11 ainda no mesmo ano.

Hoje completamos sete anos sem Ivan Saidenberg. Peço a quem estiver lendo estas linhas que dedique alguns momentos de contrição em sua memória, obrigada

A trama é inspirada no filme “O Mágico de Oz”, com personagens como o Homem de Lata e o Espantalho, o Leão Medroso e o Mago, por exemplo. A ação se passa “além do arco-íris”, e para o papel de vilão é escalado o Mago Carranca, personagem da turminha.

Há até mesmo uma pitadinha de “Little Nemo in Slumberland” na primeira página, com a queda do Nenê da cama, acordando de um sonho. Papai não gostava de terminar histórias desta maneira, mas não via nada de errado em começá-las assim. Especialmente se o sonho em seguida se “derramasse” para a realidade, misturando-se com ela.

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Outro detalhe interessante está na última página, que é uma volta ao início da história. Este era o modo predileto dele de terminar histórias, mas aqui temos uma variação inusitada: o último quadrinho, cópia fiel do primeiro, é deixado sem cores e com um convite para que os leitores buscassem seus lápis de cor e soltassem a imaginação.

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Viva o Regime e… Abaixo o Gordo

História do Gordo, de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista “O Gordo” número 28, em 1987.

Tudo aqui gira em volta do peso e forma física do Gordo, que sofre bullying das outras crianças, na forma de xingamentos e até de exclusão social. E hoje ele fará de tudo para ser aceito, até mesmo um regime e exercícios.

Gordo regime

O nome da história é uma brincadeira com o de um programa de TV famoso na época, “Viva o Gordo (E Abaixo o Regime)”, estrelado por Jô Soares. Quando o programa surgiu o Brasil ainda vivia sob o Regime Militar, e esse nome tinha tanto a ver com a forma física do apresentador quanto com a política do país.

Todo esse esforço por um objetivo e o comportamento final do Gordo ao lado da mesa de doces na festa (de aniversário da Lena, para a qual ele quase não foi convidado por comer demais) me lembram bastante as histórias do Zé Carioca de papai. Pode ser a roupa verde, mas há bastante do caráter do Zé no Gordo.

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De resto, a história termina como começou, bem ao estilo de papai. É óbvio que um personagem que, por definição, é gordo, não pode ficar magro para sempre, e ele logo ganha novamente tudo o que perdeu. Mas é claro que valeu o esforço, e a experiência.

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A Terrível Armadilha

Esta é a primeira história escrita por papai – no início de 1987 – para o Estúdio Ely Barbosa. Foi anotada na lista de trabalho com o nome de “A Grande Armadilha” e publicada pela Editora Abril na revista Turma da Fofura número 1.

Bem no estilo das histórias de mistério de papai, esta já se inicia com o splash panel mostrando o ponto alto do suspense da trama, somente para em seguida voltar no tempo e mostrar como tudo começou. Isso serve para despertar o interesse do leitor rapidamente, antes de submetê-lo a um início de história necessariamente um pouco “parado”, que de outro modo talvez não conseguisse prender sua atenção por muito tempo.

Nene armadilha

O resto é um clássico  mistério policial ou de detetive. Nada é o que parece ser, e à medida que a turminha investiga o caso, novas pistas, que finalmente levam à solução, vão surgindo no lugar das pistas falsas do início.

As placas, com uma aparente troca de posição que faz com que a placa onde está escrito “aqui também não” seja lida antes do que aquela onde está escrito “não entrem aqui” é uma piada interna que alude a uma visita de nossa família alguns anos antes ao Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera.

Nene armadilha1

Lá, entre belas peças de arte e mobiliário, havia algumas placas que buscavam orientar o visitante. Uma delas dizia justamente “aqui também não”, enquanto outra, logo em seguida mandava: “não pise aqui”. Aparentemente, a ordem delas havia sido trocada, ou fomos nós que fizemos um trajeto dentro da sala que os organizadores da exposição não previram.

Outra placa, esta ao lado do tanque de carpas coloridas, divertiu a nós crianças com seus dizeres bastante diretos em português um pouco desajeitado: “deixa peixe em paz” (sic). Seja como for, funcionava. Não vimos ninguém mexendo com os peixes.

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O Lápis Mágico

História da Fofura, de Ely Barbosa, publicada em 1987 pela Editora Abril na revista Turma da Fofura 10.

Esta história revisita o tema das Garatujas Abomináveis, ou Rabiscos Terríveis, que papai criou para os quadrinhos Disney em 1976, em histórias já comentadas aqui. Mas, como sempre, esta não é uma mera cópia das outras histórias, e sim algo completamente novo e adaptado às características dos novos personagens.

Fofura Lapis

Na floresta tudo é paz (e talvez um pouco quieto demais), até que o Professor Libório empresta à coelhinha Fofura uma caixa de lápis de cor, para que ela faça um “teste” com eles. O problema é que ela se acha “gente grande” demais para ficar desenhando, e acaba passando os lápis para o Nenê e seu cão, o Lambão, que então começam a desenhar garatujas aos montes (aqui chamadas de “monstros”, simplesmente).

Fofura Lapis1

A graça da história são justamente as figuras desenhadas, que ganham vida e saem fazendo a maior algazarra pela floresta, assustando os bichinhos, mas sem causar nenhum dano maior. Se não fosse o preconceito da personagem principal com “meros” lápis de cor, e se já existissem os livros de colorir para adultos, talvez a Fofura tivesse enchido a floresta com flores e corações, evitando a bagunça.

E é por isso que é importante que os adultos também se dediquem a desenhar, afinal. Vai que a coisa toda cria perninhas e sai saltitando por aí… 😉

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Sa, Se, Si, Só… Supeta!

História da Fofura, de Ely Barbosa, publicada em 1987 pela Editora Abril.

Na lista de trabalho de papai o nome desta história tem um (T) ao lado, o que quer dizer que minha mãe deu a ideia, ou de alguma outra maneira participou do desenvolvimento da trama.

O personagem “Nenê”, como todo bom bebê que acabou de aprender a falar, fala pelos cotovelos, mas tudo errado. “Come” os R, ou os troca por L, Escovão vira “Estovão”, e por aí vai. A chupeta, sempre na boca, pode ter algo a ver com isso, mas a verdade é que, do ponto de vista do desenvolvimento do cérebro humano, crianças pequenas podem mesmo demorar um pouco para conseguir pronunciar corretamente algumas palavras.

E não há nada que se possa fazer a não ser continuar conversando com a criança normalmente até que ela descubra sozinha como falar todas as palavras. Isso acaba acontecendo naturalmente depois de algum tempo, mas alguns pais de primeira viagem acabam achando que conseguirão ensinar seus filhos a falar corretamente antes da hora, e acabam se frustrando com isso.

Fofura supeta

A coelhinha Fofura, que é também a professorinha da floresta, fica impaciente com a pronúncia do amiguinho e acaba cometendo o erro de querer ensinar o Nenê a falar por meio dos famosos “trava línguas“, o que acaba levando a uma série de situações hilárias.

Fofura supeta1

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