O Arraial do Gordo

História do Gordo, de Ely Barbosa, criada em janeiro de 1988 e publicada pela Editora Abril na revista do personagem número 22 em junho do mesmo ano.

Esta é uma variação sobre um tema que papai já havia usado para o Zé Carioca muitas vezes no passado, em mais um resgate de antigas brincadeiras e tradições brasileiras, desta vez transposto para as crianças do Ely. Leve e divertida, tudo o que acontece nesta história poderia muito bem acontecer em uma dessas festas na casa de qualquer família, a começar pela turma do Jarbas entrando sem pagar.

Todo o conflito da história, aliás, vai girar em volta da rivalidade entre as duas turmas de crianças, com o Gordo fazendo tudo o que pode para tentar não deixar os penetras se divertirem demais às custas dele. Mas, é claro, “santo de casa não faz milagre”, e fica a lição de que ninguém deve fazer uma festa só para a própria diversão, mas sempre tentar proporcionar diversão aos outros, acima de tudo e em primeiro lugar.

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A Grande Tourada

História do Gordo, personagem de Ely Barbosa, composta em maio de 1987 e publicada pela Editora Abril na revista número 7 do personagem em outubro do mesmo ano.

Esta é uma variação um pouco menos convencional do tema “brincadeiras de criança”: o Gordo assistiu às “Touradas de Madri” na TV e resolveu imitar o que viu, completo com capa e roupa de toureiro.

Mas por trás disso há também um plano, que vai aos poucos se tornando recorrente nas histórias de papai para este personagem: a intenção por trás dessa exibição toda é tentar conquistar a Lena, a menina popular da turma.

Apesar de ainda não haver, há 30 anos, toda essa consciência que temos hoje sobre maus tratos a animais, já naquele tempo o assunto da crueldade das touradas começava a se tornar delicado (e como sempre piadistas, os brasileiros passaram a “torcer pelo touro”).

E é com delicadeza que papai trata do tema. Assim, o “touro” (já que estamos falando de brincadeiras de crianças) também não passa de um filhote, um bezerro mansinho e amestrado com um capacete de chifres. Tudo não teria passado de uma grande brincadeira onde todos se divertem, incluindo o animal, se a malvada turma do Jarbas não tivesse achado de se intrometer e maltratar o bichinho.

Mas o próprio bicho saberá fazer a justiça necessária, quando chegar a hora. Dá-lhe, touro!

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Dia dos Namorados

História do Gordo, de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista do personagem número 22 em junho de 1988.

Houve um tempo em que “namoro” era algo mais ou menos como ter um “amigo predileto”, ou uma “amiga querida” com quem se podia ensaiar os primeiros passos dos relacionamentos mais sérios que viriam naturalmente em idades mais adultas. Assim, não era nada de mais ver crianças “namorando” entre si, desde que tudo acontecesse de uma maneira inocente o suficiente.

Esses “primeiros passos” de relacionamentos mais românticos geralmente tomavam a forma de “paixonites” infantis nas quais as crianças iam expressando livremente seus interesses e não viam motivos para retribuir as atenções de quem não lhes atraía, nem mesmo por educação.

Situações como a da história, na qual o Gordo gosta da Lena, que não sente nada de mais por ele, mas ignora a Fofa, que não faz segredo de que gosta dele, eram comuns entre a criançada.

E o Dia dos Namorados certamente ajuda, ao permitir que as pessoas expressem o seu afeto por meio da troca de presentes, mas também introduz um elemento de competição, onde quem tem dinheiro para dar um presente maior ou mais luxuoso tem melhores chances de “marcar pontos” e causar uma boa impressão.

Este será o conflito e o dilema do Gordo ao tentar impressionar a Lena somente com o conteúdo de um cofrinho de porquinho, ou seja, um punhado de moedinhas. É aí que entra o Tio Bembém, o maluco-beleza, que ensinará ao Gordo sobre a importância dos presentes com “valor sentimental”.

O problema é que o que tem valor sentimental para uma pessoa pode não ser tão valioso assim para outra, o que fará com que esta história termine de maneira tão desastrada para o personagem quanto engraçada para o leitor.

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O Torneio De Aeromodelos

História da Turma do Gordo, de Ely Barbosa, escrita em março de 1988 e publicada na revista do personagem em agosto do mesmo ano.

Esta é mais uma variação sobre o tema do torneio de aeromodelos, semelhante à história homônima do Professor Pardal de 1973. Ela, aliás, continua na mesma linha de outras histórias com o tema “torneio”, como “O Arqueiro Arteiro”, também do Gordo e sua turma, e histórias Disney como “O Torneio de Aeromodelos”, “A Corrida de Vassouras” e “A Grande Corrida de Tartarugas”, todas já comentadas aqui.

Hoje papai focará menos no concurso em si e nas trapaças dos competidores do mal, mas que ainda assim são elementos importantes da trama, e mais no resgate dos diferentes tipos de aeromodelos com os quais as crianças podem brincar.

  

Assim, desde o aviãozinho extremamente simples e sem motor nenhum e até o modelo controlado remotamente por ondas de rádio, e passando pelos arcaicos brinquedos com “motor” de elástico para mover a hélice (que é o modelo com o qual papai costumava brincar quando criança), todas as tecnologias desse brinquedo estarão representadas.

  

E por falar em tecnologia, teremos também um pequeno toque de ficção científica, com o aviãozinho computadorizado do Dunha, que lembra bastante o do Professor Pardal. E se, por um lado, na Disney ele não poderia ganhar o torneio por ser “avançado demais” em comparação com os outros, hoje a coisa vai ser bem diferente.

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O Circo do Gordo

História do Gordo de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista número 22 do personagem, de Junho de 1988.

Um dos temas prediletos de papai para a Turma do Gordo era o resgate das antigas brincadeiras infantis. Em uma época em que circos eram muito populares, as crianças também costumavam brincar de circo, imitando o que viam nos picadeiros e apresentando espetáculos improvisados para vizinhos, amigos e parentes.

A brincadeira muitas vezes envolvia muitas das dificuldades e complexidades de um circo de verdade, começando com a montagem da lona, quando havia. A maioria das crianças se via obrigada a dispensar esse “detalhe”, enquanto outras improvisavam como podiam com lençóis velhos, cordas de varal e galhos de árvores, o que às vezes levava a “desabamentos” inesperados sobre os espectadores.

Mas a lona é realmente só um detalhe nesta história. Mais engraçado é ver as peripécias do personagem e seus amigos como artistas circenses amadores. E, se fazer uma apresentação na frente dos amigos de vizinhos já não é fácil, a coisa fica bem mais complicada se há gente hostil na platéia.

Esse é o caso da Turma do Jarbas, os eternos rivais, que faz o que muitas crianças faziam e entram por baixo da lona para não precisarem pagar. Mas convenhamos, com o preço real do Gibi na banca naquela época a Cz$ 70,00, como se pode ver na capa desta publicação, o preço de Cz$ 50,00 para a entrada fictícia até que não está caro.

Com o nervosismo causado pelas vaias gratuitas vem a falta de confiança dos personagens em si mesmos, o que leva a hilários erros e acidentes de percurso. Mas de qualquer maneira, a graça de uma história em quadrinhos é mesmo poder ver tudo dar errado sem precisar se preocupar com possíveis consequências.

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O Rei da Bateria

História do Gordo, de Ely Barbosa, publicada pela Editora Abril na revista número 11 do personagem, em 1987.

A lista de trabalho nos mostra que o que vemos na revista é a quarta versão da história, que foi devolvida para reformulação algumas vezes. Mas papai não era de desistir facilmente de uma boa ideia, e continuou tentando até fazer algo ao agrado do editor. O leitor, é claro, agradece.

Toda banda de rock já começou fazendo só barulho, e música é o tipo de coisa que só se aprende a fazer fazendo. Mas até o candidato a músico conseguir fazer uma arte que se apresente, o som que ele vai produzir pode não ser nada agradável.

Em compensação, a definição de “arte” pode ser bastante flexível, especialmente se o aprendiz for uma criança:

Boa parte da trama estará relacionada essa busca do Gordo e sua turma pelo local ideal para ensaiar sem desagradar aos vizinhos, com aventuras e desventuras pelo caminho, até o simpático desfecho, que justifica o nome da história quando o personagem principal encontra finalmente um velho galpão abandonado e sem vizinhos para ensaiar.

Afinal de contas, a definição de “bateria” também pode variar bastante.

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A Bola Maravilhosa

História do Gordo, publicada pela Editora Abril na revista O Gordo número 2 em 1987.

O personagem principal, menino ruim de bola, encontra uma bola “diferentona” no meio da rua e resolve ficar com ela. O resultado é que, misteriosamente, ao jogar com ela, ele repentinamente vira um craque.

A coisa toda lembra um pouco outro perna de pau das histórias em quadrinhos, o Zé Carioca, e uma história de 1972 chamada “O Craque”, onde o papagaio verde usa chuteiras tecnológicas para se dar bem em campo.

Como sabemos, nos quadrinhos a tecnologia e a magia são intercambiáveis, com resultados semelhantes. Assim, o objeto maravilhoso da vez será justamente a bola em si, que é na verdade um menino transformado por uma bruxa malvada. A primeira pista que papai dá ao leitor atento de que esta não é uma bola comum é a “reação” do objeto ao ser recolhido.

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Esta também lembra um pouco outra história do Zé, chamada “A Copa do Morro é Nossa”, de 1978, na continuação com o jogo contra a turma do Jarbas, no qual há toda uma negociação sobre as regras e a bola a ser usada, e também tem elementos de contos de fadas, na própria bola enfeitiçada e no método usado para desfazer o encanto.

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Arqueiro Arteiro

História do Gordo, de Ely Barbosa, composta em agosto de 1987 e publicada pela Editora Abril no mesmo ano, na revista O Gordo e Cia número 14.

O arqueirismo, arqueiria, ou tiro com arco é um esporte que deriva de antigas técnicas de caça e pesca. O arco era usado também como arma em guerras, mas ficou obsoleto após o aparecimento das armas de fogo.

Hoje em dia tem grande prestígio como esporte olímpico, mas sua prática (especialmente a amadora) requer alguns cuidados que crianças em geral costumam não tomar ao fazer suas primeiras experiências com o que ainda é, para todos os efeitos, uma arma.

Para começar, é preciso muita concentração para atirar flechas com o arco, e esse é um dos aspectos que papai aborda: a cada vez que o Gordo vai tentar atirar alguém o atrapalha, o que gera alguns bonés e chapéus atravessados por flechas. Mais uns centímetros para baixo e não seriam apenas os chapéus, e isso já é uma advertência para as crianças: não façam isso em casa, pelo menos, não sem a supervisão de um adulto.

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Uma das melhores piadas da história é também a mais sutil: depois de atrapalhar o Gordo e testemunhar as consequências, o Fininho vai saindo… de fininho.

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Mais ou menos nesta época papai comprou um arco simples e flechas e trouxe para nós crianças brincarmos, e ele conosco. Por sorte nosso quintal era grande e tinha muros altos, assim não havia muito perigo de acidentes. A brincadeira proposta por ele foi fazermos um torneio atirando em latas de conserva vazias, empilhadas no outro lado do quintal.

O que ele provavelmente não nos disse é que isso tudo já era uma espécia de “pesquisa”, ou “laboratório” para a história que ele queria escrever. Evidência disso é o torneio que acaba acontecendo entre o Gordo e a turminha rival, a do Jarbas, que também tem um pouco a ver com histórias Disney como “O Torneio de Aeromodelos”, “A Corrida de Vassouras” e “A Grande Corrida de Tartarugas”, todas já comentadas aqui.

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O Baile a Fantasia

História do Gordo, publicada pela Editora Abril na revista de mesmo nome número 27, de agosto de 1988.

Hoje não temos muitas surpresas ou reviravoltas. É uma trama simples, um exercício de imaginação e uma comparação dos personagens de Ely Barbosa com atores/personagens da TV. Neste caso, especialmente os da Rede Globo.

Assim, no baile a fantasia organizado pelo tio maluco-beleza do Gordo, todo mundo se fantasia de alguma coisa que tem algo a ver com suas próprias características físicas. O Gordo se fantasia de “Gordo”, ou melhor de Bô Boares (Jô Soares), o Fininho de Xico Elísio (Chico Anysio), o Tio Bembém de Xatinho (Chacrinha), o Coalhadinha de Coalhado (Coalhada, personagem de Chico Anysio), o Dunha de Enferrujado (o ator Ferrugem), o Coringuinha de Pequeno Otelo (Grande Otelo), e as meninas Fofa e Lena de Duxa (Xuxa).

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Pois é, as duas. Isso é algo que costuma acontecer em festas a fantasia ou de Carnaval. Fantasias repetidas não são incomuns, e também não são nenhum crime. O importante é se divertir.

Pior será a participação da Turma do Jarbas, que vem à festa sem ter sido convidada e pronta para arrumar confusão. De qualquer maneira, uma vez neutralizado o ataque dos malvados, eles serão convidados também. Até fantasias eles vão ganhar, de “Mosquiteiros”, em uma referência aos Trapalhões.

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Os Oito do Forte

História do Gordo, de Ely Barbosa, escrita em agosto de 1987 e publicada pela Editora Abril na revista número 13 do personagem em janeiro de 1988.

Brincadeiras infantis da infância de papai eram um tema recorrente em suas histórias, e ele usou várias vezes a brincadeira do “Forte”, para vários personagens, como o Pena Kid e o Mickey, por exemplo. A diferença, aqui, é que o Forte não se propõe a ser Apache nem da Legião Estrangeira, mas faz referência a um episódio da História do Brasil.

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A “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana” aconteceu em 1922 para expressar um descontentamento dos soldados de baixa patente das Forças Armadas com o modo de governo da época.

A trama, aqui, mistura um pouco da malandragem que o Gordo, na versão de papai, “herdou” do Zé Carioca, com uma briga entre moleques e um pequeno mistério sobre os reais motivos da briga. Há, também, um pouquinho de desconstrução do machismo, mostrando que não existem brincadeiras “de menino” e “de menina”.

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Papai aproveita, como costumava fazer sempre que possível, para citar os nomes de todos os personagens ao longo das páginas, para que o leitor que não conhecesse os personagens não se sentisse alienado. Mas, mesmo colocando a turma toda, e incluindo a turminha rival e bichos de estimação como o Bode Cheiroso e o chihuahua El Tigre, o máximo de integrantes que papai consegue reunir para defender o Forte é oito. Dez a menos. Daí o título da história.

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