História dos Metralhas, de 1975.
Esta é outra daquelas preciosidades que foram inexplicavelmente publicadas uma vez só. O plano é roubar a Caixa Forte do Patinhas (o que mais poderia ser?) mas os vilões acabam se atrapalhando tanto que vão presos (obviamente, como não poderia deixar de ser) quase sem dar trabalho à polícia e sem nem ao menos conseguir chegar perto de seu alvo.
O desencontro entre as duas partes do bando, uma chefiada pelo Intelectual, que já está esperando perto da fortaleza, e a do Vovô, que está levando a dinamite e o detonador até lá, é algo que acontecia bastante nos tempos antes da invenção do telefone celular.
E, para aumentar a confusão, temos um agravante: hoje o Vovô, que já está meio gagá e às vezes (na maior parte do tempo, na verdade) se comporta como uma criança, está com uma hilária fixação por máquinas de chiclete.
Ele começa comprando os doces com uma moeda, como qualquer pessoa, mas ao receber somente duas bolinhas se frustra e começa a roubar, em um crescente de “violência”. A primeira máquina libera as guloseimas após levar uma mera chacoalhada, mas à medida em que elas vão ficando mais “teimosas” (há várias, espalhadas pelas esquinas das redondezas) o Vovô também vai “sofisticando” os seus métodos. Só que isso não quer dizer, é claro, que os resultados serão os esperados.
Papai tinha uma teoria de que, quanto mais velha uma pessoa vai se tornando, mais “criança” ela vai ficando. A coisa começa com pequenos esquecimentos e manias bobas, depois a pessoa vai ficando frágil, em seguida pode perder o controle sobre certas funções corporais, etc. Se ficar velha o suficiente, corre o risco de ficar tão dependente como um bebê. (O que não é, exatamente, um prospecto lá muito desejável, mas assim é a vida.)
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