Carnaval Em Patópolis

História de Carnaval, de 1982.

Esta deve ser uma das mais criativas histórias de papai sobre o tema. Ela consegue reunir, em 15 páginas, tantos personagens diferentes que nem é lá muito fácil saber quem é o personagem principal da trama.

A história começa como uma competição entre Patinhas e Patacôncio para ver quem organiza a festa de Carnaval mais bem sucedida. A ideia é ver qual salão vai lotar, e qual dos organizadores vai ficar com o seu salão vazio.

Assim, como jogada de marketing, o Peninha (sempre bom publicitário) sugere trazer do Rio de Janeiro o Zé Carioca, contratado como carnavalesco. O Zé, por sua vez, tem a ideia de organizar um concurso de fantasias de alto luxo (como as que aconteciam no Teatro Municipal da Cidade Maravilhosa em seu auge), com a “milionária carioca” Rosinha fantasiada de Rainha de Manoa e usando jóias de verdade (como também já aconteceu em muitas festas de Carnaval organizadas por e para gente muito rica), para chamar a atenção.

Isso, é claro, vai atrair não apenas o público em geral mas também ladrões como o Mancha Negra. Portanto, será preciso chamar o Mickey e o Pateta para fazer a segurança da festa. Além disso, ao ver sua festa dar com os costados na praia, o Patacôncio fica furioso e resolve entrar de penetra para tentar estragar o evento do rival. O que começa como uma festa de carnaval e uma competição entre dois magnatas logo vira uma história policial para ninguém botar defeito.

E é aí que papai começa a brincar com as percepções do leitor: como o baile é a fantasia, qualquer pessoa pode estar fantasiada de qualquer coisa. O leitor sabe das intenções do Mancha. Assim, quando o Coronel Cintra entra duas vezes, uma sem e outra com convite, e ainda por cima começa a se comportar de um modo totalmente bipolar, o Mickey e o Pateta tiram as próprias conclusões, e o leitor vai na deles.

Preste atenção na cena abaixo, caro leitor: você tem certeza de que todos são o que parecem ser? Que o “Coronel” está com más intenções é óbvio. Mas o que fazem ali os Metralhas com essa calma toda? E por que o Pateta estaria com essa cara de quem comeu e não gostou?

De pista em pista, tudo será revelado, o bandido preso e a confusão desfeita. Mas, até lá, as risadas também serão muitas.

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Festa-Surpresa

História do Pateta, de 1975.

A Clarabela vai dar uma festa surpresa pelo aniversário do Horácio, e pede ajuda ao Pateta. Ele é bem intencionado e não se furta à tarefa, mas também é completamente inepto, e o leitor já sabe que nada do que ele possa fazer vai ajudar em alguma coisa. Mas isso, é claro, faz parte da graça da coisa toda.

O problema é que ela vai ter de sair para assistir a palestra de um ator famoso no clube feminino e deixar o amigo sozinho. O nome do ator, “Taceso Mora”, é uma brincadeira com Tarcísio Meira, que era um grande galã de novelas na época.

Mesmo com as instruções que a Clarabela dá (ou apesar, ou  até mesmo por causa delas), o Pateta fará a maior confusão. Esta é uma piada um pouco sexista, já que existe essa crença de que os homens “não estariam acostumados” com tarefas domésticas, ou “seriam incapazes fazê-las” por conta de seus “genes diferenciados”.

Assim, coisas simples e corriqueiras aos ouvidos de uma mulher, como “olhar o doce no fogão”, “comprar balas” e “arranjar brigadeiros” poderiam soar estranhas e até mesmo sem sentido aos ouvidos de um homem. (Ora, pipocas! Está bem que talvez o Pateta não saiba cozinhar um doce. Mas não saber que tipo de balas e brigadeiros comprar para uma festa de aniversário já é demais.)

Suspeita-se, inclusive, de que alguns maridos e namorados façam esse tipo de coisa de propósito, para que suas companheiras não repitam o pedido. Enfim, pode ser que papai estivesse até tentando criticar esse comportamento, apesar de ele mesmo não ter participado muito das tarefas da casa enquanto eu era criança.

Afinal de contas, errar de propósito tarefas simples como “descascar metade das batatas”, como no meme que andou correndo a internet, é coisa de gente pateta, muito pateta.

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As Carantonhas Espantosas

História do Morcego Vermelho, publicada uma vez só em 1976.

Na mesma linha das Garatujas Abomináveis e da Máquina Kar-Eta, também originalmente publicadas em 1976, hoje temos as “Carantonhas Espantosas”, que não seriam nada mais do que máscaras se não fosse uma prodigiosa máquina de controle da mente inventada por um Professor Urubulino e seu ajudante, ambos de de Urubusópolis (mais uma das cidades da região metropolitana de Patópolis). Esse vilão, aliás, aparece somente nesta história. Portanto, é mais uma criação de papai.

As máscaras de carantonha nem são tão feias assim, mas a sugestão hipnótica da máquina faz com que elas pareçam assustadoras. Além disso, em uma situação que também é recorrente nas histórias do Morcego, o plano dos bandidos é convencer o herói de que ele precisa sair da cidade, ir embora, tirar umas férias, por bem ou por mal, para que eles possam finalmente assaltar em paz.

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E também como sempre acontece, papai vai semeando pistas aqui e ali para o leitor atento que, se souber segui-las, logo adivinhará o restante da trama. A primeira pista está no último quadrinho da primeira página, no qual o fundo da lata de lixo morcego sai. Isso terá uma consequência no final da história.

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Outra cena bastante significativa é esta abaixo, quando todas as Carantonhas estão reunidas. Quem realmente acreditaria que o 1313 encolheu só por levar uma pancada na cabeça, se não estivesse sob o efeito da máquina hipnótica?

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As Caçadoras da Arca Perdida – Parte 2 – Inédita

Esta terceira e última “história testamento”, escrita em 04/07/1993 e jamais publicada, não deixa nada a desejar até mesmo em comparação com as histórias de Natal Premiadas de papai: até milagre vai ter, no final, com direito à descoberta definitiva da Arca da Aliança e a revelação da verdadeira identidade do Professor Said Mulla.

A página de rafe da Editora abril é um pouquinho larga demais para o meu scanner, mas ele deixou várias notas com instruções nas margens. Na primeira página, por exemplo, o lado israelense do Rio Jordão é verdejante, enquanto o da jordânia é puro deserto. O que parece um coqueiro, na terceira página, é na verdade uma tamareira. E na página 9, os metralhas sobre camelos usam a Cafia jordaniana, quadriculada em vermelho e branco.

Na segunda página, toda a história que o Professor Said conta é verídica. Essa é a verdadeira lenda judaica de como a “Arca Perdida” se perdeu. Mas a partir do momento em que o Pardal chega a Israel, a história toda toma um rumo mais fantasioso. Mas tudo bem, afinal, não há prova alguma sobre a atual localização dos objetos sagrados do povo judeu.

No final, o “Professor Said” revela ser, na verdade, o “Professor Zaid”, arqueólogo judeu e diretor do Museu de Jerusalém. Essa é uma maneira romanceada que papai achou para explicar sua mudança de país e de nome, com toda a carga cultural e emocional que isso acarreta.

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Um Convidado Bem Trapalhão

História do Pateta, de 1975.

O tema é um que já foi muito usado em filmes de terror tipo B e em histórias em quadrinhos do mesmo gênero, daquelas que papai escrevia nos anos 1960, antes de começar a trabalhar com quadrinhos infantis: o carro de um incauto qualquer tem uma pane mecânica no meio de uma noite escura e tempestuosa, próximo a um castelo aparentemente abandonado e de aparência lúgubre. Sem muita escolha, ele busca lá mesmo um abrigo para passar a noite e acaba se deparando com uma festa de monstros. A partir daí, muita coisa pode acontecer, e de fato acontece.

Nesta história em particular, o que vemos é uma espécie de embate entre o bruxinho Peralta, que quer assustar o Pateta a qualquer custo, e o bruxinho Tantã, que estudou magia branca e não faz maldades. Assim, o segundo bruxinho toma para si a tarefa de proteger o Pateta, sem ninguém saber. Já o próprio Pateta, protegido pela própria inocência e por seu “amigo secreto”, passa a história toda sem fazer ideia do que está realmente acontecendo, e é claro que isso torna a coisa toda ainda mais engraçada.

Pateta convidado

“Um Convidado Bem Trapalhão” é também o título de um filme de Peter Sellers, de 1968, no qual o igualmente patético e trapalhão personagem principal é convidado por engano para uma festa esnobe e acaba fazendo a maior confusão.

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Moda, Modismos e Modelos – História inédita

Nunca publicada, esta história foi escrita por papai em Israel em 12 de abril de 1993 e tem seis páginas.

Na época, a Editora Abril estava trabalhando com histórias nacionais e revistas próprias para três personagens, a saber: o Urtigão, a Margarida e o Zé Carioca. Pelo menos, foi isso o que encomendaram. Aqui temos o rafe original, a lápis sobre papel gentilmente cedido pelos colegas do Instituto de Seguridade Social de Rehovot. O nome que ele usou é a transliteração do nome dele como ficou na grafia hebraica, em seus documentos israelenses.

Esta história trata de como se faz para “lançar moda”. Uma pessoa um pouco “criativa demais” na maneira de se vestir pode até passar por ridícula, mas a roupa esdrúxula de uns pode se transformar na próxima moda de outros em um piscar de olhos. E a ideia nem é tão inusitada assim. Na China em 2014 uma senhorinha foi fotografada usando uma roupa parecida com a de seu cachorrinho, e há até, aqui mesmo no “lado brasileiro” da internet, pet shops que vendem roupinhas e acessórios coordenados para dona e bichinho de estimação.

Já pensou se a moda pega? Interessante é a menção à “TV Patinhas”, um desenvolvimento bastante lógico dos empreendimentos jornalísticos do velho pato, depois de tantos anos.

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O Cavaleiro Da Patética Figura

História do Pateta, de 1974.

Aqui papai combina alguns de seus temas favoritos em um criativo mistério policial de ficção científica. Há um pouco de tudo, nesta história: um convite aparentemente inocente para o museu, uma referência ao clássico da literatura “Dom Quixote” (também conhecido como o cavaleiro da triste figura), sugestão hipnótica, sonhos induzidos e até mesmo um estranhíssimo invento tecnológico, o “televisor de sonhos”.

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Como nas melhores histórias de suspense e mistério, tudo se inicia de uma maneira bastante tranquila, aparentemente inocente. É só lá pela segunda página que o leitor atento vai começar a achar que algo está errado. E a sensação de estranheza vai se intensificar ainda mais quando nossos heróis voltarem ao museu para falar com o diretor do lugar.

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O plano do vilão não é de todo ruim, mas ele logo descobre que “ler sonhos” não é a mesma coisa que controlar sonhos. A indução hipnótica foi bem sucedida em fazer o Pateta e seu sobrinho Gilberto sonharem, mas o vilão Dr. Estigma não contava com o fator da sugestão, que pode ter desdobramentos imprevisíveis. O vilão vai perceber, da pior maneira possível, que não há garantia nenhuma de que a vítima da bisbilhotice dos sonhos vai sonhar aquilo que ele quer ver.

Interessante é o fato de os dois, tio e sobrinho, sonharem juntos a mesma coisa. Isso é aparentemente impossível, mas há relatos de eventos paranormais dessa natureza. O Gilberto pode ser mais inteligente e ter mais estudo formal do que seu tio, mas tudo indica que ele é tão sugestionável quanto o outro. Mas neste caso, pelo menos, essa vai ser a sorte deles.

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O Mistério Do Ano-Novo

História do Mickey, de 1974.

É véspera de ano novo, Patópolis está toda enfeitada, e o Mickey vai dar uma festa de Réveillon em sua casa. Todos os amigos mais chegados estão convidados, e o Pateta é um dos mais animados. Assim, quando ele desaparece de repente sem deixar vestígios, a turma toda se mobiliza para encontrá-lo. O fato de que o Mancha Negra está à solta só serve para complicar a situação.

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Papai compõe aqui, em breves 8 páginas, um conto policial digno de um romance inteiro. Todos os elementos que caracterizam uma história do tipo estão presentes, incluindo várias pequenas pistas verdadeiras e algumas pistas falsas das grandes. A tarefa do leitor será descobrir qual delas é qual, e a chave para a solução do mistério está na segunda página. Na quarta página papai dá mais uma pista importante mas, é claro, não suficiente por si só.

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Quem conhece esse tipo de história policial sabe que nelas “motivo” é tudo: por que motivo o Pateta deveria sumir justamente neste momento? Quem teria interesse nisso? O que o Mancha está realmente fazendo pela cidade? E o que há na caixa comprida, afinal?

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Amigo É Pra Essas Coisas

História do Pateta, de 1980.

Esta história combina vários dos temas que papai gostava de trabalhar: narrativas das origens ou da infância dos personagens, brincadeiras de crianças dos tempos de infância dele, e temas inspirados na História do mundo e nos clássicos da literatura.

Aqui vemos Pateta, Mickey e sua turma quando crianças, enfrentando os valentões do bairro, um bando de gatos gatunos comandados por um jovem João Bafo de Onça. O Pateta é alvo de bullying mas, mesmo com todas as trapalhadas que faz, tem no Mickey um amigo inteligente e sensível que finalmente o fará sentir-se acolhido. Com esse histórico, fica fácil de entender o motivo de tanta amizade e parceria na idade adulta.

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A brincadeira de “Legião Estrangeira” é um tema retirado do cinema e da literatura (bons tempos aqueles nos quais as crianças liam livros) para enriquecer as brincadeiras de mocinho e bandido. Naqueles tempos era comum as crianças montarem algum tipo de barricada com qualquer material que tivessem à mão, como tábuas velhas e caixas de papelão, à qual davam o nome de “forte” (podia também ser Forte Apache, ou Caverna dos Piratas) como um refúgio para descansar um pouco da brincadeira e território a defender, atirando mamonas com seus estilingues nos “bandidos” de plantão. Ir “se alistar na Legião Estrangeira” era também o plano da maioria dos meninos que cismavam em querer fugir de casa por motivos de “dá cá essa palha”.

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Confusão Na Pensão

História do Peninha, de 1975.

A ideia aqui é fazer a maior bagunça possível, unindo juntos todos os elementos das histórias do Peninha que poderiam levar a isso, e mais alguns. E a maior ironia desta história é que o pato abilolado já começa sendo aconselhado a sair de casa por alguns dias, justamente para evitar confusões. O problema é que ele simplesmente não consegue evitá-las, por mais que tente. Esta é a natureza do personagem. A confusão do Peninha parece ser um estado mental, ou até mesmo de espírito. Ele atrai a bagunça, por onde quer que passe.

A história já começa, desde o primeiro quadrinho, com um pequeno desastre. No chão, logo abaixo do personagem principal, um manual de instruções do tipo “faça você mesmo” que (juntamente com os livros de auto-ajuda e congêneres), é o tipo de literatura predileto do Peninha. Esses livros já foram bastante populares em épocas anteriores à internet. Mas por mais detalhadas que pudessem ser, as instruções e ideias apresentadas neles nem sempre eram claras o suficiente e muitas vezes induziam quem tentasse segui-las a erros muitas vezes hilários, e às vezes até mesmo francamente desastrosos. Acho que todo mundo que já tentou seguir as instruções passo a passo de algumas ideias “jeniais” que de vez em quando são passadas de perfil em perfil nas redes sociais sabe do que eu estou falando.

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Após escalar a bagunça dentro da casa do Peninha até onde foi possível, papai resolve começar a expandir a situação. Convenientemente, a Clarabela abriu uma pensão exatamente do outro lado da rua, e é para lá que o pato resolve ir. O elemento de bagunça que acompanha o personagem aqui, é o excesso de bagagem. Para passar uns dias numa casa logo em frente, o Peninha se comporta como se fosse acampar no meio do mato e amontoa brinquedos, equipamentos esportivos e todo tipo de tralha, incluindo uma vara de pescar, o que dá ensejo a uma nova escalada da confusão. Achando que ele vai pescar, o Ronrom resolve seguir o pato!

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Por fim, além da desagradável proibição de estadia de animais domésticos, em todas as pensões sempre há o hóspede chato, aquele que não tolera barulho e que reclama de tudo e de todos, o que, é claro, nunca ajuda a diminuir confusão nenhuma, muito pelo contrário. O ranzinza escolhido para o papel é um obscuro rival do Tio Patinhas, um milionário de nome Bonifácio, criado em 1966 por Bob Gregory. Suplantado pelo mais popular Patacôncio, este personagem aparece em exatas cinco histórias, de acordo com o Induks: a história estrangeira original e outras quatro feitas no Brasil, todas elas escritas por papai. Se não fosse por isso, ele teria caído no mais perfeito esquecimento.

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Enquanto isso minha biografia de papai está à espera de vocês nas melhores livrarias, não percam:

Marsupial: http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava

Comix: http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=23238

Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/p/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava-15071096

Monkix: http://www.monkix.com.br/serie-recordatorio/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava-serie-recordatorio.html