História do Peninha, de 1982.
Em jornalismo, um “furo de reportagem” é aquela notícia “quente” que uma única equipe de jornalistas tem em absoluta primeira mão e dá antes que todas as outras.
Só que a guerrinha particular entre Urtigão e Juca Piau já deixou de ser novidade faz tempo. Essa notícia é, aliás, mais velha do que andar para a frente. É uma verdadeira “furada”. Já o verdadeiro “furo”, aqui, vai ser mais nos repórteres do que realmente em qualquer outra coisa, e por isso o “em” no lugar de “de” no título. Mas nem por isso os nossos intrépidos jornalistas vão deixar passar a chance de bancar os “correspondentes de guerra” por um dia.
Além disso, esta é uma pequena parábola sobre a futilidade de todas as guerras. Os dois turrões estão brigando há tanto tempo que até já esqueceram o motivo, ou quem começou a briga, ou quem é que está brigando com quem.
Outro problema de todas as guerras é que, uma vez que alguém se envolve, é muito difícil se manter isento ou até mesmo evitar cair vítima delas. Assim, os dois jornalistas passarão rapidamente à condição de “espiões” e logo em seguida “prisioneiros” de guerra, enquanto ao Tio Patinhas caberá a “missão de resgate” e a “negociação” para a libertação deles.
E desse modo papai nos dará mais uma última lição nesta pequena “aula de guerra”: a de que, quando se pensa mais em dinheiro do que no valor das vidas humanas, é “mais barato” (e até mesmo mais lucrativo) se envolver nela e deixar rolar até que ela se defina sozinha do que tentar negociar a paz.
Qualquer semelhança com as políticas externas de alguns países por aí não terá sido mera coincidência.
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