O Dia Dos Invasores

História do Zé Carioca, de 1979.

Esta é a primeira da série de quatro histórias dos invasores transmorfos Alfabeta e Gamadelta. Apesar de (ainda) não estar creditada, ela é de papai sim, assim como as outras três.

A primeira missão deles é apenas de reconhecimento, mas todas as características principais dos vilões já são apresentadas aqui. Assim, temos as armas de raios, a capacidade de flutuar, os rádios transmissores e (principalmente) o total desconhecimento (e desprezo, já que eles planejam a dominação total, de qualquer maneira) da cultura e modo de vida dos terráqueos.

O leitor já de saída vai se surpreender com as diminutas proporções da nave em comparação com o ambiente terrestre à sua volta. O aparelho que vemos sendo usado para raptar o Biquinho em “Uma Invasão de Dar Pena”, já comentada, parece até grande, por comparação.

Inversamente oposta a  seu tamanho, aliás, é a capacidade das duas nuvenzinhas de causar confusão. O resto da coisa toda é uma comédia de erros das mais peculiares, com os alienígenas assumindo as formas do Zé e do Nestor enquanto eles (convenientemente) dormem o dia todo e aprontando todas pelo Rio de Janeiro afora, para quem quiser ver.

E apesar de tudo, ninguém desconfia que na verdade isso é uma invasão alienígena. Será que eles já estão entre nós, e nem percebemos? Tão absortos que estamos em nossos próprios afazeres, muitas vezes nos esquecemos de parar um pouco de vez em quando e ver que coisas realmente extraordinárias podem estar acontecendo bem na frente de nossos olhos cansados.

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Contatos Imediatos No Terceiro Degrau

História do Zé Carioca, de 1978.

Esta é a última história escrita por papai para os alienígenas liderados pelo Rei B-A-H. Depois desta aventura o antipático líder partirá com sua nave e tripulação, com a intenção de nunca mais voltar.

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Hoje eles nem precisarão tomar a forma dos terráqueos mas, em compensação, haverá um contato imediato para ninguém botar defeito. A inspiração vem, é claro do filme “Contatos Imediatos”, de 1977.

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Além disso, temos também a revelação de onde fica o planeta dos transmorfos (se bem que ela não ajuda muito), e a solução do “conflito” pelos cogumelos. Para os alienígenas eles são tão importantes, que nem imaginam que por aqui os cogumelos não têm valor material nenhum.

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Há também uma referência mais ou menos “profética” aos “Homens de Preto”, se bem que o filme de 1997 já é baseado nos relatos que acompanham as histórias de avistamentos desde os anos 1940. Mas aqui são os próprios alienígenas que se encarregam de ocultar os traços de sua passagem pela Vila Xurupita, inclusive “apagando” as memórias da turma.

Por último, um alerta sobre o consumo de cogumelos: alguns tipos deles são, sim, comestíveis, e muito nutritivos, mas outros são tóxicos, alucinógenos e até mesmo muito venenosos. O consumo de cogumelos recolhidos diretamente da natureza pode ser terrivelmente perigoso, especialmente se você não sabe diferenciar os muitos tipos que existem. (Crianças, não façam isso em casa). Muito mais seguro, para quem quiser experimentar, é comprar as bandejinhas vendidas nos supermercados.

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Invasores e Cobradores – Inédita

História do Zé Carioca, composta em 19 de julho de 1993 e nunca comprada ou publicada.

Ela na verdade se parece um pouco com a história chamada “Os Invasores”, de 1984, já comentada aqui, que foi a última história deste tipo escrita por papai e publicada oficialmente.

Mais uma vez, depois de muito conspirar, os perigosos alienígenas transmorfos resolvem colocar em prática seu plano maligno de invadir a Terra. Novamente, eles vão pousar justamente na Vila Xurupita. E de novo, se deparam com o Zé e o Nestor, e tomam a aparência e o lugar deles. Além disso, como sempre, eles não têm a menor capacidade de entender a cultura e os costumes, e se acham superiores a todas essas coisas “primitivas”.

Para complicar, papai reabre a “Escola de Heróis” e ainda por cima convoca os cobradores da Anacozeca, só para chatear. Como se não bastasse, ao que parece, está todo mundo sem dinheiro na Vila, porque a cada vez que os terráqueos avistam notas “dando sopa” é um deus-nos-acuda. E como se tudo isso não fosse o suficiente para criar a maior confusão e fazer o leitor rir, papai usa liberalmente uma cacofonia de palavras e onomatopeias de sons terminados em “um”, como “fium”, “zum” e outros, que só adicionam à confusão e à graça da coisa toda.

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É uma espécie de “apanhado” e “concentrado” final das outras histórias da série, a tentativa de invasão definitiva, a invasão para acabar com todas as invasões. Interessante é a similaridade das cenas onde o invasor disfarçado de Zé enfrenta os Anacozecos. É só pena que voa.

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Os Invasores

História do Zé Carioca, de 1984.

Esta é a penúltima das quatro histórias (mas que acabou sendo publicada por último, em uma inversão com “Uma Invasão de Dar Pena”, já comentada aqui) que papai escreveu para Alfabeta e Gamadelta, as duas nuvenzinhas alienígenas que têm por missão preparar a invasão da Terra por seu povo. O problema é que, ao contrário de outros alienígenas, que só querem um lugar para plantar cogumelos, estes querem liquidar todos os habitantes de nosso planeta para tomar nosso lugar.

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o Zé e o Nestor são “fregueses habituais” dos seres do espaço, que vivem adotando a aparência deles, mas o abilolado Afonsinho se revela um desafio e tanto ao tomar, com toda a facilidade de quem acha que está brincando, a arma pulverizadora do Gamadelta. E hoje também temos o “agravante” da presença da Anacozeca, que por um lado será a salvação do Zé, e por outro vai se dar muito mal no final, como sempre.

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A principal graça desta série de histórias é que as duas nuvenzinhas aprontam à vontade, e nunca são vistas por ninguém. Nenhum dos personagens chega a entender o perigo que está correndo, ou a ameaça que paira sobre o planeta todo.

Há duas referências interessantes, também, na história. Ao sair de um bueiro os alienígenas transformados chamam o local onde estão (o agora bairro popular da Vila Xurupita) de “comunidade”. Creio que já naquele tempo as favelas estavam começando a ser chamadas assim.

A outra é uma menção do filme “Guerra nas Estrelas”, por causa da perigosa arma que os pretensos invasores deixam para trás nas mãos de ninguém menos que o desajuizado pato da quitanda.

Já o nome dos seres é composto pela combinação das quatro primeiras letras do alfabeto grego: alfa (a), beta (b), gama (g) e delta (d).

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O Planeta Dos Fora-da-Lei

Alienígenas Transmorfos contra Mancha Negra, de 1974.

Esta é mais uma daquelas histórias onde só há vilões, já que os alienígenas, por mais encrencados que possam estar, não são exatamente bonzinhos. Sua maior característica do mal é a arrogância e supremo desprezo por este planeta e seus habitantes. Mas, apesar de tudo, eles também são quase inofensivos.

Esta série de histórias, pelo menos quando a autoria é de papai, tem um elemento quase aleatório, que é a aparição dos seres em seu disco voador para personagens diferentes em momentos diversos, e outro que lembra uma série em capítulos: a cada nova história, vamos vislumbrando um pouco mais sobre esses bichos. Aos poucos, descobrimos mais ou menos quem são eles, o que fazem por estas bandas da galáxia, por que deixaram seu planeta natal, sua cultura, e até mesmo o que eles comem.

Outro elemento recorrente nas histórias de papai, e presente aqui também, é o sonho profético. Desta vez o “sonhador” é o próprio Mancha Negra, e é por este motivo que ele é abduzido e levado ao planeta dos transmorfos, um mundo literalmente sem lei. Parece o paraíso dos bandidos, não é mesmo?

Mancha planeta

Como é de se esperar em uma história em quadrinhos, o sonho, de um modo ou de outro, acaba se realizando. Tudo o que o Mancha previu acontece, e o Rei Bah é restituído ao trono com sua ajuda. O problema é que, aparentemente, o sonho do Mancha não foi completo, ou ele acordou sem conseguir ver o final (coisa comum em sonhos de todos os tipos, aliás), e isso o impedirá de se dar bem.

Afinal de contas, ele é um criminoso, um bandido, foi abduzido diretamente do pátio da Cadeia de Patópolis, e decididamente não merece recompensa nenhuma por coisa alguma.

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O R.E.I. Dos Cães

História dos Escoteiros Mirins, de 1975.

Esta é a penúltima história de papai para os seus alienígenas com cara de bichões da seda. Do mesmo modo que Alfabeta e Gamadelta, as nuvenzinhas alienígenas, estes seres do espaço também são transmorfos. Mas estes não querem exatamente conquistar o mundo inteiro. O que eles querem é um pedaço de terra para chamar de seu reino, já que o chefe deles, o Rei Bah, foi destronado e exilado de seu planeta natal.

Isso, é claro, não os faz menos vilões. Outro ponto em comum com o outro grupo de invasores é o completo desconhecimento de nosso planeta e o mais perfeito desprezo por ele e seus habitantes. Com essa atitude, é óbvio que eles nunca vão conseguir nada por aqui. O nome do rei alienígena é justamente a expressão máxima do desprezo que ele sente, do sentimento de superioridade e de sua suprema arrogância.

Escoteiros Rei

Hoje temos um encontro e duelo entre “reis”: o rei alienígena destronado e o sabujo dos escoteiros, que acaba de ser nomeado “rei” dos cães de escoteiros, por seus valorosos serviços prestados. Ao contrário do ser do espaço, pelo menos o cão merece seu título, e fará jus a ele. Afinal, coragem não é a incapacidade de sentir medo, mas sim a capacidade de se manter fiel à missão a despeito dele.

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Uma Invasão De Dar Pena

História do Biquinho, de 1982.

Os alienígenas em questão, pequenas e perigosas nuvens inteligentes que têm o poder de se transformar em outros personagens e que planejam invadir a Terra, sempre pertenceram ao “universo” do Zé Carioca. Mas é em Patópolis que eles finalmente encontram alguém à sua altura, ou seja, tão terrível quanto.

Esta série conta com exatas 4 histórias, as primeiras três passadas no Rio, e a última em Patópolis. Mas, por algum motivo que desconheço, a turma da redação inverteu a ordem de publicação das duas últimas, escritas em 1982: publicou primeiro esta, e só depois a penúltima, em 1984.

Em 1991 papai deixou uma nota na margem da primeira página da cópia que tenho aqui, atestando a verdadeira ordem das histórias:

Biquinho invasao

O que aliás faz sentido, porque é nesta história que a localização do planeta de origem dos alienígenas é finalmente revelada, e é nela que a tão planejada e ensaiada invasão finalmente acontece.

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Mas antes que as nuvenzinhas possam invadir, elas precisam de um terráqueo para interrogar sobre armas, sistemas de ataque e defesa, e locais estratégicos. O problema é que esses seres são minúsculos, assim como suas naves. Desse modo, o “espécime” capturado também precisa ser pequeno, e é aí que o plano dos invasores começa a dar errado.

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Afinal, o que é que um patinho de três palmos de altura sabe, sobre o que quer que seja? E ele até que tenta, revelando tudo o que pensa que sabe sobre tudo o que os vilões querem saber. É óbvio que o plano de invasão não vai dar certo, nem poderia, mas o divertido, mesmo, é ver o tamanho da confusão causada até a derradeira debandada.

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A Invasão De Morcegos Vermelhos

Primeira história dos Alienígenas Transmorfos, de 1973.

Papai gostava de personagens versáteis, que pudessem literalmente “pousar” em cada um dos vários “ambientes” de personagens e deixar o seu recado. Assim, estes alienígenas já infernizaram, além do Morcego Vermelho, o Mancha Negra, os Escoteiros Mirins e o Zé Carioca.

Estes bichos alienígenas não conhecem absolutamente nada do nosso planeta, mas vão precisar viver aqui de agora em diante. O motivo é meio obscuro, mas parece que há alguma guerra no planeta natal deles, e o rei foi exilado com um pequeno séquito a bordo de um clássico disco voador, com direito a janelinhas em volta e antena no topo. Aqui na Terra, pelo menos, eles podem cultivar os cogumelos de que se alimentam, enquanto tentam aprender coisas como idiomas, cultura, usos e costumes para ver se conseguem se misturar à população. São de modo geral pacíficos.

Sua única vantagem é a capacidade de tomar a forma dos seres vivos de nosso planeta na tentativa de passar despercebidos, mas são completamente incapazes de aprender o que seja do modo de vida na terra, o que é claro leva a inúmeras situações bizarras.

Semelhantes a estes, mas mais belicosos, são os transmorfos Alfabeta e Gamadelta, duas nuvenzinhas, uma clara e mais paciente e outra escura e mais violenta, que têm a expressa missão de preparar a Terra para uma invasão e consequente aniquilação de seus habitantes. As principais vítimas deles são o Zé Carioca e o Nestor, mas já andaram às voltas com o Biquinho, também.

O grande mistério desta primeira história é a real aparência dos invasores. Eles só vão aparecer tais como são no último quadrinho, mas deixam algumas pistas espalhadas pelas páginas:

MOV Transmorfos

De resto, a presença dos invasores provoca a maior confusão em torno da Caixa Forte, com o Morcego e o Donald atrás dos “Morcegos Vermelhos” para tentar entender alguma coisa, e o Tio Patinhas preocupado apenas em descontar o salário do Morcego Vermelho por causa das peraltices no meio da noite, quando ele deveria estar bancando o guarda noturno.

No final a forma original dos Transmorfos é revelada, e há quem os compare a bichos da seda. São umas lagartonas até simpáticas. A peculiaridade das lagartas em geral é o seu ciclo de vida, que as leva a se transformar em todo tipo de borboleta e mariposa, e que certamente foi a inspiração para estes personagens.

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(Para finalizar, uma dica: recebi várias perguntas do tipo desde a semana passada, então acho que vale a pena descrever um pouco como funciona este blog.

Primeiramente, e certamente mais importante, quem quiser saber em quais revistas esta história já foi publicada, quantas páginas tem, e quem é o desenhista, entre outros detalhes técnicos, deve clicar no link que está embutido no ano da história, logo na primeira frase deste artigo.

Isso, é claro, vale para todos os outros artigos deste blog. O link leva ao site Inducks, cujos mantenedores se esforçam por catalogar o máximo de detalhes possível sobre o máximo de histórias Disney possível, e estão fazendo um ótimo trabalho, aliás.

Outros links que possam estar presentes ao longo do texto levam a páginas da Wikipédia e de outros sites, quando apropriado, que explicam melhor outras referências da história. Eu pessoalmente cliquei em cada um deles e meu computador não “morreu”, então acho que são seguros. Papai me dizia que o seu leitor ideal era aquele que lia o gibi com um dicionário do lado e uma enciclopédia ao alcance da mão. Hoje em dia, com a Internet, nada mais fácil.)