Mais uma história passada na época medieval, desta vez com a participação da família Pardal, e publicada pela primeira vez em 1982.
A máquina do tempo de papai, aquela que parece um grande relógio despertador antigo e que ele usou a vida toda sempre que o professor Pardal precisava viajar pelo tempo, também está presente.
O fato é que o inventor maluco achou no porão um velho livro sobre seus antepassados, e resolve investigar um deles, um monge e alquimista do século XIII chamado Bertold Pardaltz que teria inventado algo importante “antes mesmo que os chineses”.
Quando o Pardal chega ao laboratório do antepassado o assistente dele, um antepassado do Pateta chamado Patetoltz, está às voltas com substâncias que ele chama de “ebulidor” e “condensador” em um grande caldeirão. Mas o inventor moderno só começa a entender o que seu tetravô está fazendo quando ele começa a enumerar os ingredientes da “tintura de ouro” que está tentando inventar. O terceiro ingrediente, que o monge chama de “desestabilizador” só será conhecido no final, mas o leitor atento já deduziu qual é.
Dizem que a Alquimia é a precursora da química moderna, e seus praticantes estavam à procura de “inventar” coisas como o Elixir da Longa Vida e a Transmutação dos Metais em Ouro. Com essas experiências todas eles acabaram inventando muitas coisas úteis na prática, sempre meio por acidente, como os inventores dos quadrinhos. Ao que parece, a porcelana inglesa, cópia da porcelana chinesa, teria sido inventada por um alquimista.
E isso nos leva de novo aos chineses. Papai confiava nos conhecimentos gerais de seus leitores, e acreditava que eles saberiam dizer, de primeira, qual foi a invenção pela qual esses orientais são mais famosos. Quem respondeu “a pólvora!” acertou.
Reza a lenda, aliás, que um parente nosso um dia chegou a fazer pólvora em casa (pelo amor de Deus, não tentem fazer nada disso!) e teve sorte de não se estourar todo. A receita na verdade é até simples, e hoje em dia conhecida por todos, mas a substância em si é altamente explosiva. Em todo caso, este episódio na história da nossa família certamente foi o ponto de partida para esta história.
O final é bastante previsível mas, até aí, era mesmo intenção de papai que o leitor fosse capaz de adivinhar o que está para acontecer.
****************
Eu também escrevi um livro sobre meus antepassados, aliás. Minha biografia de papai está à espera de vocês nas melhores livrarias:
Marsupial: http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava
Comix: http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=23238
Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/p/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava-15071096