Penapoleão E O Pirulito De Groselha

História do Peninha, publicada uma vez em 1984.

Uma maneira fácil e prática de se causar uma grande confusão, como já vimos no caso do Zé Carioca e do Barão de Bazófia (e também em vários livros da literatura clássica, como em “O Príncipe e o Mendigo“, por exemplo), é ter sósias em posições diametralmente opostas da trama, que possam trocar de lugar e “aprontar”.

Aqui não é diferente. Um soldado raso do exército de Penapoleão é a cara do general francês inspirado em Napoleão Bonaparte. O Pato, já de saída, se chama simplesmente “Que Pena”. É um “gauche na vida”, como já dizia Drummond em seu Poema de Sete Faces. Mas, dada a semelhança, eles acabam trocando de lugar.

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Assim, é o pato Que Pena (uma alusão, aliás, ao bordão “que pena, Kid” das histórias do Vingador do Oeste) quem vai fazer todas as conquistas atribuídas ao grande general. Todas as “piadas de Napoleão” se aplicam, e algumas piadas de guerra (como a “batalha naval” entre o sósia e o Almirante Nelson, travada na base do lápis e papel, como uma brincadeira de crianças) e de louco também. Alguém que pensa que é Napoleão é uma coisa clássica de piadas de hospício, para descrever alguém que tem mania de grandeza.

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Mas de piada em piada, papai também cita a maioria dos fatos históricos da carreira militar do Napoleão da realidade, e aproveita para incluir mais algumas frases em francês no meio do texto, incluindo um trechinho da Marselhesa, o Hino Nacional da França. Quadrinho é cultura! Para quem não conhece a História de Napoleão, é uma introdução. Para quem já a conhece, é uma divertida interpretação.

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E por falar em cultura, não custa repetir: meu livro já está em pré-venda pela Marsupial Editora, no link http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava e no estande da editora no Comic Con Experience, que está acontecendo até domingo em São Paulo.