O Craque

Com desenho de Sérgio Lima e publicada em 16 de junho de 1972, esta é a primeira história de futebol com o Zé Carioca de papai que foi publicada.

A Vila Xurupita e seu time homônimo de futebol ainda não existiam, e o Zé resolve experimentar suas chuteiras novas, presente do Professor Pardal, na várzea. O juiz do jogo é bastante parecido com o João Bafo de Onça, e a “barra” dessa várzea parece ser bem pesada, tanto que ele está apitando armado.

Reza a lenda que os desenhinhos que simbolizam palavrões nas falas dos personagens podiam ser “traduzidos” de volta, pelo menos quando eram colocados lá por papai. No quarto quadrinho da segunda página temos uma caveira de tíbias cruzadas, uma cobrinha, um “jogo da velha” e um jacaré. Quatro letras, para expressar o descontentamento de um jogador de um dos times, ao ser obrigado a escalar o Zé. Alguém tem alguma ideia do que poderia ser? 😉

“Coringa”, o time que contrata o Zé após o sucesso das chuteiras, era o modo como o Corinthians era chamado naqueles tempos (também “Coringão”), um apelido que parece ter sido esquecido pela torcida hoje em dia. Aliás, isso fica bem claro nas bandeiras ao fundo, que mostram uma boia vermelha e dois remos cruzados.

Então pode-se dizer que antes de jogar no Vila Xurupita Futebol Clube, o Zé passou uma temporada em São Paulo.

Digna de nota é a aparente “solidão” do personagem nessas primeiras histórias. Poucos são os personagens conhecidos que contracenam com ele, e logo ficou claro para papai que o Zé precisaria de mais amigos constantes, se ele quisesse realmente desenvolver os enredos e sair do lugar comum das histórias até então, centradas no relacionamento com a Rosinha e muito parecidas com as ( e às vezes copiadas das) histórias do Donald com a Margarida.