A Feijoada e o Sono

História publicada na Revista Zé Carioca 1359, em 25 de novembro de 1977.

O título é uma paródia do romance “O Feijão e o Sonho” do escritor brasileiro Orígenes Lessa, publicado em 1938. Mais um dos clássicos da literatura que papai certamente leu, como todos de sua geração, porque consta que foi um sucesso estrondoso na época.

No morro de casebres de madeira, os amigos do Zé se reúnem para fazer uma feijoada, e não convidam o nosso herói, porque como ele mesmo diz, ele só contribui com “a boca e a barriga”.

Rejeitado pelos amigos, ele então cria um “plano infalível” (ué, é só a concorrência que pode?) para conseguir comer a bendita feijoada. O “sono” é parte desse plano.

Nesta mesma revista há outra história de papai, do Mickey e Pateta, de nome “A Volta do Dr. Espectro“. Desta vez, quem tem o “sonho profético” é o Pateta, na abertura da história, que gira em torno do plano malévolo de um cientista maluco para dominar a mente de todos os figurões de Patópolis.

Creio que o Mickey detetive era um personagem um pouco sério demais para o gosto de papai. Estou ciente de certas críticas que andaram circulando por aí que as histórias do Rato não eram exatamente as suas melhores, mas esta tem os seus bons momentos, especialmente quando os papéis tradicionais dos personagens são invertidos: Tio Patinhas distribui dinheiro na rua, o Coronel Cintra pratica assaltos, e até o próprio Mickey se vê fazendo o que preferiria não fazer, mas a “força externa” que causa isso é outra… 😉