O Fantasma da Ópera

História do Scubidu e sua turma, escrita em setembro de 1978 e publicada pela Editora RGE em abril de 1979 na revista “Bionicão” número 9.

A associação de “fantasmas” com “óperas” é um clássico de todos os tipos de literatura. Mas a verdade é que até mesmo “O” Fantasma da Ópera é um “falso fantasma”, uma pessoa de carne e osso que vagueia pelas sombras de um grande teatro enquanto planeja suas maquinações.

Desse modo, e como sempre, o caso aqui é mais policial do que paranormal. Esse é o estilo escolhido pelos donos dos personagens, com o qual papai não concordava muito, mas seguia assim mesmo. O mistério, na verdade, nem é sobre o que está acontecendo, mas sobre os métodos do bandido disfarçado de fantasma e aqueles que serão usados para prendê-lo.

O vilão era sempre um ex-funcionário ou coisa parecida, alguém que quer prejudicar o dono de um negócio ou estabelecimento comercial, e ele sempre acabará preso no final.

A diferença nessas histórias de papai para os investigadores de fantasmas, é que sempre acaba aparecendo um fantasma de verdade no final. Era o modo dele de “protestar” contra o seco materialismo do criador dos personagens.

Hoje também aprendemos que o Scubidu, o personagem principal, é capaz de ver os fantasmas de verdade. Talvez seja por isso que ele tem tanto medo deles, ao contrário de seus amigos humanos. Eles não acreditam em assombrações, e talvez seja por isso mesmo que eles não são capazes de vê-las.

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O Fantasminha Da Opereta

Esta história dos Escoteiros e Bandeirantes Mirins foi publicada pela primeira vez em 1983, e é inspirada no livro O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux.

Em italiano, Opereta quer dizer, justamente, “pequena ópera”. É um gênero teatral que mistura partes faladas e cantadas, e se propõe a ser mais leve que uma ópera “grande”.

Como é uma história em que todos os personagens principais são crianças, pareceu a papai apropriado colocar “fantasma” e “ópera” também no diminutivo.

A trama é movimentada, com muita correria depois que a opereta que as crianças foram assistir acaba, nos bastidores do teatro que, como no livro original, é cheio de alçapões, armadilhas e espelhos. O fato é que os Metralhinhas parecem ter aprendido o truque de estar em três lugares ao mesmo tempo do Zorrinho, e usam a tática para assustar principalmente as meninas da turma, que então se mobiliza inteira para solucionar o mistério.

O jeito de desenhar os quadrinhos nesta história, fugindo à clássicas 4 tiras de 1 ou 2 quadrinhos sobrepostas como numa parede de tijolos, também adiciona à sensação de movimento e bagunça. Alguns deles estão quase na diagonal, outros são verticais, finos e compridos, e a sensação geral é a de que as páginas foram “montadas” como num quebra cabeças.

Fant Op

Mas as crianças do bem também são espertas, e conseguem “devolver” o susto aos moleques e desmascara-los.

Fant Op 1

E ainda assim, papai reserva uma surpresa para o quadrinho final. O mistério do fantasminha da opereta foi solucionado, mas isso não quer dizer que todos os segredos dos bastidores do teatro foram revelados. Por exemplo, quem é este, na segunda página, espiando da coxia? 😉

Fant Op 3