Pegamos o Pombo

História da Esquadrilha Abutre escrita no início de 1977 e publicada pela Editora Abril na revista Heróis da TV número 27 de agosto do mesmo ano.

As histórias desses personagens, como o Homem Pássaro, Tor e Fantasma do Espaço, por exemplo, precisavam seguir o mesmo estilo dos desenhos animados que passavam na TV na mesma época. Assim, muitos dos clichês e bordões usados nas animações aparecem também aqui, como a cena na qual o Dick Vigarista fala com o Comandante. Ela é uma cópia perfeita do que acontece na TV.

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É claro que, também por imposição dos donos do personagem (e não importa o que diz o título, ou qual seja o plano mirabolante da vez), o Pombo nunca poderá ser realmente pego em definitivo, o que acabaria com a razão de ser da série.

Mas papai também imprime à trama o seu próprio estilo, a começar com a primeira página, onde ele faz uma referência às histórias de guerra que escrevia nos anos 1960. Trata-se da colocação de uma metralhadora logo atrás das hélices, como era comum na época para essas aeronaves, e da pergunta de 100% das crianças que já viram uma engenhoca dessas: “por que as balas não atingem as hélices ao serem disparadas?”.

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Por fim, temos também as falas ininteligíveis do Klunk, que papai associa um pouco com o idioma Alemão e com as falas do cientista maluco da Máquina Kar-Eta dos Irmãos Metralha. A primeira história da Máquina havia sido escrita no ano anterior a esta.

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Tiro ao Pombo

História da Esquadrilha Abutre, escrita em outubro de 1976 e publicada pela Editora Abril na revista Heróis da TV número 21, de fevereiro de 1977.

De acordo com a lista de trabalho de papai, pouco antes de escrever esta, ele estava trabalhando em uma história de mesmo nome para o Peninha. Ela consta como “reaproveitada” na lista, e esta que comento hoje aparece logo de cara registrada como “versão II” (sem versão I). Tudo isso, aliado ao fato de que a suposta história do Peninha não está registrada no Inducks, indica que a primeira história foi rejeitada pela Disney e que papai, que nunca desperdiçava uma boa ideia, a adaptou para a Hanna-Barbera.

O “Tiro ao Pombo” é uma modalidade pseudo esportiva que, no ano de 1900, chegou inclusive a ser um esporte olímpico, acredite se quiser. Caracteriza-se pelo uso de pombos vivos em pleno voo como alvo, e pela desumanidade de seus praticantes. Por sorte, já está caindo em desuso. Mas acredito que, no tempo em que esta história foi escrita, ainda era um “esporte” bastante popular.

A história em si é um daqueles planos maléficos do vilão para interceptar o pombo correio que leva mensagens pelos céus, e usa todos os elementos dos desenhos animados da TV, como os nomes esdrúxulos que o aviador dava às armas que criava, e os bordões “Faça alguma coisa” e “Medalha, medalha”. Nem é preciso dizer que o plano não dará certo, mas o que interessa é mostrar como vai dar errado, e fazer o leitor rir com toda uma série de trapalhadas e acidentes inusitados.

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Qualquer leitor que assistisse aos desenhos animados certamente se identificaria com a história em quadrinhos, reconhecendo as referências. A “sensação” da leitura, com a sucessão dos quadrinhos correspondendo mais ou menos aos quadros da animação, é a mesma, aliás.

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