História do Peninha, de 1975.
Patos usam sapatos? A resposta a esta pergunta vai depender de quem são esses patos, é claro. Em Patópolis, por exemplo, a maioria dos patos não os usa. Donald e Peninha andam descalços, o Tio Patinhas usa polainas (um tipo de proteção para as pernas, feita de lã ou até mesmo de couro, que geralmente fica sobre os sapatos) nos pés nus, e somente o vilão Patacôncio anda calçado.
A coisa toda é uma brincadeira com as palavras “sapato”, “pato” e “chato”. Por exemplo: o Patacôncio usa sapatos, é pato, e também é muito chato. Será que ele poderia ser considerado um pato “chato de galochas“?
Outro elemento da história é a espionagem industrial, com o Peninha como publicitário das Indústrias Patinhas e alguns figurantes no papel de equipe criativa do Patacôncio (um dos quais, de cabelo comprido e liso, lembra um pouco as representações feitas de papai em várias outras histórias).
Isso, aliás, é algo recorrente nas histórias de papai: para conseguir copiar (e de maneira medíocre) o que o Patinhas faz com a ajuda de um sobrinho ou dois, seja no campo dos quadrinhos ou da publicidade, o Patacôncio precisa contratar toda uma equipe de profissionais renomados.
O principal espião desta história, o Zé Ratinho, é uma ratazana falante que participa de exatas quatro histórias, todas de autoria de meu pai, e contracena geralmente com o Doutor Estigma contra o Morcego Vermelho, mas também já foi parceiro de malfeitos do Professor Gavião. Ao que parece, ele não é o ajudante fixo de nenhum vilão, mas sim um malfeitor “de aluguel”.
Interessante (e hilária) é a decisão do Peninha de “pagar espionagem com espionagem”. Mas a “espionagem” do pato é feita menos para saber o que o vilão está planejando, e mais para infiltrar e causar confusão, quase como uma espécie de punição.
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