Nem Prática, Nem Habilidade

História do Peninha, publicada em 1974.

O roteiro diz respeito aos camelôs que na época começavam a “pulular” no Viaduto do Chá, em São Paulo, que nesta história recebe o nome e “Viaduto do Café com Leite” e fica, obviamente, em Patópolis.

O Peninha vive sendo despedido d’A Patada, e procura um emprego que não exija nem prática, nem habilidade, para o desgosto da Glória, sua namorada.

É aí que entra um aliciador de camelôs, que dá a ele uma pasta cheia de “bolinhas atômicas” (dessas que hoje em dia são vendidas naquelas máquinas papa-moedas que estão por todos os cantos). Ou muito me engano, ou naquela época papai havia comprado uma ou duas dessas para meu irmão e para mim, que nos divertimos muito com elas.

Mas é claro que a coisa não é assim tão simples, e o Pato logo se vê às voltas com a concorrência, com o “rapa”… e com as próprias bolinhas, que acabam se espalhando para todo lado.

A graça da história está na correria e na confusão, no meio da qual o Peninha acaba pisoteado por toda uma fila indiana de bonequinhos de corda, entre outras trapalhadas.

O interessante é que a coisa toda acontece “em volta” do Peninha, que passa a história toda sem entender nada do que está acontecendo. Nosso herói é completamente inocente da venda clandestina de produtos no passeio público, tanto que não consegue vender uma só bolinha e ainda perde dinheiro, ao cair na carroça das melancias. Por isso, não é sequer notado pelos fiscais que passam perseguindo os outros camelôs. O Peninha não fez nada de errado, por isso não pode ser punido.

No final papai devolve a trama ao começo, como era seu costume, e lá vai o Peninha, agora pela mão da Glória, começar em mais um emprego.