Fórmula Zé-Ro

História do Zé Carioca, de 1973.

As corridas de automóveis estavam entre os esportes prediletos de papai mas, ao contrário do Xadrez, isso era algo que ele não praticava. Fã do Emerson Fittipaldi, ele apenas gostava de assistir e se inspirar na perícia dos pilotos, mas nem tanto na velocidade, para dirigir defensivamente e acompanhar a manutenção dos vários carros que teve ao longo da vida.

Esta história tem como tema central a vontade do Zé de agradar à Rosinha, já que às vezes ela se cansa um pouco do estilo de vida folgado do namorado malandro. E como ela gosta de corridas (e de corredores), nada melhor do que se tornar corredor também. Mas, é claro, isso é algo que é mais fácil falar do que fazer.

A trama começa a ficar interessante quando o Zé se vê obrigado a improvisar, sempre com a ajuda do Nestor, o amigo que nunca o deixa na mão.

Já a “Gincana Surpresa”, organizada por um canal de TV, a “TV Visão”, é inspirada não apenas na Fórmula 1, mas também na Corrida Maluca e em histórias como “O Carrinho Fantástico”, que serviria de inspiração também para as histórias do Vavavum publicadas mais tarde na Revista Crás! e “O Pequeno Campeão” da revista Destaque e Brinque, todas já comentadas aqui.

O “Fórmula Zé-ro” (Fórmula 0) no nome da história seria uma referência às capacidades automobilísticas do Zé, já que, como piloto, ele realmente “não é de nada”. E, é claro, a gincana também não se chama “surpresa” por acaso…

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“Uma Rosa Para Uma Margarida”

História do Donald contra o Gastão, publicada uma só vez em 1973.

O conceito todo é baseado em um antigo galanteio, que consistia em oferecer flores às mulheres enquanto se dizia algo como “flores para uma flor”. Como a pata Margarida já tem nome de flor, a cantada fica até bastante conveniente, se bem que meio óbvia.

O que não vai ser nada óbvio é a competição entre o pato e seu primo ganso pela atenção da moça, que remete a um antigo conto de fadas no qual uma princesa árabe é disputada por três primos, e promete se casar com aquele que trouxesse o presente mais precioso.

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Uma vez lançado o desafio, os dois competidores se preparam como podem, com os equipamentos, a ajuda e as trapaças que conseguem reunir. É a proverbial sorte e as trapaças do Gastão contra a garra e tenacidade do Donald. O problema é que essa briga toda, em uma história Disney, não pode ser recompensada.

Na mesma revista, O Pato Donald 1114, há uma breve peça promocional de papai para o Manual do Mickey, que será republicado em breve. A mensagem é que não se deve reagir a assaltos, a não ser que você seja o Superpateta, é claro. Afinal de contas, o que é que configura um “caso extremo” que justificaria o uso do superamendoim?

sp-assalto

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O Dia Dos Mascarados

História do Mancha Negra, de 1973.

Esta não é, de modo algum, uma história de Carnaval, mas seu título é uma brincadeira com o nome da canção “A Noite dos Mascarados”, lançada por Chico Buarque em 1967.

O fato é que há um novo “mascarado” em Patópolis, e em franca competição com o Mancha, ainda por cima. Ele usa um capuz negro que se auto-replica ao ser retirado, de modo que ninguém jamais será capaz de desmascarar o bandido. A coisa é tão eficiente que nem mesmo ele consegue mais ver o próprio rosto. O nome “Tomaz Carado” dispensa explicações, sendo mais um dos famosos trocadilhos que papai usava para criar os nomes de seus personagens coadjuvantes.

Pateta Mascarados

Para piorar, e para o desgosto do Coronel Cintra, o Mickey está fora da cidade. Assim, o Pateta resolve investigar o caso no lugar do amigo, usando o Manual do Mickey como guia. No processo, ele se compara com detetives famosos, como “Berloque Gomes” (Sherlock Holmes) e Hércules Poirot, chegando até mesmo a se auto-intitular “Hércules Patetô”.

Pateta Mascarados1

Os métodos um pouco, digamos, “tradicionais demais” de investigação do Pateta não renderão, é claro, o resultado desejado, mas isso não quer dizer que os dois bandidos não vão se dar mal no final. O interessante, como sempre, é ver exatamente como.

Além de humor, também não falta ação nesta história. Desde a cruel guerra travada entre os dois bandidos e até a perseguição que levará à prisão dos dois, a confusão será grande.

A mesma revista onde esta história foi publicada pela primeira vez contém mais uma de papai, curtinha, de uma página só, que faz piada com as tentativas de assalto dos Irmãos Metralha à Caixa Forte do Tio Patinhas. Ela pode ser vista no site do Inducks, aqui.

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O Mancha Negra Contra O Manual Do Mickey

História do Mancha Negra, promocional para o Manual do Mickey e publicada uma única vez em 1973.

O vilão descobre que o Mickey está escrevendo um manual, e vai até a casa do rato “assuntar”. Movido por seu grande Ego, o Mancha quer saber o que está sendo escrito sobre ele. Não quer que seu maléfico nome seja “manchado” pelo texto. Ele espera o Mickey ir dormir e entra na casa pela janela para folhear o manual, descobrir as partes que falam dele, e rasgá-las, de preferência.

Mais engraçado do que ver o Mancha procurando freneticamente alguma informação sobre si mesmo no manuscrito é ler os comentários que ele faz, todos do ponto de vista de um bandido. Para ele, grandes bandidos do mundo real, como Al Capone, são “sem importância”. Se ofende quando vê o “pé de chinelo” Bafo de Onça sendo citado antes dele, James Bond é um “espião mixuruca”, e por aí vai:

MK Manual

Mas enquanto o personagem vai lendo e comentando a seu próprio modo os tópicos que serão publicados, ele vai ao mesmo tempo sutilmente aguçando a curiosidade do leitor em ler o tal manual. É uma propaganda “quase subliminar” ao mesmo tempo descarada, engraçadíssima e bastante persuasiva.

Quando o Mancha consegue finalmente encontrar a parte que fala dele e rasgar tudo, já está quase amanhecendo e o telefone toca de repente. O mais incrível é que o telefonema é da Editora Abril, e quem está falando com o Mickey é o Roberto (Civita?). É só aí, ao ouvir a conversa do rato, que o vilão descobre que aquilo que ele rasgou era a prova final antes da impressão, ou seja, uma mera cópia. Os originais já estão na gráfica, prontos para a impressão do livro. Não adiantou nada rasgar.

MK Manual1

Os Detetives Da Moleza

História do Zé Carioca, publicada pela primeira vez em 1973.

Zé e Nestor estão num banco de praça lendo o Manual do Mickey, que o Zé pegou “emprestado” do jornaleiro, quando o Zé tem a ideia de criar uma agência de detetives, para usar o que aprendeu no manual.

O que começa como uma história feita para promover o Manual do Mickey se torna a primeira de uma série de histórias da “Agência Moleza de Investigações”. A primeira tarefa dos dois amigos é criar o nome da agência. Depois de alguma discussão entre nomes óbvios como “Zé e Nestor”, ou “Nestor e Zé”, e passando por “Agência Dureza”, todos com seus prós e contras, o Zé chega ao nome “Moleza”, que também tem duplo sentido. Mas como a única placa que ele tinha já está pintada e a tinta acabou, é assim que fica.

A surpresa vem quando a dupla logo arruma o seu primeiro caso para investigar, na mansão da Madame Ricabessa, que mora na Rua da Grana número 25.345. Já que ela é rica à beça, é melhor que o número da mansão tenha muitos algarismos, numa alusão à provável conta bancária da mulher.

Nestor porta   Nestor disfarce

Entre uma aposta e outra entre os amigos, eles chegam à mansão para iniciar a investigação, mas as coisas não são o que parecem, no melhor estilo das melhores histórias policiais dos grandes clássicos. O leitor atento já percebeu que algo está errado quando um personagem aparece primeiro sem bigode e depois se apresenta aos detetives com bigode, mas os nossos heróis só vão perceber bem depois.

Joao Ratazana   Joao Ratazana bigodes

Enquanto o Zé e o Nestor não se tocam, o leitor já se divertiu à beça com as reviravoltas da história que, mais do que o inevitável e surpreendente desfecho, é o que papai realmente queria que acontecesse.