Histórias Do Vovô

História da família Metralha, de 1975.

Em geral, as “vítimas” prediletas do Vovô quando ele resolve contar suas histórias são os Metralhas adultos, mas hoje, por falta dos mais velhos, quem vai escutar o “causo” são os Metralhinhas.

De qualquer modo, não é nenhum grande relato sobre os antepassados, mas sim sobre um plano de assalto bastante recente. Mas isso não quer dizer que a história não terá lá as suas reviravoltas. O leitor atento logo vai perceber que algo está errado quando vir que os próprios Metralhas não contaram a aventura aos meninos. Afinal, eles também gostam de se gabar de seus feitos.

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O plano não chega a ser ruim, mas como não existe crime perfeito, a execução será bem falha e com resultados surpreendentes. O problema é que passou-se muito tempo entre o planejamento e a execução.

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A verdade é que cidades são coisas muito dinâmicas: a loja que outro dia estava bem ali pode de repente não estar mais, pessoas mudam de endereço, e até mesmo coisas que não se mudam tão facilmente, como bancos e repartições públicas, também podem ser extintas ou mudar de endereço.

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O Circo Dos Horrores

História do Tio Patinhas, de 1976.

Os assim chamados “shows de horrores” ou circos de horrores eram uma forma de entretenimento que foi muito popular nos EUA do século XIX, mas eu desconfio que é algo que vem desde a Idade Média, ou até antes na História.

Nas cortes dos reis medievais e renascentistas europeus eram muitos os contratados para entreter os nobres, entre palhaços, mágicos, músicos e pessoas portadoras de deficiências, como o nanismo, por exemplo.

O fato é que, por falta total de tecnologia médica para ajudá-las e pelo forte preconceito que essas pessoas sofriam, os deficientes físicos em geral não teriam outra condição de trabalhar e se sustentar, a não ser que se juntassem a algum tipo de “circo” ou se colocassem sob a “proteção” de algum explorador inescrupuloso.

No Novo Mundo, os shows itinerantes que viajavam pelos EUA eram um misto de zoológico humano e museu de bizarrices: pessoas deformadas, objetos estranhos usados em shows de mágica, e animais mitológicos empalhados. Desses bichos empalhados, as mais famosas talvez sejam as Sereias de Fiji, que nada mais eram do que carcaças de macacos costuradas em rabos de grandes peixes.

(Aliás, se você ainda não clicou nos links, eu recomendo cautela: algumas das imagens são um pouco fortes.)

Com o início do Século XX e os avanços da medicina e da cultura esses espetáculos deploráveis foram caindo em desuso. Mas algo inspirado nisso que ainda circula por todo o Brasil em circos e parques de diversões itinerantes é o show da “Monga, a Mulher Gorila“.

Na história de hoje, os monstros bizarros que povoam o circo “Gorlando, O Feio” (mais uma brincadeira com o famoso Circo Orlando Orfei) são na verdade bruxos vindos de Bruxópolis para ajudar a Maga Patalójika em mais um plano para tentar roubar a Moedinha Número Um.

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A Árvore Assaltante

História dos irmãos Metralha, publicada uma única vez em 1975.

Trata-se de mais um plano para tentar praticar assaltos, já que eles são tão manjados na cidade e tão ineptos no que fazem que já não estão conseguindo nada.

O problema é que eles se consideram descendentes de “grandes” bandidos (embora essa noção seja bastante questionável, pois já vimos que seus antepassados através da História não eram muito diferentes deles) e se sentem na obrigação de praticar grandes assaltos e roubos, coisa que nunca conseguem fazer, obviamente. No fim das contas, não passam de ladrões de galinhas.

Enquanto a maioria dos planos que eles bolam até que são bons e poderiam dar certo se não fosse a execução relapsa, este plano em especial já surpreende, logo de saída, pelo absurdo da ideia.

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Mas isso não quer dizer que a execução não será um verdadeiro desastre, ainda por cima.

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Os metralhas vão sair de mãos abanando, como sempre, e como não poderia deixar de ser. Quem ganha é o leitor, que certamente rolará de rir com a situação positivamente insólita que vai se desenrolando pelas ruas de Patópolis.

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O Poderoso Metralhão

História dos Irmãos Metralha, de 1975.

Da série “Metralhas Históricos”. Desta vez a referência é ao filme “O Poderoso Chefão”, de 1972. Assim, o “Poderoso Metralhão” seria um tio dos Metralhas atuais.

Mas, apesar da aparência, com terno riscado de alfaiataria, monóculo e bochechas caídas, a semelhança com a máfia italiana para por aí. Também não fica claro que tipo de crime esse “Metralhão” praticava com seu bando. Tudo o que se sabe é que ele era procurado pela polícia na Patópolis dos anos 1920, mas tinha muita prática em fugir e se disfarçar.

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Ao que tudo indica, ele era tão pé de chinelo como todos os outros Metralhas através da História, praticando pequenos assaltos por onde passava. O modus operandi aqui é se infiltrar em festas e outros eventos com muitos participantes e se aproveitar da descontração e distração dos incautos para roubar à mão armada.

O método de fuga e local de esconderijo são quase perfeitos, e o principal plano de assalto, como sempre, é bom. Mas é claro que, com o 1313 (que na verdade é um tio do Azarado que conhecemos) por perto, nada pode dar certo. Um erro crasso, daqueles bem bobos mesmo, será mais uma vez a ruína do bando, para a diversão do leitor.

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O Irmão Gêmeo Do Biquinho

História do Biquinho, publicada pela primeira vez em 1987.

Esta é mais uma boa sacada de papai: a maioria dos sobrinhos dos personagens Disney existe aos pares e até mesmo às trincas. Os sobrinhos do Donald são 3. As sobrinhas da Margarida, também. Até os vilões têm sobrinhos múltiplos, como por exemplo os Metralhinhas. Os sobrinhos do Mickey e do Zé Carioca são 2 para cada tio. As bruxas também têm sobrinhos de sobra, com as bruxinhas Perereca e Magali (era uma bruxinha só, mas papai acabou desdobrando a personagem em duas) representando o tema “gêmeos”.

Os que têm um sobrinho só são o Pateta, com o Gilberto, o Professor Pardal e seu sobrinho Pascoal, o Gastão com o Trevinho, e por fim o Peninha que, com o Biquinho, foi provavelmente o último a ganhar um sobrinho.

O interessante é que a descrição do personagem, o patinho nascido de um ovo abandonado ao sol e criado por porcos-espinho, em uma alusão ao Tarzan, o órfão criado pelos macacos da floresta, deixa espaço para a interpretação que é feita hoje: se havia um ovo abandonado ao sol, será que não poderia haver outros? Afinal, pássaros como galinhas e patas costumam botar um ovo por dia, às vezes até dois.

Muitas crianças, aliás, já sonharam em ter um irmão gêmeo só para poder “aprontar” melhor. Esse parece ser o caso do Biquinho, que acaba vendo o seu desejo ser realizado logo na esquina de casa. A história tem toques de temas como o “gêmeo mau” (se bem que, aqui, é difícil dizer quem é o pior… o Trambique que o diga) e referências à literatura como em “o príncipe e o mendigo”.

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O Cisquinho, patinho parecido com o Biquinho e seu tio Penald (uma mistura dos nomes do Peninha e Donald) são, por definição, “personagens de uma história só”, criados especialmente para esta história.

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O Gato De Botas

História do Morcego Vermelho, de 1977.

O título é uma referência ao conto infantil de mesmo nome, de autoria de Charles Perrault.

Como sempre, papai não reconta a história na qual se inspirou em todos os detalhes, mas usa alguns de seus elementos para compor algo totalmente novo. Neste caso, o principal elemento usado é o das botas mágicas que fazem quem as calça percorrer 7 léguas com um só passo.

Em 1697, ano em que o conto de fadas foi escrito e publicado pela primeira vez, esse provavelmente era um sonho comum, já que ainda não existiam as grandes máquinas que hoje rapidamente nos levam a todo lugar. Os mais ricos andavam a cavalo ou de carruagem, e os mais pobres iam a pé, mesmo. Essa era a tecnologia da época, e qualquer coisa mais rápida era muito provavelmente considerada impossível.

Estranhos gatos com capas e calçando as prodigiosas botas aparecem em Patópolis aprontando todas, e será tarefa do Morcego Vermelho prendê-los (do jeito dele, é claro) e acabar com a farra.

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O interessante é que o Morcego não é somente um pato fantasiado. O que começou como uma fantasia de carnaval para que o repórter Peninha pudesse entrar em uma festa a fantasia foi, com o tempo, se tornando algo quase mágico por si só. Ao vestir a roupa de herói o primo do Donald realmente se transforma, senão somente em nível psicológico, mas realmente muda até mesmo de personalidade. Apesar de conservar a qualidade desastrada, o Morcego é bem mais esperto e sabe raciocinar com mais clareza do que o Peninha.

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Mas a história não é só isso. Papai vai deixando pistas pelas páginas sobre a possível real identidade dos gatos, na esperança que o leitor adivinhe. E o Morcego, apesar de acabar prendendo os bandidos, infelizmente também vai se dar mal. É a vida: às vezes a gente perde, até mesmo quando a gente ganha.

Hoje entre as curiosidades temos um cinema chamado “Cine Lândia”, uma referência tanto à praça chamada Cinelândia, no Rio de Janeiro, quanto à distribuidora de filmes de mesmo nome.

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A Escola De Bandidos

História dos Irmãos Metralha, de 1976.

O tema da “escola de bandidos”, ou “escola do crime” é uma clássica inversão de valores que, em outros tempos, era engraçada porque a ideia flertava com o absurdo. É também algo que papai usou algumas vezes para vários vilões, desde os Metralhas até o Sr. X. A ideia vem da literatura infanto-juvenil e dos livros prediletos de papai, como “Oliver Twist“, de Charles Dickens.

A intenção desta história é demonstrar, mais uma vez, que o crime não compensa, que não adianta se esmerar e tentar aprender novas técnicas de desonestidades, e que os bons sempre serão mais espertos que os maus. É um conto moralizante que, fiel ao estilo Disney de se fazer quadrinhos, tenta ensinar a honestidade enquanto diverte ao ridicularizar os desonestos.

O nome do dono da Escola de Bandidos, Istélio Natus, é um trocadilho com a modalidade criminosa “estelionato“. É o famoso Artigo 171 do Código Penal Brasileiro, que já virou até gíria. Além disso, “natus” é uma palavra em Latim que significa “nascido”. Este seria, então, um personagem “desonesto de nascença”.

Metralhas escola

Como sempre acontece nesses casos, os bandidos têm um “plano de aula” (na verdade, de assalto) que à primeira vista parece muito bom, mas que contém um grave erro fundamental que os levará à inevitável ruína. O leitor atento, ao bater o olho no “jornal grátis”, logo vai perceber qual é.

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Zorrinhos X Metralhinhas

História do Zorrinho, de 1975.

A Gincana, como brincadeira infantil (e às vezes não tão infantil assim) onde um pouco de tudo pode acontecer, foi um tema ao qual papai voltou algumas vezes ao longo dos anos, tanto em histórias Disney quanto em outras, “não-Disney”.

O potencial humorístico de uma gincana, com os tombos e as confusões que podem acontecer, é grande, e o tema serve também como um resgate das antigas atividades infantis que, já nos anos 1970, estavam se perdendo entre os prédios das grandes cidades.

O título original desta história é “A Grande Gincana”, como atesta a faixa na largada da corrida de sacos, mas, como um pouco antes no mesmo ano outra história de título semelhante escrita por papai já havia sido publicada (A Grande Gincana de Patópolis, já comentada aqui), o editor achou por bem trocar o nome da história por este. Em 1982, quando ela foi republicada pela primeira vez, o título foi corrigido.

Zorrinho gincana

De resto, a trama é o que se pode prever para uma história com esses personagens: as meninas vão participar da gincana, os bandidinhos resolvem atrapalhar só para “zoar”, e os três sobrinhos do Donald se passam por um só Zorrinho para melhor confundir os Metralhinhas e proteger as suas amigas patinhas. O que torna esta história interessante nem é saber o que vai acontecer, afinal, os mocinhos sempre vencem no final de todas as histórias Disney, mas sim ver como eles vão fazer isso.

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Marsupial: http://www.lojamarsupial.com.br/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava

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Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/p/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava-15071096

Monkix: http://www.monkix.com.br/serie-recordatorio/ivan-saidenberg-o-homem-que-rabiscava-serie-recordatorio.html

Latópolis 2000

História do Professor Pardal, de 1973.

Trata-se de um breve exercício em futurologia. O nome da história é uma brincadeira com o nome Patópolis (algo como “cidade das latas”), e o “2000” é uma referência ao novo milênio. Na segunda metade do século XX muita gente se divertia tentando imaginar como seriam/estariam as coisas no início do século XXI.

A comida enlatada é algo que remonta ao século XVIII, e que tem sido verdadeiramente providencial para a segurança alimentar de um número crescente de seres humanos no planeta. Mas é claro que esse método de conservação de alimentos tem seus prós e contras, desde o uso, lá no início, de metais tóxicos como o chumbo e o estanho e até um problema que perdura até hoje, que é o que fazer com as latas usadas.

Mas ao contrário do que papai previu, após atingir o auge nos anos 1970-80, hoje em dia o uso de latas para conservas parece se encontrar em franco declínio. Outro dia mesmo eu ouvi duas funcionárias de um supermercado comentando, enquanto reabasteciam uma prateleira, que há cada vez menos latas à venda. Os fabricantes estão preferindo as embalagens de vidro ou os sachês de plástico. Decididamente, esta não é uma das histórias “proféticas” de papai, como “O Roubo da Tocha Olímpica”, por exemplo, e talvez seja melhor assim.

Cansado de carregar latas e mais latas do supermercado até sua despensa, o Pardal resolve dar um pulinho no futuro e ver como vão as coisas. O que ele descobre é que ele mesmo acabou inventando milhares de utilizações inusitadas para coisas em lata, e quase enterrando Patópolis sob uma montanha de latas usadas. Em nenhum momento se fala em reciclagem, que seria o lógico hoje em dia para eliminar tanto material descartado, mas isso faz parte da graça toda da coisa.

Mais interessante do que o devaneio sobre latas é o exercício em ficção científica inspirado em filmes e séries dos anos 1960-70, com especial destaque para a presença de todo tipo de máquina eletrônica e as roupas em modelos bizarros. Se há uma coisa que mudou menos do que os nossos hábitos alimentares nesses anos todos, certamente foi a moda. Mas se dependesse dos filmes antigos, estaríamos realmente todos vestidos com batas de bolinhas, hoje em dia.

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Outra sacada interessante é a evolução dos próprios personagens, nesse decorrer de mais ou menos 30 anos representado aqui: os sobrinhos do Donald, do Mickey e do Pateta, e até mesmo os Metralhinhas, já estão todos adultos. E todo mundo parece levar um abridor de latas no bolso para onde quer que vá.

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E o Peninha, quem diria, agora é diretor do jornal A Patada. Esse era provavelmente papai tentando se imaginar dali 30 anos, já que ele sempre se identificou fortemente com o pato abilolado. Mas o Pardal tem razão: o mundo dá umas voltas bem malucas às vezes, e nem todas são como a gente espera…

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A Marca Do Zorrinho

Primeira história dos sobrinhos do Donald como “O Zorrinho”, de 1974.

Ao que parece, mais ou menos como aconteceu com o Morcego Vermelho, papai viu em algum lugar um desenho de um dos sobrinhos fantasiado de Zorro, e resolveu criar um personagem de acordo com a ideia. E, como os meninos são trigêmeos, ele certamente achou que seria engraçado fazer parecer que seja um só, mas sempre em três lugares ao mesmo tempo.

E assim como o Zorro tem o Tornado, seu cavalo negro, os Zorrinhos têm o “Torneado”, cavalinhos de madeira quase ao estilo “Pena Kid”. O nome é uma referência à maneira como se fazia os brinquedos de madeira antigamente, em máquinas chamadas tornos. Mas esses são brinquedos comuns, sem poderes mágicos. Nesta primeira história papai ainda não havia criado o famoso grito de guerra dos personagens (“Um é todos e todos são um”), mas pega emprestado o brado dos três mosqueteiros, no qual ele se inspiraria depois.

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O próprio nome da história é inspirada no filme de 1940, intitulado “A Marca do Zorro”. Na trama propriamente dita temos um set de filmagem no bairro dos meninos, bem onde eles costumam brincar. Parece ser um filme de faroeste, completo com uma cidadezinha de papelão que, após terminadas as filmagens a cada dia, fica com cara de “cidade fantasma” durante a noite. É o ambiente perfeito para muitos sustos e correrias entre os patinhos, os Metralhinhas e o vigia noturno, rendendo muitas risadas ao leitor.

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Mas é só no final, quando percebem que os moleques não se deram conta de que eles são três, que os meninos resolvem esconder esse fato e criar a “identidade secreta”. Nasce “O Zorrinho”, terror dos Metralhinhas e demais pestinhas.

Pelo que vi no índice no Inducks, foram feitas exatas 11 histórias para este personagem entre 1974 e 1985 (além de mais algumas participações em histórias de outros personagens, onde eles não eram os principais). Dessas, nove são de autoria de papai, e todas foram escritas aqui no Brasil. As outras duas são de Julio de Andrade e Gerson Teixeira.

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