Primeira história dos Alienígenas Transmorfos, de 1973.
Papai gostava de personagens versáteis, que pudessem literalmente “pousar” em cada um dos vários “ambientes” de personagens e deixar o seu recado. Assim, estes alienígenas já infernizaram, além do Morcego Vermelho, o Mancha Negra, os Escoteiros Mirins e o Zé Carioca.
Estes bichos alienígenas não conhecem absolutamente nada do nosso planeta, mas vão precisar viver aqui de agora em diante. O motivo é meio obscuro, mas parece que há alguma guerra no planeta natal deles, e o rei foi exilado com um pequeno séquito a bordo de um clássico disco voador, com direito a janelinhas em volta e antena no topo. Aqui na Terra, pelo menos, eles podem cultivar os cogumelos de que se alimentam, enquanto tentam aprender coisas como idiomas, cultura, usos e costumes para ver se conseguem se misturar à população. São de modo geral pacíficos.
Sua única vantagem é a capacidade de tomar a forma dos seres vivos de nosso planeta na tentativa de passar despercebidos, mas são completamente incapazes de aprender o que seja do modo de vida na terra, o que é claro leva a inúmeras situações bizarras.
Semelhantes a estes, mas mais belicosos, são os transmorfos Alfabeta e Gamadelta, duas nuvenzinhas, uma clara e mais paciente e outra escura e mais violenta, que têm a expressa missão de preparar a Terra para uma invasão e consequente aniquilação de seus habitantes. As principais vítimas deles são o Zé Carioca e o Nestor, mas já andaram às voltas com o Biquinho, também.
O grande mistério desta primeira história é a real aparência dos invasores. Eles só vão aparecer tais como são no último quadrinho, mas deixam algumas pistas espalhadas pelas páginas:
De resto, a presença dos invasores provoca a maior confusão em torno da Caixa Forte, com o Morcego e o Donald atrás dos “Morcegos Vermelhos” para tentar entender alguma coisa, e o Tio Patinhas preocupado apenas em descontar o salário do Morcego Vermelho por causa das peraltices no meio da noite, quando ele deveria estar bancando o guarda noturno.
No final a forma original dos Transmorfos é revelada, e há quem os compare a bichos da seda. São umas lagartonas até simpáticas. A peculiaridade das lagartas em geral é o seu ciclo de vida, que as leva a se transformar em todo tipo de borboleta e mariposa, e que certamente foi a inspiração para estes personagens.
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(Para finalizar, uma dica: recebi várias perguntas do tipo desde a semana passada, então acho que vale a pena descrever um pouco como funciona este blog.
Primeiramente, e certamente mais importante, quem quiser saber em quais revistas esta história já foi publicada, quantas páginas tem, e quem é o desenhista, entre outros detalhes técnicos, deve clicar no link que está embutido no ano da história, logo na primeira frase deste artigo.
Isso, é claro, vale para todos os outros artigos deste blog. O link leva ao site Inducks, cujos mantenedores se esforçam por catalogar o máximo de detalhes possível sobre o máximo de histórias Disney possível, e estão fazendo um ótimo trabalho, aliás.
Outros links que possam estar presentes ao longo do texto levam a páginas da Wikipédia e de outros sites, quando apropriado, que explicam melhor outras referências da história. Eu pessoalmente cliquei em cada um deles e meu computador não “morreu”, então acho que são seguros. Papai me dizia que o seu leitor ideal era aquele que lia o gibi com um dicionário do lado e uma enciclopédia ao alcance da mão. Hoje em dia, com a Internet, nada mais fácil.)